"Não diz nada, você não diz nada. Apenas olha para mim, sorri. Quanto tempo dura? Faz pouco despencou uma estrela e fizemos, ao mesmo tempo e em silêncio, um pedido, dois pedidos. Pedi para saber tocá-lo. Você não me conta seus desejos. Sorri com os olhos, com a mesma boca que mais tarde, um dia, depois daqui, poderá me dizer: não. Há uma espécie de heroísmo então quando estendo o braço, alongo as mãos, abro os dedos e brota. Toco. Perto da minha a boca se entreabre lenta, úmida, cigarro, chiclete, conhaque, vermelha, os dentes se chocam, leve ruído, as línguas se misturam. Naufrago em tua boca, esqueço, mastigo tua saliva, afundo. Escuridão e umidade, calor rijo do teu corpo contra a minha coxa, calor rijo do meu corpo contra a tua coxa".
[Anotações sobre um amor urbano, Ovelhas Negras, Caio F.]
quarta-feira, 9 de março de 2011
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Ui!
ResponderExcluirjá perdi as contas de quantas vezes reli estes fragmentos.
ResponderExcluirIntenso. Pulsante.
ResponderExcluiresse eu não li dele. devo :)
ResponderExcluirbeijos
aiaiai!
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