terça-feira, 31 de maio de 2011

Viva os nervosos!

Le temps retrouvé
"Tudo o que conhecemos de grande nos vem dos nervosos. Foram eles e não outros (...) e compuseram obras-primas. Jamais o mundo saberá tudo quanto lhes deve e principalmente quanto lhes deve e principalmente o quanto eles sofreram para lhes dar o que deram. Apreciamos as finas músicas, os belos quadros, mil delicadezas, mas não sabemos o que isso custou, aos que os inventaram, em insônia, em lágrimas, em risos espasmódicos, em urticárias, em asmas, em epilepsias, e numa angústia de morrer que é pior que tudo isso..."

(Marcel Proust in: Em busca do tempo perdido vol. 3 - O caminho de guermantes.Tradução de Mario Quintana. Ed. Globo, p. 237)

4 comentários:

  1. deveriamos, então, tornarmo-nos nervosos. ;*

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  2. Meu Deus, eu sinto tudo isso nos nervos.
    Um beijo...

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  3. Esse texto ultrapassou os limites da verdade, é tão verdadeiro que chega a ser quase surrel. Todos nós adoramos ler o poema Drummondianos, adoramos ir no museu e olhar as esculturas/pinturas e não paramos pra pensar nas dores de cabeça, cansaço físico e mental que aquela obra deu ao artista que a fez. Talvez se entendéssemos daríamos mais valor as mesmas.

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