|
A single man |
"Não entender" era tão vasto que ultrapassava qualquer entender - entender era sempre limitado. Mas não entender não tinha fronteiras e levava ao infinito, ao Deus. Não era um não entender como um espírito. O bom era ter inteligência e não entender. Era uma benção como a ter loucura sem ser doida. Era um desinteresse manso em relação às coisas ditas do intelecto, uma doçura de estupidez."
(Clarice Lispector in: Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres)
Isso é tão verdade que cada coisa que entendemos nos traz dez coisas novas que não entendemos.
ResponderExcluirÉ mais ou menos o que Salvador Dali chamava de método paranóico-crítico.
ResponderExcluirE os evangelhos abençoam os "pobres de espírito", que possuem este desapego.
estou adorando esses recortes clariceanos :)
ResponderExcluirah, preciso muito reler este livro.