Livros e filmes - lidos e assistidos - em 2011:
- Sérgio Sant´Anna in: 50 contos e três novelas
- Josephine Hart in: Pecado
- Nádia B. Gotlib in: Clarice uma vida que se conta
- Eucanaã Ferraz in: Desassombro
- Marguerite Duras in: O verão de 80
- Marguerite Duras in: O deslumbramento
- Marguerite Duras in: Escrever
- Josephine Hart in: Abandono
- Ana Letícia Leal in: Para crescer
- Marguerite Duras in: Olhos azuis
- Andréa M. Guerra in: A psicose
- Ana Letícia Leal in: Meninas inventadas
- Ítalo Ogliari in: A volta
- Schulz in: Assim é a vida, Charlie Brown!
- Lygia Bojunga in: Tchau!
- Vários in: Escrita e psicanálise
- Roland Barthes in: O prazer do texto
- Ruth Silviano Brandão in: Literatura e psicanálise
- Clarice Lispector in: Clarice na cabeceira: crônicas
- Philip Roth in: O animal agonizante
- Eulália Coelho in: Jogo do imaginário em Caio F.
- Bruno S. Leal in: Caio F. Abreu, a metrópole e a paixão do estrangeiro: contos, identidade e sexualidade em trânsito
- Tania Rivera in: Guimarães Rosa e a psicanálise - ensaios sobre imagem e escrita
- Marguerite Duras in: Barragem contra o pacífico
- Marcel Proust in: A sombra das raparigas em flor
- Siegfried Lenz in: Minuto de silêncio
- Dostoievski in: O idiota
- Vladimir Nabokov in: A verdadeira vida de Sebastian Knight
- Philip Roth in: O seio
- Vários in: A invenção da vida - arte e psicanálise
- Marguerite Duras in: Emily L
- J. M. Coetzee in: Desonra
- Vários in: Escritos sobre psicanálise e escrita
- Elfriede Jelinek in: A pianista
- Marcel Proust in: O caminho de Guermantes
- Sylvia Beach in: Shakespeare and Company - uma livraria no Paris entre-guerras
- David Foenkinos in: A delicadeza
- Ian McEwan in: Na praia
- Freud in: O mal-estar na cultura
- Freud in: O futuro de uma ilusão
- Albert Camus in: O estrangeiro
- Wilhelm Jensen in: Gradiva uma fantasia pompeiana
- Italo Calvino in: Por que ler os clássicos
- Marco Antonio Coutinho Jorge e Marcia M. de Lima (org.) in: Saber fazer com o Real - dialogos entre psicanálise e arte
- Milan Kundera in: Risíveis amores
- Sergio Nazar David (org) in: Ainda o amor
- Samuel Beckett in: O inominável
- Milan Kundera in: A valsa dos adeuses
- Marguerite Duras in: Agatha
- Marcel Proust in: Sodoma e Gomorra
- Ana Letícia Leal in: Maria Flor
- John Steinbeck in: Ratos e homens
- Marguerite Duras in: A vida material
- Milan Kundera in: A insustentável leveza do ser
- Milan Kundera in: A arte do romance
- Clarice Lispector e Fernando Sabino in: Cartas perto do coração
- Marguerite Duras in: O vice cônsul
- Marguerite Duras in: O amante da China do Norte
- Marguerite Duras in: A doença da morte
- Tatiana Salem Levy in: Dois rios
- Marguerite Duras in: Moderato contabile
- Marcel Proust in: A prisioneira
- Paulo Mendes Campos in: O amor acaba
- Paulo Halm e José Roberto Torero in: Pequeno dicionário amoroso (roteiro)
- Francine Prose in: Para ler como um escritor
- Miguel de Unamuno: Como escrever um romance
- Godofredo de Oliveira Neto in: Pedaço de santo
- Evandro Affonso Ferreira in: Minha mãe se matou sem dizer adeus
- Teté Ribeiro in: Divas abandonadas - os amores e os sofrimentos das 7 maiores divas do século XX
- José e Pilar
- Cisne negro
- A duquesa
- Once
- The last station
- Minhas mães e meu pai
- Quando fala o coração
- O discurso do rei
- Blue valentine
- O vencedor
- Eichmann
- Bruna surfistinha
- Erasehead
- Guerra e paz
- Henry - retrato de um assassino
- Crash - estranhos prazeres
- Taxi Driver
- O pequeno Nicolau
- Domicílio conjugal
- Sobre café e cigarros
- Desejo e poder
- A bela do palco
- Janela da alma
- Adoração
- Cria cuervos
- Uma história real
- Macbeth
- As coisas impossíveis do amor
- O idiota
- Corações em conflito
- O violino vermelho
- How do you know
- The life of Emile Zola
- Amor estranho amor
- Shine
- Les blessures assassines
- Asas do desejo
- Mishima
- Camille Claudel
- Solaris
- A ponte
- Un amor de Swann
- O estrangeiro
- Adèle H.
- A dupla vida de Veronique
- À deriva
- Notas de um escândalo
- Fausto
- Anna Karenina
- O idiota
- Entre dois amores
- O crime do Padre Amaro
- Meia noite em Paris
- Contos imorais
- Madame Bovary
- Herança maldita
- Aftermath
- Stanley Kubrick
- A comilança
- James Dean
- Veludo Azul
- Romance
- Pretty baby
- Expresso da meia noite
- Amores imaginários
- O mundo de Sofia
- A vida secreta das abelhas
- Amar não tem preço
- O grande Gastby
- O alienista
- O processo
- A insustentável leveza do ser
- The red shoes
- O retrato de Dorian Gray
- Todos dizem eu te amo
- A pele
- A onda
- Suave é a noite
- When you´re strange
- Ratos e homens
- Nathalie Granger
- Lolita
- Lolita
- O amante
- Índia song
- Carta de uma desconhecida
- O vermelho e o negro
- A casa assassinada
- Aqueles dois
- O grande Gatsby
- Quem tem medo de Wirgínia Woolfw
- Como esquecer
- Poesia
- Amantes
- Retrato do artista quando jovem
- Assalto ao banco central
- A pele que habito
- Factory girl
- Poucas cinzas
- Juventude
- O amor e outras drogas
- Os vivos e os mortos
sábado, 31 de dezembro de 2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Vida-rascunho
"Vida é ruim; eu sei; e sem possibilidades vindouras. Esboço sem direito a arte-finalização. Vida-rascunho".
(Evandro Affonso Ferreira in: Minha mãe se matou sem dizer adeus. Ed. Record, p. 101)
(Evandro Affonso Ferreira in: Minha mãe se matou sem dizer adeus. Ed. Record, p. 101)
indo
"E se me perguntarem como estou, eis a resposta: Estou indo. Sem muita bagagem. Pesos desnecessários causam sempre dores desnecessárias."
(Caio Fernando Abreu)
(Caio Fernando Abreu)
parágrafo de uma frase é como um soco, e ninguém gosta de ser socado
"Um amigo meu diz que um parágrafo de uma frase é como um soco, e ninguém gosta de ser socado. Usado em excesso, pode ser um tique irritante, a tentativa de um escritor preguiçoso de nos forçar a prestar atenção ou de injetar energia e vida e, uma narrativa, ou de inflar falsamente a importância de frases que nossos olhos poderiam saltar inteiramente se estivessem colocadas, mais discreta e modestamente, dentro de um parágrafo mais longo."
(Francine Prose in: Para ler como um escritor. Ed. Zahar, p. 81)
(Francine Prose in: Para ler como um escritor. Ed. Zahar, p. 81)
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Fragmento do leitor 43
“Eis uma mulher cuja graça é natural, naturalmente consequência do que ela é, do que ela busca, do que ela faz, do que ela investe, não é graça de farmácia, que se aplica nos cabelos, que se esparge nas bochechas, que se colore nos lábios, ela – toda ela, sua graça - vem de dentro para fora, lá do fundo de um turbilhão de ânsias e desejos que, quando lhe atravessam os poros, fazem de seu corpo esta casa de campo, esta casa de praia, esta rede estendida a quem souber veranear”.
Felipe Moura Brasil - texto Novo amor, do livro "Contra a juventude", crônicas tiradas do site Tribuneiros.com
Enviado pela leitora Olga Belém.
Felipe Moura Brasil - texto Novo amor, do livro "Contra a juventude", crônicas tiradas do site Tribuneiros.com
Enviado pela leitora Olga Belém.
tinta invisível
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
da abstração
"Vida só é tolerável quando desligamos amiúde o pensar vivendo ao sabor do vento. Abstrair para não sucumbir."
(Evandro Affonso Ferreira in: Minha mãe se matou sem dizer adeus. Ed. Record, p. 24-25)
(Evandro Affonso Ferreira in: Minha mãe se matou sem dizer adeus. Ed. Record, p. 24-25)
do escrever
[Tornei-me escritor] do mesmo jeito que uma mulher torna-se prostituta. Primeiro foi para me dar prazer, depois para agradar os amigos e, por fim, foi pelo dinheiro.
Ferenc Molnár
Ferenc Molnár
da (não) direção
"Ai de nós, os olhos fragmentados partindo para longe e tristes permitiam talvez medir as distâncias, mas não indicam as direções."
(Marcel Proust in: Em busca do tempo perdido vol. 5 - A Prisioneira. Tradução de Manuel Bandeira e Lourdes Sousa de Alencar. Ed. Globo, p.74)
(Marcel Proust in: Em busca do tempo perdido vol. 5 - A Prisioneira. Tradução de Manuel Bandeira e Lourdes Sousa de Alencar. Ed. Globo, p.74)
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Fragmento do leitor 42
"Está tudo tão esquisito hoje! E as coisas ontem aconteciam como era de costume. Será que eu fui trocada durante a noite? Deixe-me pensar: será que eu sou eu mesma? Tenho a ligeira lembrança que me senti um bocadinho diferente. Mas, afinal, se eu não sou a mesma, fica a pergunta, quem sou eu?"
Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll
Colaboração da leitora: Ana Izabel Passarella Teixeira
Blog: http://fullutilidade.blogspot.com/
Alice no País das Maravilhas, Lewis Carroll
Colaboração da leitora: Ana Izabel Passarella Teixeira
Blog: http://fullutilidade.blogspot.com/
das bobagens
"Bobagem achar que o tempo cabe no tempo."
(Adriana Lisboa in: Um beijo de colombina. Ed. Rocco, p. 16)
...
"Durante a viagem até o gerente, fui lendo. Não gosto de ir a um banco sem levar livro de poesia. Dá mais coragem."
(Paulo Mendes Campos in: O amor acaba - crônicas líricas e existenciais. Crônica: O acidente. Ed. Civilização Brasileira, p. 159)
(Paulo Mendes Campos in: O amor acaba - crônicas líricas e existenciais. Crônica: O acidente. Ed. Civilização Brasileira, p. 159)
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Fragmento do leitor 41
Pelo que vale nunca é tarde demais... ou no meu caso cedo demais, que seja o que se quer não há limite de tempo para começar quando quiser. Pode mudar ou ficar na mesma. Não há regra para isso. Pode escolher o melhor e o pior da vida. Espero que escolha o melhor da vida. Espero que sejam coisas que te surpreendam. Espero que sinta coisas que nunca sentiste antes. Espero que conheça pessoas de pontos de vista diferentes. Espero que viva uma vida que se orgulhe. E acha que não é capaz, espero que tenha forças... para recomeçar de novo...
Fonte: Filme O Curioso Caso de Benjamin Button
Direção David Fincher
Baseado no conto de Francis Scott Fitzgerald
Colaboração da leitora: Juliana Reis
Blog: http://diariodenotasefotografias.blogspot.com/
Fonte: Filme O Curioso Caso de Benjamin Button
Direção David Fincher
Baseado no conto de Francis Scott Fitzgerald
Colaboração da leitora: Juliana Reis
Blog: http://diariodenotasefotografias.blogspot.com/
o tempo apenas se perde
das palavras
"Vocábulos agora fluem feito filete de areia em ampulheta. São meus escudeiros minha guarda imperial meu porto minha âncora. A palavra é meu balestreiro minha fortificação meu ancoradouro."
(Evandro Affonso Ferreira in: Minha mãe se matou sem dizer adeus. Ed. Record, p. 35)
(Evandro Affonso Ferreira in: Minha mãe se matou sem dizer adeus. Ed. Record, p. 35)
domingo, 25 de dezembro de 2011
das escolhas - Proust
Closer |
(Marcel Proust in: Em busca do tempo perdido vol. 5 - A Prisioneira. Tradução de Manuel Bandeira e Lourdes Sousa de Alencar. Ed. Globo, p.87)
a sensação segura, extracorpórea, de estar num outro lugar
"Cada palavra de um desses romances era um tijolo amarelo na estrada para Oz. Havia capítulos que eu lia e relia, de modo a repetir a sensação segura, extracorpórea, de estar num outro lugar. Eu lia de maneira compulsiva, constante. Nessas férias com a família, meu pai me suplicou que eu fechasse o livro para olhar o Grand Canyon. Pegava pilhas de livros emprestados na biblioetca pública: romances, biografias, história, qualquer coisa que parecesse remotamente atraente."
(Francine Prose in: Para ler como um escritor. Ed. Zahar, p. 18)
(Francine Prose in: Para ler como um escritor. Ed. Zahar, p. 18)
Fragmento do leitor escolhido
Foi esse aqui.
Colaboração da leitora Liana Pauluka do blog http://www.alinguagemsecretadaspalavras.blogspot.com/
Todas as demais colaborações ainda não publicadas serão postadas. A ideia seguirá em 2012.
Para participar:
1) O fragmento (um trecho que não seja imenso) pode ser de livro ou filme (diálogo). Enviem seu fragmento favorito para meu e-mail (vanessa.sza@bol.com.br) e o título do e-mail deve ser: Qual seu fragmento favorito?
2) É necessário que o autor/roteirista/diretor/poeta seja publicado/conhecido, para citarmos a fonte corretamente. Autor, título do livro. Com editora e página, melhor ainda. Assim, o leitor pode ir atrás da obra.
3) O nome do leitor e o link do seu blog vão constar aqui, para a divulgação dos mesmos. Quem é leitor mas não tem blog também pode participar. Dia 31 de janeiro o fragmento que mais me tocou vai ganhar um DVD + um livro.
Colaboração da leitora Liana Pauluka do blog http://www.alinguagemsecretadaspalavras.blogspot.com/
Todas as demais colaborações ainda não publicadas serão postadas. A ideia seguirá em 2012.
Para participar:
1) O fragmento (um trecho que não seja imenso) pode ser de livro ou filme (diálogo). Enviem seu fragmento favorito para meu e-mail (vanessa.sza@bol.com.br) e o título do e-mail deve ser: Qual seu fragmento favorito?
2) É necessário que o autor/roteirista/diretor/poeta seja publicado/conhecido, para citarmos a fonte corretamente. Autor, título do livro. Com editora e página, melhor ainda. Assim, o leitor pode ir atrás da obra.
3) O nome do leitor e o link do seu blog vão constar aqui, para a divulgação dos mesmos. Quem é leitor mas não tem blog também pode participar. Dia 31 de janeiro o fragmento que mais me tocou vai ganhar um DVD + um livro.
sábado, 24 de dezembro de 2011
o que acontece com ela? E encontro a resposta: ela é tomada por uma vertigem
Benjamin Evans |
(Milan Kundera in: A Arte do Romance. Ed. Nova Fronteira, p. 33)
só me traga notícias boas
"Edith não é cruel ou insensível, mas está farta; quer que essa confissão não solicitada e perturbadora termine. E possivelmente está até experimentando aquela irritação passageira que nós mesmos podemos sentir quando alguém obscurece nosso belo dia mostrando-nos mais solidão e dor do que queremos ver."
(Sobre o romance Loving, de Henry Green. Francine Prose in: Para ler como um escritor. Ed. Zahar, p. 158)
(Sobre o romance Loving, de Henry Green. Francine Prose in: Para ler como um escritor. Ed. Zahar, p. 158)
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
A palavra certa para descrever aquele olhar seria insolente
"(...) não responde. Não sorri. Lança para ele um olhar profundo. A palavra certa para descrever aquele olhar seria selvagem. Insolente. Sem constrangimento, como diz a mãe: "não se olha para as pessoas dessa forma."
(Marguerite Duras in: O amante da China do Norte. Ed. Nova Fronteira, p. 22)
(Marguerite Duras in: O amante da China do Norte. Ed. Nova Fronteira, p. 22)
sei não...
Edie Sedgwick |
(Tatiana Salem Levy in: Dois rios. Ed. Record, p. 110)
dos jardins e sonhos
"O que mata um jardim não é o abandono. O que mata um jardim é esse olhar de quem por ele passa indiferente… E assim é com a vida, você mata os sonhos que finge não ver."
(Mario Quintana)
(Mario Quintana)
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
os acontecimentos são mais vastos do que o momento em que ocorrem e não podem caber neles por inteiro
Aaron Siskind |
(Marcel Proust in: Em busca do tempo perdido vol. 5 - A Prisioneira. Tradução de Manuel Bandeira e Lourdes Sousa de Alencar. Ed. Globo, p.343)
Fragmento do leitor 40
A insustentável leveza do ser |
"E uma mulher que não tem sossego não suporta nunca a idéia de ser retirada em seu caminho".
A insustentável leveza do ser - Milan Kundera - pags. 124-125 - Ed. Companhia de Bolso
Enviado pela leitora Ingrid Camargo, do blog http://balletaosvinte.blogspot.com/
Para participar:
1) O fragmento (um trecho que não seja imenso) pode ser de livro ou filme (diálogo). Enviem seu fragmento favorito para meu e-mail (vanessa.sza@bol.com.br) e o título do e-mail deve ser: Qual seu fragmento favorito?
2) É necessário que o autor/roteirista/diretor/poeta seja publicado/conhecido, para citarmos a fonte corretamente. Autor, título do livro. Com editora e página, melhor ainda. Assim, o leitor pode ir atrás da obra.
3) O nome do leitor e o link do seu blog vão constar aqui, para a divulgação dos mesmos. Quem é leitor mas não tem blog também pode participar. Dia 25 de dezembro o fragmento que mais me tocou vai ganhar um DVD + um livro.
se sente como a princesa Kitty parada num canto
porque a força que dá mais vezes voltas não é a eletricidade, é a dor - Proust
"A essas palavras (...) e antes mesmo que acabassem de ser proferidas, meu coração foi traspassado com mais rapidez que por uma corrente elétrica, porque a força que dá mais vezes voltas não é a eletricidade, é a dor."
(Marcel Proust in: Em busca do tempo perdido vol. 5 - A Fugitiva. Tradução de Carlos Drummond de Andrade. Ed. Globo, p.42)
(Marcel Proust in: Em busca do tempo perdido vol. 5 - A Fugitiva. Tradução de Carlos Drummond de Andrade. Ed. Globo, p.42)
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Fragmento do leitor 39
Closer |
Outro dia, ao escutar a palavra amor, imediatamente veio-me à cabeça a criança revirando a gaveta onde sabe perfeitamente que irá encontrar o que não procura.
Do livro: Casa entre Vértebras, Wesley Peres. Ed. Record, pág. 92
Enviado pela leitora Jenifer Carmo, do blog http://consideracaodopoema.blogspot.com/
Para participar:
1) O fragmento (um trecho que não seja imenso) pode ser de livro ou filme (diálogo). Enviem seu fragmento favorito para meu e-mail (vanessa.sza@bol.com.br) e o título do e-mail
deve ser: Qual seu fragmento favorito?
2) É necessário que o autor/roteirista/diretor/poeta seja publicado/conhecido, para citarmos a fonte corretamente. Autor, título do livro. Com editora e página, melhor ainda. Assim, o leitor pode ir atrás da obra.
3) O nome do leitor e o link do seu blog vão constar aqui, para a divulgação dos mesmos. Quem é leitor mas não tem blog também pode participar. Dia 25 de dezembro o fragmento que mais me tocou vai ganhar um DVD + um livro.
Porque o excesso de consciência é como o excesso de luz
"É que o adolescente não é um poeta, é uma vítima da poesia. A lógica com que procurava salvar do naufrágio o meu passado levou-me ao limite extremo do abismo lógico. Singular é que o presente só me interessava pela sua possibilidade de converter-se em passado, e assim, aparentemente, o exercício de viver só poderia ser para mim um cansativo comércio com a morte. Perdendo o minuto que passa, podia preservá-lo, recolhê-lo entre minhas lembranças, e só então aprender a sua fulgurante autenticidade. Confesso que mesmo o futuro, o que ainda não se transfigurou em saudade, pesava-me como se fosse vida desperdiçada. (...) Porque o excesso de consciência é como o excesso de luz; o fulgor obsessivo do presente fatiga alguns espíritos. Os objetos que se colocam em meu ângulo de visão, por simples e familiares que sejam, me obrigam a um excesso de concentração mais do que fisicamente doloroso. É como se estivesse no teatro, assistindo a uma peça conhecida, justamente no momento em que nos crispamos para ver o personagem praticar o seu irreparável erro. (...) O passado é o espaço de cada um. O que aconteceu é tarefa já cumprida, vida que se obteve de percepções ilusórias, reino tranqüilo dos emotivos. Eis por que estremeço todas as manhãs, quando o mundo se impõe a mim outra vez. No decorrer de um dia há ciladas suficientes para que o passado de um homem se transforme com violência. Preciso viver com atenção, escolher os meus passos, trocar este gesto por aquele, dizer esta e não aquela palavras, silenciar, ver, sentir para não comprometer o que vou inventando para a memória. Admito no entanto que às vezes o presente já tenha um suavidade de lembrança."
(Paulo Mendes Campos in: O amor acaba - crônicas líricas e existenciais. Crônica: O reino das lembranças. Ed. Civilização Brasileira, p. 223-224)
(Paulo Mendes Campos in: O amor acaba - crônicas líricas e existenciais. Crônica: O reino das lembranças. Ed. Civilização Brasileira, p. 223-224)
Quem é que está preparado para a tragédia e para o absurdo sofrimento?
"E de repente tudo muda e fica impossível. Nada está sorrindo lá de cima para ninguém. E quem é que pode dar um jeito nisso? Ali estava alguém despreparado para o caso de a vida ser infeliz, muito menos para o impossível. Mas quem é que está preparado para o impossível que vai acontecer? Quem é que está preparado para a tragédia e para o absurdo sofrimento? Ninguém. A tragédia do homem despreparado para a tragédia - esta é a tragédia do homem comum."
(Philip Roth in: Pastoral americana. Ed. Companhia das Letras)
(Philip Roth in: Pastoral americana. Ed. Companhia das Letras)
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
do momento presente
"Como estou feliz neste momento. (...) Não importa se vou ter dez mil momento iguais a este ou só este mesmo, porque não tem diferença. É só isso. Este momento presente. E ele é meu."
(Do filme: O amor e outras drogas)
(Do filme: O amor e outras drogas)
é poesia
"Se sinto fisicamente como se o topo da minha cabeça tivesse sido retirado, sei que é poesia."
(Emily Dickinson)
(Emily Dickinson)
que me encosto em seus ombros e me sinto em casa
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Meu verso se faz trôpego e medido - PMC
Bill Brandt |
(Paulo Mendes Campos in: O amor acaba - crônicas líricas e existenciais. Crônica: Tens em mim tua vitória. Ed. Civilização Brasileira, p. 263-264)
dos números
"- Na escola, a minha melhor matéria era matemática. Se tem uma coisa que eu entendo, é de números. por exemplo: neste planeta tem cinco bilhões de pessoas. Desses cinco bilhões, uns dois bilhões e quatrocentos milhões são homens. Daí, se eu tiver vinte e quatro namorados em toda a minha vida, uma média bem razoável, a chance de eu encontrar o homem mais perfeito do mundo para mim é de uma em cem milhões. Mais difícil que ganhar na loteria. É por isso que eu não acredito no amor."
(Paulo Halm e José Roberto Torero in: Pequeno dicionário amoroso. Ed. Objetiva, p. 9)
(Paulo Halm e José Roberto Torero in: Pequeno dicionário amoroso. Ed. Objetiva, p. 9)
Juventude - Domingos Oliveira
Outro dia eu acordei mal, acordei deprimido, sabe, com a morte na alma, nesses dias em que você acorda com medo da vida. Aí eu fui conversar com ela, joguei tudo em cima dela. e você sabe como eu fico quando eu faço isso, eu reduzo qualquer um a pó... (...) E ainda pedi um conselho dela, um conselho da juventude, alguma coisa que me ajudasse. Aí, rapaz, ela parou, não ficou nervosa não, pensou, e ela fica linda quando pensa e me disse:
- Antônio, vamos dormir que amanhã passa.
Vamos dormir que amanhã passa. Eu achei isso da maior lucidez!
**
A vida tem três idades: a juventude, a maturidade e o você tá ótimo.
**
Mulher com ciúmes não distingue beijo de trepada.
**
- Até hoje eu não entendo como você não comeu a Dudu naquela época.
- Eu seria eletrocutado por meus sentimentos.
(Do filme: Juventude. Direção e roteiro de Domingos Oliveira)
- Antônio, vamos dormir que amanhã passa.
Vamos dormir que amanhã passa. Eu achei isso da maior lucidez!
**
A vida tem três idades: a juventude, a maturidade e o você tá ótimo.
**
Mulher com ciúmes não distingue beijo de trepada.
**
- Até hoje eu não entendo como você não comeu a Dudu naquela época.
- Eu seria eletrocutado por meus sentimentos.
(Do filme: Juventude. Direção e roteiro de Domingos Oliveira)
domingo, 18 de dezembro de 2011
fim da semana CL
Um homem entre as mulheres
Todo homem se deixa levar por uma de sua namoradas, pelo menos uma vez, fazendo tudo o que ela quer, mandando-lhe flores, saindo com ela para passear e querendo estar sempre junto; chega mesmo a casar-se com ela. Por aí deduzimos que devia sentir-se feliz no meio de uma dezena de mulheres.
A verdade, porém, é que ele não se sente nada bem no meio de uma multidão de mulheres, do mesmo modo que um esquimó não pode se sentir bem dentro de uma roupa de banho úmida.
Uma mulher no meio de uma porção de homens até se diverte, porque eles lhe darão uma atenção toda especial e ela adora isso! Já um homem, quando se encontra no meio de uma poção de mulheres, a única coisa que quer é cair fora. Os psicólogos dizem que é o resultado de eles terem sido mandados por mulheres desde pequenos: a mãe, as babás e as professoras. Depois disso, como podem se sentir bem no meio de uma multidão de mulheres: Além do mais, eleas não falam de outra coisa a não ser de si mesmas, de suas roupas e das outras mulheres, e entram em todos os pequenos detalhes de sua vida cotidiana.
Para um homem é difícil entrosar-se nessa linguagem, pois todas falam ao mesmo tempo, e empregam termos cheios de afeição coo "querida", "que encanto" etc... que um homem que se preza não vai usar. No fim de trinta segundo, ele já está inteiramente sem ação e com os olhos esgazeados postos na porta de saída...
(Clarice Lispector in: Só para mulheres)
Todo homem se deixa levar por uma de sua namoradas, pelo menos uma vez, fazendo tudo o que ela quer, mandando-lhe flores, saindo com ela para passear e querendo estar sempre junto; chega mesmo a casar-se com ela. Por aí deduzimos que devia sentir-se feliz no meio de uma dezena de mulheres.
A verdade, porém, é que ele não se sente nada bem no meio de uma multidão de mulheres, do mesmo modo que um esquimó não pode se sentir bem dentro de uma roupa de banho úmida.
Uma mulher no meio de uma porção de homens até se diverte, porque eles lhe darão uma atenção toda especial e ela adora isso! Já um homem, quando se encontra no meio de uma poção de mulheres, a única coisa que quer é cair fora. Os psicólogos dizem que é o resultado de eles terem sido mandados por mulheres desde pequenos: a mãe, as babás e as professoras. Depois disso, como podem se sentir bem no meio de uma multidão de mulheres: Além do mais, eleas não falam de outra coisa a não ser de si mesmas, de suas roupas e das outras mulheres, e entram em todos os pequenos detalhes de sua vida cotidiana.
Para um homem é difícil entrosar-se nessa linguagem, pois todas falam ao mesmo tempo, e empregam termos cheios de afeição coo "querida", "que encanto" etc... que um homem que se preza não vai usar. No fim de trinta segundo, ele já está inteiramente sem ação e com os olhos esgazeados postos na porta de saída...
(Clarice Lispector in: Só para mulheres)
o amor e a amizade às vezes são uma carga para que os recebe - CL
"Sei, querida, que minha amizade é uma carga (...) que estou dizendo isso: porque o amor e a amizade às vezes são uma carga para que os recebe."
(Teresa Montero (org.) in: Minhas queridas – Clarice Lispector. Carta para a irmã Tania. Berna, 10 de março de 1948. Ed. Rocco, p. 185)
aspas - CL
"Sempre conservei uma aspa à esquerda e outra à direita de mim.”
(Clarice Lispector in: A paixão segundo G.H.)
(Clarice Lispector in: A paixão segundo G.H.)
O que falo nunca é o que falo e, sim... - CL
"Ouve-me. Ouve o meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e, sim, outra coisa. (...) Capta a “outra coisa” porque eu mesma não posso."
(Clarice Lispector in: Água viva)
(Clarice Lispector in: Água viva)
sábado, 17 de dezembro de 2011
escrevo porque... - CL
"(...) escrevo porque encontro nisso um prazer que não sei traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta minha alma falando e cantando, às vezes chorando..."
(Benjamin Moser in: Clarice,
Ed. Cosacnaif, p. 206)
(Benjamin Moser in: Clarice,
Ed. Cosacnaif, p. 206)
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
de mais a mais - CL
dos ventos - CL
quase - CL
"Tenho várias caras. Uma é quase bonita, outra é quase feia. Sou o quê? Um quase tudo."
(Clarice Lispector in: Vida de esplendor)
(Clarice Lispector in: Vida de esplendor)
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
é assim porque é assim - CL
"Talvez a pergunta vazia fosse apenas para que um dia alguém não viesse a dizer que ela nem ao menos havia perguntado. Por falta de quem lhe respondesse ela mesma parecia se ter respondido: é assim porque é assim."
(Clarice Lispector in: A hora da estrela)
(Clarice Lispector in: A hora da estrela)
escrever - CL
entender era sempre limitado - semana CL
A single man |
(Clarice Lispector in: Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres)
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
engolindo muitas borboletas
"De pura alegria, seu coração bateu tão depressa como se ele tivesse engolido muitas borboletas."
(Clarice Lispector in: O mistério do coelho pensante. Rio de Janeiro: Rocco, 1999)
Morri de muitas mortes e mantê-las-ei em segredo - CL
"Fora das vezes em que quase morri para sempre, quantas vezes num silêncio humano - que é o mais grave de todos no reino animal -, quantas vezes num silêncio humano minha alma agonizando esperava por uma morte que não vinha. E como escárnio, por ser o contrário do martírio em que minha alma sangrava, era quando o corpo mais florescia. Como se meu corpo precisasse dar ao mundo uma prova contrária de minha morte interna para esta ser mais secreta ainda. Morri de muitas mortes e mantê-las-ei em segredo até que a morte do corpo venha, e alguém, adivinhando, diga: esta, esta viveu.
Porque aquele que mais experimenta o martírio é dele que se poderá dizer: este, sim, este viveu."
(Clarice Lispector in: Morte de uma baleia - Clarice na cabeceira - crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 2010)
Porque aquele que mais experimenta o martírio é dele que se poderá dizer: este, sim, este viveu."
(Clarice Lispector in: Morte de uma baleia - Clarice na cabeceira - crônicas. Rio de Janeiro: Rocco, 2010)
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