terça-feira, 28 de dezembro de 2010
deixe apenas
“(...) Pode me tirar a compreensão, o perdão, os ossos contados como dias nas paredes da carne. (...) Pode me tirar o egoísmo e a paixão, a cultura que adquiri às pressas, a serenidade para julgar, a severidade do combate. Podes me tirar as metáforas, a fuga, minha saída do sangue. (...) Pode me tirar os excessos do mínimo, o idioma, meu receio de ficar sozinho. (...) Pode me tirar o colo, a sesta, a audição das escadas. Podes me tirar o desejo e pôr a inquietação em seu lugar. (...) Pode me tirar a liberdade que confundi com justiça porque nenhuma das duas se conheceu a tempo. (...) Não há castigo infinito. Não há dor infinita. Um dia a gente termina para começar, começa para terminar, refaz o percurso como se nada tivesse acontecido antes. Deixe-me apenas uma cadeira de palha, amarela, para olhar com piedade o que fui e me deslumbrar com as ruínas."
(Carpinejar)
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Lindo texto!
ResponderExcluirAbraço
Eu, no exato momento.
ResponderExcluirAmém,eu dispenso a cadeira :)
ResponderExcluirBeijo.
Belissimo fragmento!
ResponderExcluir:)
Beijos e ótima semana
Belíssimo texto, muito profundo, reflexivo.
ResponderExcluirGrande abraço, sucesso, feliz 2011!
Olhar para as ruínas...sei bem como é isso!
ResponderExcluirBeijos pra Ti e Feliz Ano Novo
Minhas desculpas pela minha ausência nos últimos meses...
ResponderExcluirsenti falta do seu espaço, seus fragmentos e nossas conversas...
imenso abraço para vc e que continue brilhando em 2011
beijos
apenas o silêncio.
ResponderExcluirPrefiro sentar e pensar no que serei, um beijo, Vanessa.
ResponderExcluirCarpinejar é demais!
ResponderExcluirEle e suas suas cronicas de mulheres perdigeuiras sempre atraem minha atenção..
grande beijo
Também a contemplação das ruínas têm o seu mérito.
ResponderExcluirHoje é um dia de novos percursos: nasceu Lara, amiga e fã de Luísa...
ResponderExcluirFragmento arrepiante. Cada pedaço de um espelho quebrado não deixa de ser espelho; se olharmos para esse pequeno pedaço, ainda veremos nossa imagem refletida nele.
ResponderExcluirAiii. Que medo do momento da cadeira amarela. Que trecho!
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