sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

o tempo, sempre ele

"(...) eu ia te ensinar por que de não em não o tempo se sacia de nós, o tempo nos nega os desejos e nos avilta os sonhos, por que não existe a terra prometida senão em nós, e por que ela está cercada de continentes barrentos e istmos movediços...”

João Carrascoza in: Caderno de um ausente. Cosac Naify, p. 36

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Da dor

Um átimo de dor faz esquecer toda uma vida anterior de felicidade. O tempo bom, por outro lado, demora a se assentar nos ânimos dos que sofreram.

Estevão Azevedo in: Tempo de espalhar pedras. Cosac Naify, p. 130.

domingo, 6 de dezembro de 2015

Acontece que...

Acontece que ela era um ser estranho, solitário, misterioso. Difícil de conviver, mas encantadora nos bons momentos. (...) Mas ela foi se desencontrando de mim, e à medida que ela se afastava, mais e mais eu me empenhava em reconquistá-la.

Jacques Fux in: ‪‎Brochadas‬. Ed. Rocco, p. 58.

Imagem: Cet obscur objet du désir.

P.S.: bartheanamente falando, a grande fruição do leitor: sou eu nas duas primeiras frases!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

da noite

.. pois há pessoas que mal amanhecem entre nós, logo anoitecem.

João Carrascoza in: Caderno de um ausente. Cosac Naify, p. 75.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

coragem, cadê?

Quanto mais mastigava essa pasta de autocomiseração, mais lhe apetecia o sabor inédito da fuga. Mas e a coragem?

Estevão Azevedo in: Tempo de espalhar pedras. Ed. Cosac Naify, p. 84.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

do mutismo

As palavras têm coragem de mostrar o rosto sorridente enquanto o mutismo lhes rasga as costas a chicotadas...


João Carrascoza in: Caderno de um ausente. Cosac Naify, p. 108.