sábado, 31 de outubro de 2009

Vocação

- Uma vez eu li que há três pré-requisitos para a felicidade - disse Pingo: - ser egoísta, saudável e limitado. Inútil ser apenas egoísta e saudável. Se você não for limitado não tem a menor chance de ser feliz. Acho que isso nos exclui a todos - acrescentou depois de uma pausa.
- Isso é tolice. Eu era feliz e não me considero uma pessoa limitada.
- A Simone de Beauvoir dizia que tinha a vocaçãa da felicidade - disse Pingo, lembrando-se de que essa era uma das citações favoritas de Lena, embora ela não tivesse a vocação da felicidade".

(Aos meus amigos, Maria Adelaide Amaral)

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Importa


"Qual a utilidade de admirar um quadro, ler uma poesia, tomar um banho de mar, ouvir música brasileira, escrever uma carta de amor? Deveria ainda provocar: e qual é a utilidade de fazer análise? Não é o que perguntam certos psiquiatras ditos biológicos? Nenhuma. A psicanálise é tão pouco útil quanto uma mulher, daí toda a sua importância. Ela importa, "apesar de você impirista", como diria Chico. Ela se impõe".

(A mulher e o analista - Você quer o que deseja? , Jorge Forbes)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Outra coisa


"Desejar, lembrava Lacan, é sempre desejar outra coisa, a ponto de podermos agradecer a quem não nos dá o que foi pedido".

(Você quer o que deseja
?, Jorge Forbes)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

De A Amadora


"Ele ficou alguns segundos em silêncio, eu também não sabia o que dizer, tanta coisa e as palavras escapavam e não vinha uma frase inteira. Ele enfim, me salvou, objetivo como uma seta".

(A Amadora, Ana Ferreira)

domingo, 25 de outubro de 2009

Crumble de Banana com Calda de Chocolate



Bananas

6 bananas nanicas ou prata
Suco de 1/2 limão
1/2 xícara de açúcar
1 colher de sopa de canela

Coloque as bananas em um refratário e jogue o limão, acrescente por cima o açúcar e a canela misturados. Reserve.

Crumble

1 xícara de farinha de trigo
1/2 pacote de manteiga levemente gelada
1/2 xícara de nozes picadas em pedaços pequenos
1/2 xícara de açúcar
1 colher de sopa de canela em pó

Misture todos os ingredientes em uma tigela com as mãos até virar uma farofa grossa. Coloque por cima da banana. Leve ao forno por aproximadamente 30 a 35 minutos em forno médio (200C), ou até dourar a cobertura.

Calda:

2 xícaras de leite
1 colher de sopa de manteiga
8 colheres de sopa de chocolate em pó
2 colheres de sopa açúcar

Leve todos os ingredientes ao fogo brando até soltar da panela como em ponto de brigadeiro mole. Esperar ficar morna e empregar.

Sirva com sorvete de creme ou baunilha.

sábado, 24 de outubro de 2009

Esse obscuro objeto de desejo


"Sucederam-se duas manhãs, duas tarde e duas noites intermináveis. Eu estava feliz, doente, angustiado. Entre os sentimentos contraditórios que me agitavam, acho que prevalecia o contentamento, um contentamento turvo e quase doloroso.

Posso dizer que durante essas quarenta e oito horas imaginei umas cem vezes "o que ia contecer", o enredo, as palavras e até os silêncios. Sem querer, a minha fantasia mostrava o papel iminente que me aguardava".

(La femme et le pantim, Pierre Louÿs)

Imagem: Esse obscuro objeto de desejo, de Buñuel)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

...


"(...) teria olhos verdes? Era fascinado por olhos verdes, como se as pessoas de olhos verdes nunca revelassem tudo, escondendo por trás daquela cor uma vida secreta, profunda, como a dos gatos".

(Limite Branco, Caio F.)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Omelete

Panqueca de carne seca com catupiry

Blinis com creme azedo

Última coluna

Conte!


"Conte, conte, o universo é feito de histórias, não de átomos".

(Muriel Rukeyser)

Imagem: Ralph Steadman

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Sedes e fontes


"Mas há fontes que - alguém entre nós certamente pensou - assim que delas se bebe provocam ainda mais sede, em vez de aplacá-la".

(O Castelo dos Destinos Cruzados, Italo Calvino)

Imagem: Giovanni Segantini

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Suflê de legumes

Farofa simples

Quiche lorraine

Brócolis sauté com chips de alho

Ou ou ou


" - Não sei se a gente tem saudade daquilo que realmente viveu ou daquilo que pensou ter vivido ou daquilo que desejou viver. A memória seleciona e idealiza - disse Pedro, lembrando-se do tempo em que era um sucesso, e do qual sentia uma saudade dolorosa no presente".

(Aos meus amigos, Maria Adelaide Amaral)

Imagem: Escher.

domingo, 18 de outubro de 2009

Pequenas ficções


"Àquilo que lembramos, falta o duro traço do fato. Para nos ajudarmos criamos pequenas ficções, cenários altamente sutis e individuais que possam esclarecer e modelar nossa vivência. O acontecimento recordado torna-se ficção, uma estrtura feita para acomodar certos sentimentos. A mim, isso se torna evidente. Não fora por essas estruturas, a arte seria pessoal demais para que o artista a criasse, mais ainda para que a platéia a compreendesse. Até o cinema, a mais literal de todas as artes, é editado".

(Jerzy Kosinski, escritor e ator judeu, citado em Medo de Voar, Erica Jong)

sábado, 17 de outubro de 2009

Saramago


"Do meu ponto de vista, há apenas um lugar onde existe deus ou o diabo, ou o bem e o mal, que é na minha cabeça. Fora da minha cabeça, fora da cabeça do homem, não há nada".

(José Saramago, Entrevista Embate com Deus, Jornal O Globo, Caderno Prosa & Verso, 17-10-09, p.6 )

Imagem: Goya

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Da semana passada


"Acreditamos, em geral, que os sentimentos são transparentes e puros, e que eles nos conduzem diretamente à verdade. Será? Dominado pelo ciúme, Pollux crê que o padrasto quer matá-lo. Primeiro, empurrando-o para os trilhos do metrô. Depois, afogando-o em um lago. Por fim, atropelando-o. Seus sinceros sentimentos o levam a ver o que não existe. Em vez de inofensivos e singelos, os sentimentos deformam a verdade.
(...) O amor não é só um sentimento profundo; ele deforma nossos semblantes. Ele nos desenha e condena.
(...) Acontece que, em vez de encobrir a verdade, as máscaras a ressaltam. É quando deparamos com o encoberto (e não com o nu) que vemos, enfim, alguma coisa da verdade - porque a verdade, ela mesma, nunca se deixa ver. Frescos e inocentes, os sentimentos, muitas vezes, nos cegam. Só as máscaras (a ficção) chegam a roçar o rosto da verdade".
(As máscaras de Rhodes, José Castello, 10-10-09, O Globo, Prosa & Verso, p. 4)

Imagem: Helmut Middendorf

Torta amarela


1 lt. de milho verde escorrido
1 x. óleo
2 x. leite
sal a gosto
1 x. e meia de farinha de trigo
1 x. de amido de milho
1 colher (sopa) de fermento em pó

Recheio:
1 copo de requeijão cremoso (250 g)
2 lts. de milho verde escorrido - eu sustituí por seleta de legumes

No liquidificador, bata metade do milho, o óleo, leite, ovos e sal por 5 minutos, ou até ficar homogêneo. Adicione o trigo, amido de milho, fermento e bata por mais 5 minutos. Despeje metade da massa em uma fôrma de 22cm de diântro untada e enfarinhada. Espalhe o requeijão, o milho, e cubra com o restante da massa. Leve ao forno, médio, preaquecido, por 40 minutos ou até que enfiar um palito, ele saia limpo. Retire do forno, desenforme, decore como desejar e sirva.

Bolo de maracujá e chocolate


4 ovos
1 pote de iogurte (200 ml)
Três quartos de xícara de óleo
1 xíc. leite
2 maracujás médios
2 xíc. de açúcar
3 xíc. farinha de trigo
1 col. (sopa) de fermento em pó
100 g chocolate ao leite picado

1)Bata no liquidificador os ovos, iogurte, óleo, leite, polpa dos maracujás e açúcar.
2) Transfira para uma tigela e misture a farinha de trigo e o fermento.
3) Coloque a mistura em uma assadeira média untada e enfarinhada.
4) Salpique o chocolate picado e leve ao forno médio, preaquecido, por cerca de 30 minutos.

Lendo madrugada passada


















"Ela vive como se estivesse constantemente à beira de alguma grande realização. Como se estivesse aguardando o Príncipe Encantado, para levá-la dali, "tirá-la de tudo aquilo". Tudo o quê? A solidão de viver diante de sua própria alma? A certeza de ser ela própria, em vez de metade de outra coisa?".

(Medo de Voar, Erica Jong)

Imagem: Sophie Anderson

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

O preço do desejo


Por La Kepler

1) A gente só sabe da realização do desejo pelo ato.

2) O desejo não tem garantia de satisfação, só se sabe a posteriori.

3) Você tem que ter fundos. Vale a pena? Tem penalização. Vale a perda pelo que eu vou ganhar?

Imagem: Man Ray.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

-

"Sentia desassogo, ansiedade, inquietação e um pouco de amargura, tristeza, solidão. Sempre lhe acontecia a mesma coisa quando terminava um livro. Ele chamava isso de convalescença".

(Nosso GG em Havana, Pedro Juan Gutiérrez)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Pequeno romance de bolso


"A fantasia é um pequeno romance de bolso que carregamos sempre conosco e podemos abrir em qualquer lugar sem que ninguém veja nada nele (...) Acontece às vezes de essa fábula interior torne-se onipresente no nosso espírito e, sem nos darmos conta, interferir entre nós e a realidade imediata. Concluímos então que muita gente vive, ama, sofre e morre sem saber que véu sempre deformou a realidade dos seus laços afetivos".
(A Fantasia, J. -D. Nasio)

Imagem: Vania Mignone

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Outros olhos e armadilhas


As coisas não precisam de você

Quem disse que eu tinha que precisar

As luzes brilham no Vidigal

E não precisam de você

Os dois irmãos também não ..... precisam

O hotel Marina quando acende

Não é por nós dois

Nem lembra o nosso amor

Os inocentes do Leblon

Esses nem sabem de você (nem vão querer saber)

E o farol da ilha só gira agora

Por outros olhos e armadilhas

Outros olhos e armadilhas

Outros olhos e armadilhas

(Virgem, Marina Lima - que escreveu essa música contemplando essa paisagem)

Sobre escrever - por EJ


"Não estou muito certa de que modo escrever muda as coisas, mas sei que muda. De modo indireto - como as trilhas da minhoca areando a terra; nem sempre intencional como as caudas de poeira brilhante arrastada pelos cometas. Mas, realmente, tem um efeito no cosmo. Antes de serem escritas, as coisas não existem da mesma forma. O ato de fixá-las em palavras acrescenta-lhes um significado de moeda que pode ser negociada. Sempre desejei cunhar essa moeda: ser uma "mulher de letras" - qualquer que seja o significado desta antiga expressão".

(O que as mulheres querem?, Erica Jong, sempre ela)

domingo, 11 de outubro de 2009

Transformando em ficção
















"Mas a escolha entre a pílula azul e a vermelha não é verdadeiramente uma escolha entre ilusão e realidade. É claro que a Matrix é uma máquina de produzir ficções, mas são ficções que já estruturam nossa realidade. Se tirarmos da realidade as ficções simbólicas que a regulam, perdemos a nossa própria realidade. Eu quero uma terceira pílula. Mas o que é a terceira pílula? Certamente não algum tipo de pílula transcendental que conduza a uma experiência religiosa tipo fast-food, mas uma pílula que me permita perceber, não a realidade por trás da ilusão, mas a realidade contida na própria ilusão. Se algo se torna muito traumático, muito violento, ou está muito cheio de gozo, as coordenadas de nossa realidade se estremecem. Precisamos transformar isso em ficção".

(The pervert´s guide to cinema, Slavoj Žižek)

sábado, 10 de outubro de 2009

É difícil se livrar de um fantasma


"Solaris é a história de Kelvin, um psicólogo que é enviado em um foguete para uma espaçonave em órbita de Solaris, um planeta recém descoberto. Há relatos de coisas estranhas ocorrendo na espaçonave. Todos os cientistas estão enlouquecendo, e então Kelvin descobre o que está acontecendo. Este planeta tem a habilidade mágica de realizar diretamente nossos mais profundos traumas, sonhos, medos e desejos. O lado mais profundo de nossa intimidade. O herói do filme encontra em certa manhã sua falecida esposa, que se suicidara anos antes. Então ele realiza não tanto seu desejo, mas seu sentimento de culpa. Quando o herói é confrontado com esse tipo de clone espectral, de sua esposa morta, apesar de ele aparentar ser profundamente acolhedor, sensível, reflexivo, etc., seu problema é basicamente como se livrar dela. O que torna Solaris tão tocante é que, ao menos potencialmente, o filme nos confronta com essa posição subjetiva trágica da mulher, sua esposa, que sabe que não tem consistência, que não possui um ser completo. Por exemplo, ela tem lapsos de memória porque ela sabe apenas o que ele sabe que ela sabe. Ela é apenas seu sonho realizado. E seu verdadeiro amor por ele é expresso em suas tentativas desesperadas de se eliminar, bebendo veneno ou sei lá o quê, só para deixar o terreno livre, porque ela supõe que ele queira isso. É relativamente fácil se livrar de uma pessoa real. Pode-se abandoná-la, matá-la, etc.Mas de um fantasma, de uma presença espectral, é muito mais difícil se livrar. Ele se fixa em você como uma presença sombria. O que temos aqui é a mitologia masculina mais básica. Esta ideia de que uma mulher não existe por si mesma. Que uma mulher é simplesmente um sonho masculino realizado, ou mesmo, como dizem os anti-feministas radicais, a culpa masculina realizada. A mulher existe porque o desejo masculino tornou-se impuro. Se um homem purifica seu desejo, livra-se do material sujo, de suas fantasias, a mulher deixa de existir. Ao final do filme, assistimos a um tipo de comunhão sagrada, uma reconciliação dele, não com sua esposa, mas com seu pai".

(The pervert´s guide to cinema, Slavoj Žižek)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Alien













"É como se contemplássemos a repetição da famosa cena de “Alien: o oitavo passageiro”, de Ridley Scott. É como se esperássemos que algum tipo terrível de bicho alienígena de feições malignas pulasse para fora. Há um desequilíbrio fundamental, uma distância, entre nossa energia psíquica denominada “libido” por Freud, essa energia vital inesgotável que persiste para além da vida e da morte, e a pobre realidade, finita e mortal do nosso corpo. Não se trata apenas de sermos patologicamente possuídos por fantasmas. A lição que devemos aprender, e que os filmes tentam evitar, é que nós mesmos somos os alienígenas. Nosso ego, nossa função psíquica, é uma força alienígena, que distorce e controla nossos corpos".

(The pervert´s guide to cinema, Slavoj Žižek)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Escrever


"Escrever é tantas vezes lembrar-se do que nunca existiu".
(A descoberta do mundo, Clarice Lispector)

Imagem: Miró.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Trilogia do coração




















"Meu coração é um poço de mel, no centro de um jardim encantado, alimentando beija-flores que, depois de prová-lo, transformam-se magicamente em cavalos brancos alados que voam para longe, em direção à estrela Veja. Levam junto quem me ama, me levam junto também".


(Caio F., Coração, Pequenas Epifanias)

Imagem: Sandor Bortnyik

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Coração - II


"Meu coração é um bar de uma única mesa, debruçado sobre a qual um único bêbado bebe um único copo de bourbon, contemplado por um único garçom. Ao fundo, Tom Waits geme um único verso arranhado. Rouco, louco".

(Pequenas Epifanias, Caio F.)

Imagem: Jan Steen

Coração - III


"Meu coração é o laboratório de um cientista louco varrido, criando sem parar Frankensteins monstruosos que sempre acabam destruindo tudo".

(Caio F., Pequenas Epifanias - meu livro mais especial)

Imagem: Franz Stuck

(...)


"(...) por onde anda você, tão distanciada, tão silenciosa? Em que nova galáxia posso te encontrar outra vez (...) Vezenquando baixa uma saudade, quase sempre..."

(Caio F., em carta para Vera Antoun)

Imagem: Flandrim.


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Mas...


"Compreender tudo não é perdoar tudo. A análise nos ensina não apenas o que podemos suportar, mas também o que podemos evitar".

(Freud)

Imagem: Ralf Steadman

sábado, 3 de outubro de 2009

Retas e círculos

"Habituara-me, como todo o mundo, a contar o tempo como se fosse uma linha reta na qual caminhávamos para a frente, o passado ficando para trás, como uma perda irrecuperável. Não descobrira ainda que o tempo é composto de círculos interligados dentro dos quais giramos, que não nos foi dada faculdade de perder nada, de abandonar nada, e que isso pode ser tanto uma vitória quanto uma maldição".

(O penhoar chinês, Rachel Jardim)

Imagem: Paul Albert Leitner

Variações do mesmo tema


"(...) Promessas sinceras, mas as palavras, você sabe, só têm importância no momento em que são ditas. (...) E saiu da minha vida como entrara: com flores e um cartão. Em resumo: nada muito original.
- A paixão tem que ser original?
- Não há nada muito original na paixão. As pessoas quase sempre fazem e dizem as mesmas coisas. Com pequenas variações.
- Em resumo: a paixão é perda de tempo.
- Perda de tempo é viver sem paixão".

(Estrela Nua, Maria Adelaide Amaral)

Imagem: Vania Mignone

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Um nome


"Ao nomear o diabo, ele não fica tão amedrontador".

(Jorge Forbes)

Imagem: Goya

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

...


"Para captar algo válido da vida, parece-me que o escritor tem que pôr fim à distinção entre vida pública e privada".
(Grégoire Bouillier)