Henry Payne |
"Adornou o meu quarto a flor do cardo,
Perfumei-o de almiscar recendente;
Vesti-me com a purpura fulgente,
Ensaiando meus cantos, como um bardo;
Ungi as mãos e a face com o nardo
Crescido nos jardins do Oriente,
A receber com pompa, dignamente,
Mysteriosa visita a quem aguardo.
Mas que filha de reis, que anjo ou que fada
Era essa que assim a mim descia,
Do meu casebre á humida pousada?...
Nem princezas, nem fadas. Era, flor,
Era a tua lembrança que batia
Ás portas de ouro e luz do meu amor!"
(Antero de Quental in: Visita)
Lindo resgate ... Adorei o "nardo" ... desde os tempos de Salomão.
ResponderExcluirSe fosse em outro blog, pensaria que princeza seria erro ortográfico
ResponderExcluir:)
Algumas lembranças são mais palpáveis do que certas presenças.
ResponderExcluirCertas presenças são mais evanescentes do que algumas lembranças.
Que coisa linda de imagem.
ResponderExcluir"Era a tua lembrança que batia."