sexta-feira, 23 de julho de 2010
Uma ânsia de ser feliz maior do que a coordenação dos braços
“Eu amo desorganizado, desavergonhado. Tenho um amor que não é fácil de compreender porque é confuso. Não controlo, não planejo, não guardo para o mês seguinte.
(...)
Amar demais é o mesmo que não amar. A sobra é o mesmo que a falta.
(...)
Não me dou paz um segundo. Medo imenso de perder as amizades, de apertar demais as palavras e estragar o suco, de ser violento com a respiração e virar asma.
(...)
Sofro a incompetência natural para medir a linguagem das laranjas; acredito desde pequeno que tudo que cabe na mão me pertence.
(...)
Uma ânsia de ser feliz maior do que a coordenação dos braços. Um arroubo de abraçar e de se repartir, de se fazer conhecer, que assusta. Parece agressivo, mas é exagerado.
Conto tragédias de forma engraçada, falo de coisas engraçadas como uma tragédia. Nunca o riso ou o choro acontece quando quero".
(Crônica "Bipolar", in: O Amor Esquece de Começar, Carpinejar, p.88-89)
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a propósito de coordenação, articulação, organização... li, no marcantónio, um verso que me tocou profundamente e que julgo encaixar perfeitamente neste teu trecho:
ResponderExcluir"No seu vôo (de geometria arbitrária)
Montam e desmontam constelações"
há tanto que se consegue algures no meio do caos...
um beijinho!
ups, na verdade era dois versos :-)
ResponderExcluiré.
ResponderExcluirincordenação dos braços.
lindo.
obrigada. de novo
Interessante todos os fragmentos de textos que colocas aqui. Muito bom. Parabéns!
ResponderExcluirMinha cara tudo isso!
ResponderExcluir=]
Tenho que ler este livro tia!
E o inesperado é sempre a grande atração!
ResponderExcluir"Nunca o riso ou o choro acontece quando quero"
ResponderExcluirPura verdade
"acredito desde pequeno que tudo que cabe na mão me pertence."
ResponderExcluirIsso não me é estranho.. rs
Um transbordante, esse aí. ;)
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