quarta-feira, 20 de julho de 2011

Um pontinho no nariz

500 days of Summer
"Rusbrock [personagem de Dostoievski] está enterrado há cinco anos; é desenterrado; seu corpo está intacto e puro (pudera! Senão não haveria história); mas: ‘havia apenas um pontinho no nariz que tinha um leve traço de decomposição’.
Sobre a figura perfeita e como embalsamada do outro (que tanto me fascina), percebo de repente um pouco de decomposição. É um ponto mínimo: um gesto, uma palavra, um objeto, uma roupa, alguma coisa insólita que surge (que aponta) de uma região de que eu nunca havia suspeitado antes, e devolve bruscamente o objeto amado a um mundo medíocre.
Fico alarmado: ouço um contra-rimo: algo como um síncope na lida frase do ser amado, o ruído de um rasgo no invólucro liso da Imagem".

(Roland Barthes in: Fragmentos de um discurso amoroso)

5 comentários:

  1. sublime ler isso a esta hora da noite;
    coisas que só a mana faz por você.

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  2. Daqueles momentos em que o Real irrompe.

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  3. "O que seria de nossa vida se não fossem os amigos, fiéis parceiros, companheiros de jornada, pessoas que entram em nossa vida para somar, para completar o que nos falta, por isso, sempre digo, ao acordar de manhã agradeça pela amizade, pelos amigos que tem."

    FELIZ DIA DO AMIGO! BEIJOS.

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  4. Essa nossa mania de ignorar os pontinhos.

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