sábado, 12 de junho de 2010
Ora, ora, ora
"Raul era dotado de um bizarro caráter: ora alegre, ora triste; ora falador - sem poder estar um minuto calado - ora conservando-se longo tempo silencioso, imerso em profunda meditação. Por coisas insignificantes, assaltavam-no às vezes terríveis cóleras: lembro-me de que um dia, só por não querer adotar uma opinião sua, me atirou com um insulto obsceno, acompanhado de um pesado tinteiro de vidro que, se me acertasse, podia muito bem dar cabo de mim. Mas as suas cóleras logo abrandavam; a chorar, pedia perdão. Eu perdoava-lhe sempre..."
(Loucura, Mário de Sá-Carneiro)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Conheço uma menina hiperativa e multipolar tal qual Raul. Porém é delicada, seus rompantes, calculados.
ResponderExcluirAdoro Sá-Carneiro. Que boa companhia, a despeito de ser péssima influência para os coléricos como tu... rs
Raul era eu? o.O
ResponderExcluirLiiindo, realmente, era eu.