segunda-feira, 25 de abril de 2016

do que é essencial

O que censuro nos jornais é nos fazer prestar atenção, todos os dias, nas coisas insignificantes, ao passo que lemos três ou quatro vezes na vida os livros em que há coisas essenciais.

Marcel Proust

segunda-feira, 18 de abril de 2016

do silêncio

Que força tem o silêncio quando se estende muito além do incômodo imediato, muito além da mágoa.

Julián Fuks in: A resistência. Companhia das Letras, p. 15.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

das certezas

Ninguém me tira
a certeza de ter te habitado.

Poesias nunca publicadas de Caio Fernando Abreu. Ed. Record, p. 33.

domingo, 3 de abril de 2016

do livro

(...) Conhece A. Lobo Antunes? Lobo Antunes enunciou, em conferência, O livro é o travesseiro que o escritor vai fazendo, durante a vida, para se deitar. E meu amigo Humberto Werneck, ele foi o mediador da conferência, disse-me Não é para se deitar e ver televisão, não, Felipe, é muito mais sério: é para se deitar e morrer. Morrer. É o corpo lavado com água, envolto em mortalha, colocado em uma simples caixa de madeira.

Felipe Franco Munhoz in: Mentiras. Ed. Nós, p. 13-14.

sábado, 2 de abril de 2016

do escrever

(...) e depois foi-me passando a raiva, digam o que disserem é sempre por causa disso que se escreve, a raiva é a gasolina do espírito, o engenho e a arte vêm por acréscimo, e a mim passou-me.

Inês Pedrosa in: Desnorte. Ed. Dom Quixote.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

disponibilidade distante

Marguerite é de uma disponibilidade distante, talvez altiva mas sem desprezo. Exatamente com aquele olhar que não consegue não ser de uma zombaria impiedosa. O homem compreende que a conquistará, mas a preço de sofrimento.

Frédérique Lebelley in: Marguerite Duras - uma vida por escrito.