terça-feira, 26 de abril de 2011

Žižek e Krzystof Kieslowski


A liberdade é azul
“(…) quando uma pessoa permanece traumaticamente ligada a uma relação passada, idealizando-a, elevando-a a um nível que todas as relações futuras nunca atingirão, podemos estar seguros de que essa idealização excessiva serve para ofuscar o fato de haver algo muito errado nessa relação. O único sinal fidedigno de uma relação verdadeiramente satisfatória é, após o falecimento do outro, o sobrevivente estar pronto para encontrar um novo parceiro.”

(Slavoj Žižek in: Lacrimae rerum. Ensaio: A teologia materialista de Krzystof Kieslowski. Boitempo Editorial, p. 65)

12 comentários:

  1. Pensando aqui... isto é SUPER verdade.

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  2. Bom... então não existem relações verdadeiramente satisfatórias... um brinde ao amor...

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  3. Uma relação saudável gera vida, não morte ou dependência.

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  4. Quem nega essa afirmação vive relações doentias de pseudo-amor (pois só é amor se é satisfatório). Texto precioso esse.

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  5. Que perigoso, não?
    Para mim, amores e pessoas que passam por nossas vidas, sempre terão uma faísca dentro de nós.

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  6. ¨O único sinal fidedigno de uma relação verdadeiramente satisfatória é, após o falecimento do outro, o sobrevivente estar pronto para encontrar um novo parceiro.”


    E se sobreviverem isso sim é amor, o fim da idealização, porque sendo assim todos os atributos do amor terão a chance de serem postos em prática. É nessa hora que se torna perceptível o cheiro do feijão queimado.

    Gostei Vanessa dessa citação e vou transcrever referendando o Vem cá Luisa, me dá tua mão...

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  7. Oh, Vanessa!
    Sou um grande admirador de Kieslowski, como já te disse a respeito.
    Kieslowski conseguia colocar o "Dasein" do existencialismo na lente da câmera, filmando uma bolha de sabão; um olhar; conseguia falar das cores de forma psicológica ou misteriosa; Todos filmes que pude ver dele, me mudaram esteticamente, e me espantaram à maneira filosófica;
    "Não matarás", "Não amarás", "Amar a Deus sobre todas as coisas" "Dupla vida de Véronique" e a grande "Trilogia das cores".
    Obrigado por postar isto, não conhecia este texto de Žižek!

    27 de abril de 2011 01:39

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  8. Aiii esses amores que acabam, mas não morrem e deixam marcas profundas no coração da gente...

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  9. As vezes me preocupa essa questão da procura do novo amor, sempre UM novo amor. As vezes não é traumático, nem idealizado, as vezes só não desejamos mais buscar esse novo amor, ouço muito isso, a busca do novo amor, em palvaras bonitas, mas me soa muito como a fila anda....como uma obrigação. Alguns amores não podem ser, mas realmente nunca morrem. Não acredito em certo ou errado, apenas em opções. Nem todos querem buscar UM amor. pois seria apenas mais UM.

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  10. O amor vivido numa relação realmente satisfatória seria, então, sem apego após seu fim?
    Kieslowski é um gênio, e estou descobrindo Žižek através deste blog.
    Perfeito!

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  11. O edipo é a nossa primeira relação falsidade...herdeiro do pré -edipo.

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