segunda-feira, 28 de junho de 2010

A insustentável sensação de deslocamento



"Algumas coisas ferem demasiado. Um simples virar de rosto. A conversa interrompida sem nenhum gesto brusco. O silêncio que se instaura torrencial como uma tempestade de verão. A notícia de alguém querido que partiu. Tudo o que deixa o coração destronado. A saliva que não se consegue engolir. Nesses momentos, tenho a impressão que o grande abismo da existência nos abocanha com a força de mil locomotivas. É como invadir a ordem estabelecida de uma casa, minar os seus alicerces. Todo ser humano já deve ter sentido isso alguma vez. A insustentável sensação de deslocamento".

(O Ulisses no supermercado, José de Assis Freitas Filho, p. 22 - O Assis escreve para este blog aqui)

6 comentários:

  1. Claro que todos já sentimos esse sentimento! E não é bom...

    Bjito directamente da Lua

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  2. Sinto-me acolhido em teu Divã, e mimado,

    beijo

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  3. Ah, Vanessa...
    Nem sempre as pessoas percebem que nos ferem ... e nós percebemos de forma tão sutil, que se ignorássemos a dor, sofreríamos menos...
    Mas não ignoramos. Nos atemos aos mínimos detalhes.
    E sofremos por sermos tão intensos.


    Beijo

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  4. Mais fácil ficar onde se está. Mas... Como saber sem se deslocar? Há os q nascem para âncora.

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