sábado, 21 de agosto de 2010

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"- Afinal, o que você quer? - insistiu.
- Parceria. Isso não tem nada a ver com sexo nem com romance, mas com outra natureza de afeto, ou de afetos. Eu quero um tipo de relação que não necessita de palavras nem de grandes gestos. Quero que a gente se entenda por música, no sentido figurado e no sentido literal. Quero um pianista que não abaixe a cabeça nem desvie os olhos quando estou cantando o amor, quero um olhar cúmplice, a solidariedade, a empatia, a generosidade, quero que você não tenha vergonha de sentir o que estou sentindo, e que você viva o que estou vivendo enquanto dura a canção.
- Se é só isso, posso tentar...
- Este jogo não comporta tentativas. A única regra é se entregar.

(Estrela Nua, Maria Adelaide Amaral, p. 43, Ed. Rocco)

12 comentários:

  1. Ato consumado de estado pleno, não admite tentativa, não identifica hesitação, apenas sentir, sentir... e encontrar-se no olhar oposto, na nota da melodia, no ritmo do suspiro subsequente. O confessional, o tácito. Bom dia Vanessa! :*

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  2. música, no sentido figurado e no sentido literal.

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  3. Lindo adorei!
    "- Este jogo não comporta tentativas. A única regra é se entregar."

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  4. É isso ai mesmo, sem tirar nem por.

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  5. Ta ai! Sexo e romance a gente encontra com certa facilidade porque são coisas que podem durar uma noite, que podemos fantasiar, ser outras pessoas e no outro dia esquecer. Parceria exige envolvimento, não só físico.

    Realmente, é que todos (acho eu) querem!

    Abraço, flor!

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  6. O amor e suas contingências. O risco é que propicia o encontro...

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  7. Aim que lindo...
    Se entregar é tudo que precisa!
    :)

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  8. Uau...
    Será que algum dia seguirei esta regra?
    Com sorte, quem sabe um dia desses...
    Lindo, Vanessa. Beijos.

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