sábado, 2 de julho de 2011
Ernest Hemingway: entre livros e bebedeiras
Ernest Hemingway foi um grande escritor. E um grande bebedor também. Começou sua vida etílica cedo, aos 19 anos, quando era repórter de um jornal em Kansas City, nos Estados Unidos. A adrenalina de ser repórter não lhe bastava, queria mais. Resolveu trabalhar como motorista de ambulância, durante a Primeira Guerra Mundial.
Feriu-se seriamente e se curou. Não aprendendo a lição, foi correspondente da Guerra Civil Espanhola (1937) e, em seguida, da Segunda Guerra Mundial. Enquanto os repórteres se escondiam das balas, ele lutava e escrevia, apesar de civil. Morou um tempo em Havana, onde ficou conhecido por bolar drinques fortes à base de rum.
Fez sucesso na Europa e Estados Unidos. Suas reportagens eram viscerais. Na escrita de seus romances, escolheu temas que o apeteciam na vida real: bebidas, brigas entre homens, sexo, touradas, pescarias e caçadas. Ernest tirava de seus cinco sentidos a inspiração. A tensão do pescador atormentado em O velho e o mar, ao que consta, foi vivida na década de 50, depois do escritor ter bebido todas em um bar, distribuído socos em quatro contrabandistas que o desafiaram e encarado, em seu diminuto barco, três dias de tempestade. Depois de ser atacado por tubarões, pescar um atum maior que sua própria estatura ele resmunga, ao retornar, que a viagem fora péssima. “A bebida acabou no segundo dia”, disse.
Dizem que gostava tanto de beber que passou a usar uísque como loção de barba. Nas touradas que freqüentava na Espanha e Portugal, costumava pular a arquibancada e ir atrás dos animais, com uma garrafa nas mãos. Era salvo sempre. Sua saúde, com tantas aventuras, ia se esfacelando. Depressivo, sobreviveu a um desastre aéreo na África. Saiu da floresta carregando um cacho de bananas e uma garrafa de gim (que conseguiu salvar antes que o avião explodisse). Ganhou o Pulitzer em 1953 e suicidou-se em 1961.
Texto: Vanessa Souza Moraes
Fonte: Ulisses Tavares in: “Hic!stórias! Os maiores porres da humanidade” (Ed. Panda Books, 2009)
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Panda books \o/
ResponderExcluirAdoro falar Ernest Hemingway. Foneticamente, só perde pra F. Scott Fitzgerald.
"Suicidou-se". Por que leio isso na biografia dos melhores? =/
\o/
ResponderExcluirGrande história, não podemos discordar que teve uma vida bem agitada rs. Pena que se suicidou.
ResponderExcluirOlá, Vanessa!
ResponderExcluirAdorei o texto, estou ansioso por novas histórias de ébrios brilhantes!
Eis um problema se fôssemos julgar um artista pela moral da sociedade; O artista sincero acaba sendo seu próprio objeto de tese, ao viver artisticamente. Ainda bem, sem moralismo, apenas arte.
viveu livremente...
ResponderExcluirVeja isso, mana: http://www.guardian.co.uk/books/2011/jul/03/fbi-and-ernest-hemingway
ResponderExcluirE isso: http://biblioklept.org/2011/07/02/ernest-hemingways-suicide-gun/
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