Elegy |
"Não havia o menor vestígio de sadismo em Consuela. Nem mesmo o sadismo da indiferença, que muitas vezes acompanha a perfeição naquele grau. Ela era careta demais para ser cruel, bondosa demais. (...) Por sorte, Consuela, como a maioria das pessoas, não tinha o hábito de pensar as coisas até as últimas consequências e, embora ela tivesse conseguido fazer acontecer tudo o que houvera entre nós, jamais compreendeu tudo o que havia acontecido. Se tivesse compreendido, e se, além disso, tivesse a menor tendência a gostar de atormentar um homem alucinado de paixão, eu teria sido devastado, inteiramente posto a pique por minha própria Baleia Branca."
(Philip Roth in: O animal agonizante. Ed. Companhia das Letras, p. 104)
Só um leve charme sensual e um toque de descompromisso com a vida.
ResponderExcluirE quantas vezes queremos de fato que isso aconteça, ser arrebatado e ficar delirante.
ResponderExcluirAbraços
Não sei o que é pior, indiferença ou pena.
ResponderExcluirVer Penélope na foto lembra-me de Almodóvar e suas interpretações de mulheres.
Casou perfeitamente com a citação.
Bju,
K.
e ainda bem que existem essas pessoas sem "o menor vestígio de sadismo", "nem mesmo o sadismo da indiferença" - porque a indiferença é aquela coisa de fingir que não existe, fingir que é um gelo. Haja saco pra quem finge, mata-se aos poucos a vida de dentro.
ResponderExcluirbjs
Não li o livro (ainda), mas sou apaixonada pelo filme!!!
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