Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
A ave passa e esquece, e assim deve ser.
O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
Mostra que já esteve, o que não serve para nada.
A recordação é uma traição à Natureza.Porque a Natureza de ontem não é a Natureza.
O que foi não é nada, e lembrar é não ver.
Passa, ave, e ensina-me a passar!"
(Fernando Pessoa in: Poemas de Alberto Caeiro. Editora Ática)
Gosto das gavetas e dos baús. Não penso que as recordações sejam uma traição à Natureza.
ResponderExcluirO que não deve ser lembrado não o é, como por exemplo nosso nascimento e os primeiros anos - a dor da saída do útero da mãe não é para ser lembrado.
Já o que se passou, mesmo que tenha ido, ainda existe é reflete o que sou e serei.
Viver, contudo, não é traição.
ResponderExcluiresse é forte!
ResponderExcluirbeijos
esse é forte! 2'
ResponderExcluirpassa lá tbm ..
http://amandabaracho.blogspot.com/
é um ensaio.
ResponderExcluirMuito boa postagem F. Pessoa é tudo de bom.
ResponderExcluirParabéns, boa tarde...
Bjo
E o paradoxo de relembrar Pessoa? Sensacional, como tudo que vem do poeta português..
ResponderExcluirÉ. Deixa o vento levar. Sem rastros, sem mágoas, sem marcas.
ResponderExcluirOs passarinhos são inteligentes.
ResponderExcluir"Toda a coisa que vemos, devemos vê-la sempre pela primeira vez, porque realmente é a primeira vez que a vemos".(Àlvaro de Campos: “Notas para a recordação do meu mestre Caeiro”)
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