"Quando pensava nela, parecia-lhe surpreendente que tivesse deixado aquela garota com seu violino ir embora. (...) É assim que todo um curso de uma vida pode ser desviado - por não se fazer nada. Na praia de Chesil, ele poderia ter gritado o nome de Florence, poderia ter ido atrás dela. Em vez disso, ele permaneceu num silêncio frio e honrado, na penumbra do verão, a observá-la em sua precipitação ao longo da orla, o som do seu avanço difícil perdendo-se entre o das pequenas ondas a quebrar na praia, até ela ser apenas um ponto borrado, desaparecendo na estrada estreita e infinita de seixos bilhando sob a luz pálida."
(Ian McEwan in: Na praia. Ed. Companhia das Letras, p. 128)
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Puxa, queria negritar toda a postagem no discurso interno das minhas vontades para aplaudi-las , realça-las, motivá-las
ResponderExcluir... nada fazer é terrivel !
Quantas vezes já não fiz algo parecido? O pior arrependimento é o daquilo que ficou por ser feito.
ResponderExcluirOlá,
ResponderExcluirComecei um blog há pouco
Espero você lá
Sigo-te
p.s.: amei teu espaço
Gostei do trecho, me interessou em procurar o restante dele...
ResponderExcluir***
O Café de Fita voltou, passa lá!
www.cafedefita.blogspot.com
Quanta coisa desviamos por nada fazer...
ResponderExcluirBoa semana!
a inércia: o cancro social do homem (se bem que há acções que a glorificam, tantos e tão perniciosos são os efeitos que geram).
ResponderExcluirbeijos, vanessa!
'É assim que todo um curso de uma vida pode ser desviado - por não se fazer nada...'
ResponderExcluirNossa, não poderia ser mais enfático e vir de encontro com o que tenho sentido mais do que isso.