quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

entender era sempre limitado - semana CL

A single man
"Não entender" era tão vasto que ultrapassava qualquer entender - entender era sempre limitado. Mas não entender não tinha fronteiras e levava ao infinito, ao Deus. Não era um não entender como um espírito. O bom era ter inteligência e não entender. Era uma benção como a ter loucura sem ser doida. Era um desinteresse manso em relação às coisas ditas do intelecto, uma doçura de estupidez."

(Clarice Lispector in: Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres)

3 comentários:

  1. Isso é tão verdade que cada coisa que entendemos nos traz dez coisas novas que não entendemos.

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  2. É mais ou menos o que Salvador Dali chamava de método paranóico-crítico.

    E os evangelhos abençoam os "pobres de espírito", que possuem este desapego.

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  3. estou adorando esses recortes clariceanos :)

    ah, preciso muito reler este livro.

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