
"Eu achei sim, uma nova amiga. Mas você sai perdendo. Sou uma pessoa
insegura, indecisa, sem rumo na vida,
sem leme para me guiar:
na verdade não sei o que fazer comigo. Sou uma pessoa muito medrosa. Tenho problemas reais gravíssimos que depois lhe contarei. E outros problemas,
esses de personalidade. Você me quer como amiga mesmo assim? Se quer,
não me diga que eu não lhe avisei. Não tenho qualidades, só fragilidades. Mas às vezes (...)
mas às vezes tenho esperança.Sua
Clarice".
(Clarice L. em carta para Olga Borelli, 11-12-70 - Clarice, de Benjamin Moser, p. 452)