sábado, 31 de julho de 2010

De repente, não mais que...


"O amor ficou suspenso como um samba, mudando de calçada quando aparecia uma flor. E de repente, com todas as improbabilidades, a flor aparece na calçada de cá também".

(Caligrafias, Adriana Lisboa, p. 77, Ed. Rocco)

Outra língua


"O lacanês é barroco, esnobe e parece intencionalmente enigmático".

(Maria Rita Kehl)

Lembre-se e esqueça


"Nós sobrevivemos pelas lembranças, mas também pelo esquecimento".

(Do filme: O mistério das duas irmãs)

Imagem: Meredith Frampton

Apenas uma



"- Eu só tenho uma vida, porra!".

(Do personagem Joaquim no filme: Os Desafinados)

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Não era eu


“Não era mais eu”, diz Agostinho, referindo-se ao período apaixonado de sua juventude".

(BORDELOIS, I. Etimologia das paixões. Tradução de Luciano Trigo, Rio de Janeiro: Odisséia Editorial, 2007)

A vida: tão colorida - vezenquando


"A vida: tão colorida e excitante. Como um prato de comida indiana ou uma volta de montanha-russa. Como um corte de veludo bordado com lantejoulas e canutilhos".

(Sinfonia em Branco, Adriana Lisboa, p. 51)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

O amor não é versão de Windows que precisa ser atualizado


"Cobrar afeto é pior do que agredir fisicamente. Incha mais do que um tapa na cara. É cortar as palavras mais do que os lábios. Assume-se a condição de credor, como se o amor fosse uma dívida.
Assume-se uma posição superior em relação ao cobrado. Uma posição hierárquica, de chefe reivindicando o cumprimento dos prazos.
(...)
Toda hora se deseja ouvir "eu te amo", como se o amor fosse chiclete para ocupar a boca.
(...)
O amor não é uma versão de Windows que precisa ser atualizado a cada ano para girar mais rápido.
O amor é lento mesmo".

(Crônica "Cobranças", in: O Amor Esquece de Começar, Carpinejar, p. 122-123)

Imagem: Henry Martin

amargo reconhecimento e desilusão


"Desde que me dediquei à psicanálise não sinto necessidade de escrever. No entanto, a análise só traz sofrimento, amargo reconhecimento e desilusão, enquanto escrever traz a alegria e sustento que sempre ansiei".

(Do filme: Opium)

assim como Whistler e como os futuros gloriosos, fingia adormecer no esquecimento


"Dissera palavras de menos, tomara atitudes de menos, mas tudo isso, assim como Whistler e como os futuros gloriosos, fingia adormecer no esquecimento.
Agora, Tomás recordava, mesmo que sua memória estivesse esgarçada e se pudesse ver através dela como se fosse um pedaço de pano muito usado. E não havia como não recordar".

(Sinfonia em Branco, Adriana Lisboa, p. 9)

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Fetiche como laço estrutural do amor


"Sim, eu mexi no celular dele. Aconteceu uma única vez, não irá se repetir. É simples: não espero não achar nada. Sempre haverá alguma coisinha naquele blackshitberry dele. Essas coisas estarão em qualquer blackbosta, de qualquer um: (já disse Tom Zé) é somente requentar e usar".

(Da crônica "Esse teu olhar", de Cínthya Verri - ou ainda: a namorada do Carpinejar)

***

"Vimos anteriormente que, em sua busca desenfreada de indícios e de sinais de uma traição ou de uma confissão, o apaixonado funciona como um fetichista. Mas eu gostaria de insistir agora neste laço estrutural que existe entre os fetiches que precedem o amor, até mesmo que o induziram, e a busca desesperada do apaixonado para encontrar um fetiche nos sinais e nos indícios de sua procura. O apaixonado não procura provas, ele procura uma evidencia que poderia dispensá-lo, de uma vez por todas, de ter que provar. E ao mesmo tempo, evidentemente, ele não quer isso, a não ser para tornar-se verdadeiramente louco na certeza da psicose".

(Gori, R. Lógica das paixões. Rio de Janeiro: Campo Matêmico, 2004. p. 172)

Era óbvia como o medo, mas arredia como a verdade


"Na verdade não era em nada daquilo que pensavam. O assunto principal era ela, Maria Inês. Sempre ela. Que pesava muito mais como ausência. Agora que viria, que chegaria no dia seguinte, virava uma espécie de exagero, de excesso de si mesma. Talvez assombrasse porque, podendo ser vista em carne e osso, podendo descer do limbo das idéias, corria o risco de desmistificar-se. Ou talvez fosse doer de fato. A conversa de Clarice e Tomás gravitava em torno de Maria Inês, ela sempre estava a distância de uma ou no máximo duas fáceis associações, mas nunca se nomeava. Era óbvia como o medo, mas arredia como a verdade".

(Sinfonia em Branco, Adriana Lisboa, p. 33)

a verdade está encoberta e é melhor que a aparência


"Um analisando diz:
- Doutor, cheguei à conclusão de que sou péssimo marido, mau amante e um pai medíocre.
Como reagir? Estamos habituados a ouvir intervenções do gênero: - Por que o senhor diz isso?, ou: - Por que o senhor se deprecia dessa forma? , ou ainda: - O senhor conhece alguma pessoa assim, na sua família?
Agora, imaginemos que a resposta seja:
- O fato de o senhor me dizer que é péssimo marido, mau amante e um pai medíocre não diminui em nada a possibilidade de o senhor ser um péssimo marido, mau amante e um pai medíocre.
Note-se a diferença, as pessoas passaram a achar que há sempre alguma coisa além da palavra; logo, ao se autocriticarem, o fazem com uma certeza íntima de que não é nada disso que estão dizendo, pois a verdade está encoberta e é melhor que a aparência.
Pois bem, a segunda clínica de Lacan exige consequência e responsabilidade, dando um basta no relativismo".

(Revista Memória da Psicanálise - Lacan)

terça-feira, 27 de julho de 2010

Gostar é se prevenir do desgosto


Para ouvir

"Quando a gente gosta, a gente cuida. Cuida mais do que devia.
Gostar é se prevenir do desgosto.
A gente nunca sabe o que é suficiente, a gente vai se doando, se gastando, sem pedir troco.
A gente gasta mais do que tem e corre atrás para imaginar o que não viveu para não fazer falta à memória mais adiante.
(...)
Quando a gente gosta, a gente começa emprestando um livro, depois um casaco, um guarda-chuva, até que somos mais emprestados do que devolvidos.
(...)
Gostar é não devolver, é se endividar de lembranças".

(Crônica "Desenho animado", in: O Amor Esquece de Começar, Carpinejar, p. 169-170)

E se ainda não cheguei/É porque gosto de parar


"E se ainda não cheguei
É porque gosto de parar
Em cada esquina devagar
Pelo caminho que me leva
Até você me encontrar

A um passo de acertar
O tempo das sementes
Que já começaram a brotar
Então vá, vá colher e abraçar
Que as flores estão vivas
Perfumando a casa em que vamos morar (vamos morar)".

(Devagar, Divagar ou de vagar, Moska)

Imagem: minha. Dos meus CD´s novos do Moska.

Não há sossego - e, ai de mim!, nem sequer há desejo de o ter...


"Mas em que pensava eu antes de me perder a ver? Não sei. Vontade? Esforço? Vida? Com um grande avanço de luz sente-se que o céu é já quase todo azul. Mas não há sossego - ah, nem o haverá nunca! - no fundo do meu coração, poço velho ao fim da quinta vendida, memória de infância fechada a pó no sotão da casa alheia. Não há sossego - e, ai de mim!, nem sequer há desejo de o ter..."

(Livro do Desassossego, Fernando Pessoa, p. 73)

Partir, ficar - eis que chega


"Continuo desistindo de você para voltar em seguida".

(Crônica "No mesmo lugar", in: O Amor Esquece de Começar, Carpinejar, p. 242)

As Vinhas da Ira

"Quando não há escolha, não precisa de coragem".

(Do filme: As Vinhas da Ira)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

um quadro removido após anos de vida sobre uma mesma parede


“O amor era como a marca pálida deixada por um quadro removido após anos de vida sobre uma mesma parede. O amor produzira um vago intervalo em seu espírito, na transparência dos seus olhos, na pintura envelhecida da sua existência. Um dia, o amor gritara dentro dele, inflamara suas vísceras. Não mais. Mesmo a memória era incerta, fragmentada, pedaços do esqueleto de um monstro pré-histórico enterrados e conservados pelo acaso, impossível recompor um todo íntegro. Trinta anos depois. Duzentos milhões de anos depois”.

(Sinfonia em Branco, Adriana Lisboa, p. 9)

Vinis Mofados - I

Inventário

faço questão:

uma imagem de preto velho da guiné
um cd do leo gandelman e outro da thaís gulin um chaveiro colorido de boneca russa
alguns livros: 1968, 1984, o mundo não
é chato, flashbacks...
e uma garrafa de sagatiba pela metade

mas devolve meu sorriso

(Vinis Mofados, Ramon Mello, Ed. Lingua Geral, p. 63)

Vinis Mofados - II



Espelho


o que
de mim
projetei
em você
devolva
me

(Vinis Mofados, Ramon Mello, Ed. Lingua Geral, p. 67)

Vinis Mofados - III



Off

por que carregar mil
e quinhentas músicas
no bolso de você não
escuta meus lamentos

(Vinis Mofados, Ramon Mello, Ed. Lingua Geral, p. 85)

domingo, 25 de julho de 2010

E se o McLanche Feliz viesse com livros?


No lugar daqueles brinquedos estúpidos...

Veja o que aconteceu aqui.

Não se é duas vezes infeliz da mesma maneira


"O meu entusiasmo magoa-te, leio-te a ofensa na voz enquanto me dizes coisas banais e sensatas, que não crie demasiadas expectativas, que ninguém consegue regressar ao lugar onde foi feliz. (...) Como se alguém pudesse regressar ao lugar onde foi infeliz. Não se é duas vezes infeliz da mesma maneira, e ninguém é feliz de maneira nenhuma. Inventamos aquilo de que nos queremos lembrar, isso sim".

(A eternidade e o desejo, Inês Pedrosa, p. 20)

* Para quem gosta de ler a Inês aqui - ou acolá - fica a dica que recebi ontem do escritor e jornalista Ramon Mello: entrevista que ele fez com a Inês.
Como diz a Ciça Moura, inveja multi colorida dele :)

José & Pilar


"Se eu tivesse morrido aos 63 anos, antes de te conhecer, morreria muito mais velho do que serei quando chegar a minha hora".

(José Saramago para Pilar Del Río)

*O documentário "José & Pilar", dirigido pelo diretor português Miguel Gonçalves Mendes terá 10 minutos exibidos na FLIP 2010 - na mesa literária que seria de Lou Reed, que cancelou participação.

Traga-me



"(...) Traga-me o medo da escada de caracol.
(...) Traga-me a aparência de quem não chegou a tempo.
(...) Traga-me a salvo o ainda que não abrimos juntos".


(Crônica "Pedido", in: O Amor Esquece de Começar, Carpinejar, p.117)

Febre de sentir


"Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir".

(Livro do Desassossego, Fernando Pessoa, p. 50)

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Mas Luísa dizia que nós vivemos de ficções seletivas


" "O amor é basicamente uma linguagem de pele", dizia Luísa, citando algum personagem do Quarteto.
E eu chamava a atenção para o fato de ela ser tão livresca e perguntar-lhe mordaz, porque ferido pelo fato de um dia ela poder esquecer o cheiro de minha pele, se ela não sabia viver em vez de imitar ficções. Mas Luísa dizia que nós vivemos de ficções seletivas".

(Luísa (Quase uma história de amor), Maria Adelaide Amaral, p. 118)

Uma ânsia de ser feliz maior do que a coordenação dos braços


“Eu amo desorganizado, desavergonhado. Tenho um amor que não é fácil de compreender porque é confuso. Não controlo, não planejo, não guardo para o mês seguinte.
(...)
Amar demais é o mesmo que não amar. A sobra é o mesmo que a falta.
(...)
Não me dou paz um segundo. Medo imenso de perder as amizades, de apertar demais as palavras e estragar o suco, de ser violento com a respiração e virar asma.
(...)
Sofro a incompetência natural para medir a linguagem das laranjas; acredito desde pequeno que tudo que cabe na mão me pertence.
(...)
Uma ânsia de ser feliz maior do que a coordenação dos braços. Um arroubo de abraçar e de se repartir, de se fazer conhecer, que assusta. Parece agressivo, mas é exagerado.
Conto tragédias de forma engraçada, falo de coisas engraçadas como uma tragédia. Nunca o riso ou o choro acontece quando quero".

(Crônica "Bipolar", in: O Amor Esquece de Começar, Carpinejar, p.88-89)

inventei a você para matar a minha sede imensa



"Você não existe. Eu não existo.
Mas estou tão poderoso na minha sede que inventei a você para matar a minha sede imensa.
Você está tão forte na sua fragilidade que inventou a mim para matar a sua sede exata.
Nós nos inventamos um ao outro porque éramos tudo o que precisávamos para continuar vivendo.
E porque nos inventamos um ao outro, porque éramos tudo o que precisávamos, para continuar vivendo.
E porque nos inventamos, eu te confiro poder sobre o meu destino e você me confere poder sobre o teu destino.
Você me dá seu futuro, eu te ofereço meu passado.
Então e assim, somos presente, passado e futuro.
Tempo infinito num só, esse é o eterno."

(Os dragões não conhecem o paraíso, Caio F., p. 65)

Nenhuma relação com gentileza


" - Foi tão gentil em vir esta noite. (Charlotte)
- Gentileza não tem nada a ver com isso. Eu precisava te ver.(George)
- Deixe disso. Sempre que faz algo meigo tem vergonha de admitir.

(Do filme: A Single Man)

E a libra de carne?


"Sublimação tem limite!".

(Selene Kepler, Seminário do Núcleo Avançado da Teoria de J. Lacan, de 22-07-10)

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Sobre livros: Castro Alves


"Oh! Bendito o que semeia/ Livros... livros a mão-cheia.../ E manda o povo pensar!/ O livro caindo n´alma/ É germe - que faz a palma./ É chuva - que faz o mar".

(Castro Alves)

Então, é preciso ser louco para acreditar que alguém o ama?


"Então, é preciso ser louco para acreditar que alguém o ama?
(...)
No que me diz respeito, respondi sem hesitação a esta questão com a afirmativa: sim é preciso ser louco para acreditar que alguém o ama.
O amor, a paixão, a transferência representam os fechamentos de cicatrizes, mais ou menos bem suturadas, (...) desta ferida (ou dilaceramento) ontológica, constituída por uma erotomania principal, fundamental...".

(Gori, R. Lógica das paixões. Rio de Janeiro: Campo Matêmico, 2004. p. 47)

Carta de Freud para Martha


“Não quero porém que minhas cartas fiquem sempre sem resposta, e não te escreverei mais se você não me responder. Eternos monólogos sobre um ser amado, que não são nem ratificados nem alimentado pelo ser amado, acabam em idéias falsas sobre as relações mútuas, e nos tornarão estranhos um ao outro quando nos encontrarmos novamente, e acharmos estão as coisas diferentes do eu, por termos nos certificado delas, se imaginava”.

(Carta de Freud para sua noiva Martha)

#3 Sorteio de livro no Meu Divã

O livro da quinzena é "Raiva nos raios de sol", do gaúcho, publicitário e professor de cinema Fernando Mantelli. A obra é formada por 20 contos.

Mesmo esquema de sempre:

*Colocar nome completo, e-mail e ser seguidor do Meu Divã É Na Cozinha.

Ah, só vale para quem mora no Brasil.

O resultado sai dia 03 de agosto.

Resultado do sorteio do livro "Amo você!"


Resultado do sorteio do livro: Amo Você!

Mariana Peixoto - que já foi avisada por e-mail.

Até o próximo!

Vanessa

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Outro filme para a listinha

Uma música do filme

"- Eu preciso viver isso!" (Joaquim)

(Do filme: Os Desafinados)

A ausência é um estar em mim


“Por muito tempo achei que ausência era falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim”.

(Drummond)

Quanto mais explica-se...


"Tentar descrever os grandes enigmas da vida torna a experiência menos bela".

(Rubem Alves na revista Psique Ciência & Vida de julho - ano V, número 55, p. 66)

Para preencher a solidão


"Acho que a época mais fértil da minha criação foi a infância; foi um mundo de criatividade. Para preencher aquela solidão tão profunda que eu experimentava em meio a tanto ruído, povoei todo o campo, aliás bastante raquítico, com personagens e aparições quase míticas e sobrenaturais".

(Antes que Anoiteça, autobiografia do escritor cubano Reinaldo Arenas, p. 23)

Sobre experiências - de: A Single Man


"- Sabe todo mundo sempre diz que, quando se está mais velho terá toda essa experiência, como algo fantástico. (Potter)
- Grande merda. A cada dia nos tornamos ainda mais insensatos. (George)
- Mesmo?
- Definitivamente, sim.
- Então, toda a sua experiência é inútil?
- Eu não diria isso. Como diz Huxley: a experiência não é o que acontece ao homem, é o que o homem faz com que aconteça a ele".

(Do filme: A Single Man)

Capacidade de sonhar


"Ser romântico não é ser iludido, é ser capaz de sonhar. O sonho é uma ponte para o desejo. Sonhar não é ficar devaneando. É um apontamento para o desejo, para o ato".

(Selene Kepler, psicanalista lacaniana, autora de Desejo de Mulher)

terça-feira, 20 de julho de 2010

O que se esforçou para viver...


"A falta de palavras é também um idioma. O que se esforçou para viver não desaparece".

(Crônica "Para Dois", in: O amor esquece de começar, Carpinejar, p. 101)

Do filme: Out of Africa - II


"- Paguei um preço por tudo o que tenho. (Karen)
- O que exatamente é seu? Não somos donos aqui. Estamos só de passagem. (Blixen)
- A vida é realmente assim tão simples para você? (Karen)
- Talvez eu exija menos dela do que você. (Blixen)
- Não acredito. (Karen)".

(Do filme: Out of Africa)

Mais um filme - de Sydney Pollack

E a música

"- Não esperava gostar tanto de você. (Karen)
- Agora não vai se apaixonar, não é? (Blixen)
- Não por alguém que está sempre de partida". (Karen)

(Do filme: Out of Africa)

* Como se a paixão tivesse algo a ver com a vontade, não, Karen?

Dica de filme: Opium


"- Escreve com muita sensibilidade seus contos. (...) Pergunto-me se é pura imaginação ou realidade. (Professor Winter, diretor da hospital psiquiátrico)
- Pura fantasia, é claro. (Josef Brenner, psiquiatra, psicanalista e escritor)".

(Do filme Opium - um dos mais inspiradores do ano)

outra maneira de dizer: sempre


"Nada é fácil. De forma alguma. Porém, se é verdade que o tempo é imóvel (e apenas as criaturas passam), tudo o que pode importar está germinando no momento presente. Não com o intuito de florescer ou frutificar, mas tão-somente para germinar. Para ser semente. Para dizer agora - o que, desse modo, vem ser apenas uma outra maneira de dizer: sempre".

(Sinfonia em Branco, Adriana Lisboa, p. 215 - que eu acabei de ler)

domingo, 18 de julho de 2010

Patience em dobro - não, ao cubo me abismo

Para ouvir: Patience

Para enxergar: Patience, do Georges Braque

Para ler: Ao cubo me abismo

"A arte está concebida para intranquilizar; a ciência dá confiança".
(Georges Braque)

O que se faz do que se faz


"Não importa o que os outros fazem da gente, mas o que a gente faz do que os outros fazem da gente".

(Sartre)