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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

escrever - CL

La Chinoise
 "Escrever pode tornar a pessoa louca. Ela tem que levar uma vida pacata, bem acomodada, bem burguesa. Senão a loucura vem. É perigoso. É preciso calar a boca e nada contar sobre o que se sabe e o que se sabe é tanto, e é tão glorioso".


(Benjamin Moser in: Clarice,
Ed. Cosacnaif, p. 255)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Byron, aos 23 anos - Paulo Mendes Campos

"(...) Paulo teve um início muito promissor. "Na carreira literária, a glória está no começo", ele ponderou mais tarde. "O resto da vida é aprendizado intensivo para o anonimato, o olvido". De fato, embora fosse um poeta lírico de rara qualidade, Paulo Mendes Campos nunca desfrutou de verdadeira fama. Mas quando Clarice o conheceu, ele era, nas palavras de outro amigo, "Byron, as 23 anos".

(Benjamin Moser in: Clarice,
Ed. Cosacnaif, p. 246)

P.S.: para quem não sabe, Paulo foi a grande paixão (realizada, porém com impossibilidades) da vida de Clarice Lispector. Ah, e se algum leitor pensar: - Mas e o Lúcio Cardoso?
Lúcio Cardoso era gay.
Paulo Mendes Campos não era gay - só era casado.

Este post explica um pouco.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Muita dignidade: Clarice L.


"Tinha um rosto de quem com a maior dignidade, estava sempre a sofrer [...] Não convidava a aproximações efusivas, afetuosas, afetivas".

(Um dos editores da Senhor sobre Clarice Lispector em: Clarice, Benjamin Moser, p. 368)

sábado, 5 de junho de 2010

Ser escolhido é perturbador


"Não sei o que fazer quando a pessoa vem até mim; eu sou dessas que vão até a pessoa. Ser escolhido é perturbador. Tenho que pedir, tenho que escolher".

(Clarice, de Benjamin Moser, p. 104)

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Madame Bovary c´est moi


"Como muitas das criaturas ficcionais de Clarice, a personagem principal, Joana, guarda uma notável semelhança com sua criadora: as mesmas circunstâncias familiares, a mesma personalidade obstinada, à mesma resistência às convenções. ("Em que medida você é Joana?", perguntou certa vez uma entrevistadora. Ela respondeu: "Madame Bovary c´est moi".)

(Clarice, de Benjamin Moser, p. 91)

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Sobre esperas


"Quando escrevo uma coisa, vou desgostando dela aos poucos [...]. Sinto como moça que faz enxoval de casamento e guarda num baú. Antes casar mal que não casar, é horrível ver enxoval amarelecendo".

(Sobre a demora da publicação de A maçã no escuro: Clarice, de Benjamin Moser, p. 336)

sábado, 29 de maio de 2010

DEFINITIVO


"Ela o amou até morrer", sua amiga Rosa Cass lembrava. Mesmo que o caso não tenha durado muito e que Paulinho tenha optado pela esposa e pela família, para Clarice não foi fácil aceitar. Dali a mais de uma década escreveu um conto... (...) Num tom mais lírico, Clarice podia estar pensando em Paulinho quando escreveu: "Às vezes no amor ilícito está toda a pureza do corpo e alma, não abençoado por um padre, mas abençoado pelo próprio amor".

(Sobre o relacionamento de Clarice Lispector com Paulo Mendes Campos. Clarice, de Benjamin Moser, p. 370)

quinta-feira, 27 de maio de 2010

insustentável tensão de sua personalidade


"Já em Berna, seu primeiro analista, Ulysses Girsoler, alertara para essa insustentável tensão de sua personalidade: "Será muito difícil para um tal temperamento encontrar equilíbrio, uma domesticação consciente desses impulsos elementares por meio da participação intelectual. (...) Primeiro, incapaz de dormir, atormentada por uma incessante ansiedade começou a telefonar para as pessoas tarde da noite".

(Clarice, de Benjamin Moser, p. 365)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sobre amizade - por Clarice L.


"Eu achei sim, uma nova amiga. Mas você sai perdendo. Sou uma pessoa insegura, indecisa, sem rumo na vida, sem leme para me guiar: na verdade não sei o que fazer comigo. Sou uma pessoa muito medrosa. Tenho problemas reais gravíssimos que depois lhe contarei. E outros problemas, esses de personalidade. Você me quer como amiga mesmo assim? Se quer, não me diga que eu não lhe avisei. Não tenho qualidades, só fragilidades. Mas às vezes (...) mas às vezes tenho esperança.
Sua
Clarice".

(Clarice L. em carta para Olga Borelli, 11-12-70 - Clarice, de Benjamin Moser, p. 452)

terça-feira, 25 de maio de 2010

eu fico de repente apenas com as palavras que eu queria dizer mas sem gostar delas


"Estava num impulso de sinceridade e confissão que muitas vezes eu tenho em relação a você", ela disse a Lúcio. "Mas não sei, talvez porque você nunca tenha sentido em relação a mim esse mesmo impulso, eu fico de repente apenas com as palavras que eu queria dizer mas sem gostar delas".

(Carta de Clarice Lispector para Lúcio Cardoso, 12-03-1944. Clarice, de Benjamin Moser, p. 190)

(re)ler


"Quando releio o que escrevo", ela disse a ele, "tenho a impressão que estou engolindo o meu próprio vômito".

(Clarice, de Benjamin Moser, p. 190)

Clarice e Lúcio


"Ambos eram rejeitados e ambos tinham sede da redenção que haviam perdido a esperança de encontrar. Não admira que Clarice Lispector tenha se apaixonado intensamente por Lúcio Cardoso".

(Clarice, de Benjamin Moser, p. 157)

Avidez


"(...) quem tem fome, com avidez; eu lia atabalhoadamente, às vezes, até dois livros por dia".
(Clarice, de Benjamin Moser, p. 126)

domingo, 23 de maio de 2010

Sexy e inacessível


"Todos nós queríamos trepar com ela!", exclamou o irrefreável Nahum Sirotzky, seu editor no Senhor. "Ela era muito, muito sexy. Mas era também inacessível".

(Sobre Clarice. Clarice, de Benjamin Moser, p. 361)

sábado, 22 de maio de 2010

Além do possível


"Tudo me atinge - vejo demais, ouço demais, tudo exige demais de mim".

(Clarice, de Benjamin Moser, p. 241)

Você pega mil ondas que eu não capto


"Você pega mil ondas que eu não capto. Eu me sinto como um rádio vagabundo, de galena, só pegando a estação da esquina e você de radar, televisão, ondas curtas".

(Rubem Braga para Clarice Lispector. Clarice, de Benjamin Moser)

A nostalgia de


"Tudo o que eu tenho é a nostalgia que vem de uma vida errada, de um temperamento excessivamente sensível, de talvez uma vocação errada ou forçada".

(Clarice Lispector em carta para a irmã Tania. Clarice, de Benjamin Moser)

Alarga - alaga


"É preciso ser muito feliz para viver numa cidade pequena, pois ela alarga a felicidade como alarga também a infelicidade. De modo que vou morando mesmo aqui no Rio. Você sabe, nas cidades grandes todos sabem que em cada apartamento existe uma espécie de solidariedade, pois em cada apartamento mora uma pessoa infeliz".

(Clarice, de Benjamin Moser, p. 251)

Perguntas, tantas


"Meu mal é fazer perguntas. (...) desde pequena eu era toda uma pergunta".

(Clarice, de Benjamin Moser, p. 178)

Queda


"Espero um dia poder sair deste círculo vicioso em que minha "alma caiu".

(Clarice Lispector em carta para a irmã Tania, 1948 em: Clarice, de Benjamin Moser, p. 275)