sábado, 19 de junho de 2010

sofrendo bastante, vivendo e sangrando e amando, Caio teria vivência para escrever
















"A coisa não deu certo, claro. Emediato ficou constrangido, Caio decepcionado. Sua mania de se apaixonar por homens obviamente heterossexuais talvez fosse uma forma de defesa, de auto-sabotagem, de garantir desde o começo que não daria certo, para que assim sua liberdade e individualidade fossem mantidas intactas. Ah, e é claro: sofrendo bastante, vivendo e sangrando e amando, Caio teria vivência para escrever. Teria assunto. O mito do artista sofredor parecia calar fundo no coração do escritor".

(Caio Fernando Abreu - inventário de um escritor irremediável, Jeanne Callegari, pgs. 83-84)

6 comentários:

  1. Desejar o impossível é uma forma, intrincada, de não desejar.
    A propósito do tema, há um livro chamado O ciclo da auto-sabotagem, de Stanley Rosner e Patrícia Hermes.

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  2. Ahhh entendo bem dessas coisas de sabotagem ou como digo "boicote" faço isso constantemente comigo mesma...

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  3. tenho uma bela e aconchegante concha sempre a me esperar...mas, na verdade, minha alma gosta de sorrir...

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  4. Me fez lembrar um fragmento de Miller...
    beijos

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  5. Análise na veia. Os (des)caminhos curiosos q traçamos...

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