sábado, 2 de abril de 2011

Amor foge a dicionários


As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,

Não precisas ser amante,

e nem sempre sabes sê-lo.

Eu te amo porque te amo.

Amor é estado de graça

e com amor não se paga.


Amor é dado de graça,

é semeado no vento,

na cachoeira, no eclipse.

Amor foge a dicionários

e a regulamentos vários.


Eu te amo porque não amo

bastante ou demais a mim.

Porque amor não se troca,

não se conjuga nem se ama.

Porque amor é amor a nada,

feliz e forte em si mesmo.


Amor é primo da morte,

e da morte vencedor,

por mais que o matem (e matam)

a cada instante de amor.

(Carlos Drummond de Andrade)

9 comentários:

  1. Lindo poema e perfeita a tua escolha.
    Um grande bj querida amiga

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  2. Estava com isto na cabeça e me lembrou bastante mesmo sendo de outro sentimento...
    "...é prima irmã das horas meio-irmão do vento..."
    Um beijo mocinha!

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  3. Escrevi esse poema na carta para o meu namorado há quatro dias. Drummond é maravilhoso.

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