sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

2010 - a minha retrospectiva




É comum fazer um balanço do ano em dias 31 de dezembro. O meu é: o que li e assisti. Não anotei todos os livros e filmes, mas a maioria está aqui. Alguns eu (re)li e (re)assisti.
Não vou fazer uma crítica sobre cada um, mas se alguém quiser saber minha opinião sobre algum título, mande e-mail.

Livros

* Clarice – Fotobiografia, Nádia Gotlib
* Como ler Lacan, Slavoj Zizek
* Freud e a judeidade, Betty Fuks
* Renato Russo de A a Z – as ideias do líder da Legião Urbana, Simone Assad
* Fazes-me falta, Inês Pedrosa
* Crônica da casa assassinada, Lúcio Cardoso
* A eternidade e o desejo, Inês Pedrosa
* A instrução dos amantes, Inês Pedrosa
* Técnicas de masturbação entre Batman e Robin, Efraim Medina Reyes
* Perspectivas sobre o seminário 23, O sinthoma, Jacques Alain-Miller
* O marido perfeito mora ao lado, Felipe Pena
* O amor e outros objetos pontiagudos, Marçal Aquino
* Sobre as manipulações irreversíveis do corpo, Paola Mieli
* Clarice, Benjamin Moser
* Esperando Godot, Samuel Beckett
* A estranheza da psicanálise, Antônio Quinet
* Clarice – correspondências, org. Teresa Montero
* Traumas, org. Tânia Rudge
* A modernidade vienense e as crises de identidade, Jacques Le Rider
* Lavoura Arcaica, Raduan Nassar
* Um copo de cólera, Raduan Nassar
* Freud e a cultura, Betty Fuks
* Fragmentos de um discurso amoroso, Roland Barthes
* Lógica das paixões, Roland Gori
* Os destinos do prazer, Piera Aulagnier
* Amor líquido, Zygmunt Bauman
* O amor esquece de começar, Fabrício Carpinejar
* Sinfonia em branco, Adriana Lisboa
* Vinis mofados, Ramon Mello
* Os fios da memória, Adriana Lisboa
* Do lado de fora, Carola Saavedra
* Azul-Corvo, Adrina Lisboa
* Caligrafias, Adriana Lisboa
* Às vezes o coração pára de bater, Adriana Lisboa
* Rakushisha, Adriana Lisboa
* Um beijo de colombina, Adriana Lisboa
* O vício da paixão, Erica Jong
* Antes que anoiteça, Reinaldo Arenas
* Viver & Escrever – Vol.1, Edla Van Steen
* Viver & Escrever – Vol.2, Edla Van Steen
* Viver & Escrever – Vol.3, Edla Van Steen
*Paisagem com dromedários, Carola Saavedra
* Clarice na cabeceira, org. Teresa Montero
* A chave da casa, Tatiana Salem Levy
* Os destinos da pulsão: sintoma e sublimação, org. Maria Anita Carneiro e Manoel Barros da Motta
* A paixão silenciosa, Maria Helena de Barros e Silva
* Amor, Maria de Lourdes Borges
* Escrita e psicanálise, org. Ana Costa e Dóris Rinaldi
* Lacrimae rerum, Slavoj Zizek
* Ribamar, José Castello
* Primeiro amor, Samuel Beckett
* Toda terça, Carola Saavedra
* Etimologia das paixões, Ivonne Bordelois
* Os íntimos, Inês Pedrosa
* A crueldade melancólica, Jacques Hassoun
* Medo de Voar, Erica Jong
* Ouvir estrelas, Mariza Gualano
* Cartas a um jovem escritor, Mario Vargas Llosa
* O amante, Marguerite Duras
* Da voz à escrita: clínica psicanalítica e literatura, Heloisa Caldas
* Freud e Shakespeare, Eustaquio e Clara Portella Nunes
* Pessoa e a psicanálise, José Martinho
* Minhas queridas – Clarice Lispector, org. Teresa Montero
* Arlington Park, Rachel Eusk
* Em alguma parte alguma, Ferreira Gullar


Filmes
* Annie Hall
* A fita branca
* A outra
* Life and death
* Chá com Mussolini
* Interiores
* Juventude
* Shadows and fogs
* A fonte da vida
* Poltergeist
* Budapeste
* Tia Danielle, perversa e malvada
* Duplicidade
* Coco depois de Chanel
* Garotas do ABC
* Cabo do medo
* Serafina
* Alta intensidade
* Encontro de casais
* Uma prova de amor
* Brilho eterno de uma mente sem lembranças
* Ensina-me a viver
* Edifício Máster
* O invasor
* Os desafinados
* Setembro
* Cinema, aspirinas e urubu
* Preciosa
* Noites de tormenta
* O outro lado da meia noite
* 500 dias com ela
* Diários proibidos
* Atividade paranormal
* Jean Charles
* As vinhas da ira
* O primeiro dia
* Arraste-me para o inferno
* Noivas em guerra
* A single man
* Entre dois amores
* Opium
* Amor sem escalas
* Um olhar do paraíso
* Os estranhos
* Psicose
* O amor acontece
* O retrato de Dorian Gray
* Um sonho possível
* Educação
* Separações
* Onde andará Dulce Veiga?
* Melinda e Melinda
* Dogville
* Halloween: o início
* Entre os muros da escola
* Manhattan
* A vida secreta das palavras
* Tudo o que você queria saber sobre sexo, mas tinha medo de perguntar
* Guerra ao terror
* Nine
* Coração louco
* O segredo dos seus olhos
* Avatar
* Vício frenético
* Chico Xavier
* lha do medo
* Entre irmãos
* Brilho de uma paixão
* O anticristo
* Onde vivem os monstros
* Um homem sério
* Alice no país das maravilhas
* O inquilino
* Fanny e Alexander
* A partida
* A mulher invisível
* Os normais 2
* Pequeno grande Dave
* Katyn
* A princesa e o sapo
* Zuzu Angel
* Ele não está tão afim de você
* Garotos de programa
* Vestida para matar
* Sex and the city 2
* Orfeu negro
* Tootsie
* O bandido da luz vermelha
* Lavoura arcaica
* O leopardo
* Nosso lar

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

consome espaços de tempo inteiros


“Dizemos que esperar é demorado. Poderíamos igualmente – ou mais precisamente – dizer que é breve, pois consome espaços de tempo inteiros sem que os vivamos ou façamos uso deles.”

(A Montanha Mágica, Thomas Mann)

Woody Allen - e a fina ironia


“- Lá está Henry Drucker. Ele tem cadeira em história na Princeton. O baixinho é Hershel Kaminsky. Cadeira de filosofia em Cornell.
- Mais duas cadeiras e temos uma sala de jantar.
- Por que a hostilidade?
- Quero ver o jogo do Knicks.”

(Do filme: Annie Hall, Woody Allen)

Sobre Lacan



“(...) e que nos lembra o que diz Lacan, a saber, que o psicanalista não é aquele que escuta, mas aquele que é introduzido a uma leitura.”

(Para introduzir à psicanálise nos dias de hoje, Charles Melman, p. 111, Ed. CMC)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Lembranças e significados


"Em suas recordações, Otoko era a mulher mais apaixonada que já conhecera. E se a lembrança que tinha dela era, ainda hoje, assim tão viva, isso não significava que não houvera nenhuma separação entre eles?"

(Beleza e tristeza, Yasunari Kawabata, p. 45, Ed. Globo)

Chumbo nas veias


"Durante algum tempo, acalentou a ideia de uma casa, marido e filhos, como se essas coisas fossem raras, como se representassem algum novo refinamento da experiência humana. Então as obteve, e a sensação de chumbo começou a aumentar em suas veias, um pouco mais a cada dia."

(Arlington Park, Rachel Eusk, Ed. Companhia das Letras, p. 47)

Como uma onda no mar


"O que é preciso é não ir demais contra a onda. A gente faz como quando toma banho de mar: procura subir e descer com a onda. Isso é uma forma de lutar: esperar, ter paciência, perdoar, amar os outros. E cada dia aperfeiçoar o dia. Tudo isso está parecendo idiota... Mas até que não é."

(Carta de Clarice Lispector para Elisa e Tânia Lispector – Berna, 12/05/46. Extraído de: Minhas queridas – Clarice Lispector, org. Teresa Montero, Ed. Rocco, p. 118)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

deixe apenas




“(...) Pode me tirar a compreensão, o perdão, os ossos contados como dias nas paredes da carne. (...) Pode me tirar o egoísmo e a paixão, a cultura que adquiri às pressas, a serenidade para julgar, a severidade do combate. Podes me tirar as metáforas, a fuga, minha saída do sangue. (...) Pode me tirar os excessos do mínimo, o idioma, meu receio de ficar sozinho. (...) Pode me tirar o colo, a sesta, a audição das escadas. Podes me tirar o desejo e pôr a inquietação em seu lugar. (...) Pode me tirar a liberdade que confundi com justiça porque nenhuma das duas se conheceu a tempo. (...) Não há castigo infinito. Não há dor infinita. Um dia a gente termina para começar, começa para terminar, refaz o percurso como se nada tivesse acontecido antes. Deixe-me apenas uma cadeira de palha, amarela, para olhar com piedade o que fui e me deslumbrar com as ruínas."

(Carpinejar)

Um apartheid que separa os felizes dos desgraçados


“A pena é o sentimento mais miserável que existe. Um apartheid que separa os felizes dos desgraçados. Prefiro o refinamento da sacanice. Não tem hipocrisia. Todos sabemos que a vida consiste na aprendizagem da frustração e do desconsolo.”

(Os íntimos, Inês Pedrosa, Ed. Alfaguara, p.77)

domingo, 26 de dezembro de 2010

A pessoa precisa poupar um pouco de vida para isso. Talvez ela já tenha gasto tudo


"Você estava contando... sobre a sua mãe", disse.
"Ah, sim." Solly sentiu que corava. "Ela adorava a França. Queria ter ido morar lá."
Paola deu de ombros. "E por que não foi?"
"Acho que ninguém teria deixado", disse Solly, um pouco ousada.
"Nem você? Você não teria deixado?"
"Ela poderia ir agora. Nada a impede agora, sabe."
"Talvez seja tarde demais", disse Paola. "A pessoa precisa poupar um pouco de vida para isso. Talvez ela já tenha gasto tudo."

(Arlington Park, Rachel Eusk, Ed. Companhia das Letras, p. 145)

mulheres e sinceridade - Bergman


“Não há sinceridade como uma mulher contando uma mentira.”

(Do filme: Indiscreta, de Ingrid Bergman)

sem justificar demais


“Jesus disse que era preciso amar o inimigo, mas nunca sugeriu que tínhamos de viver ou casar com ele. Inteligência espiritual ou emocional, dá no mesmo: ele tinha razão. Amar de forma saudável não implica que devamos justificar ao outro cada um de nossos comportamentos, dar provas de seriedade moral ou jurar que não somos parte de uma rede terrorista, como exige o amor desconfiado.”

(Amores de alto risco, Walter Riso, p. 64)

sábado, 25 de dezembro de 2010

mais do que - Clarice L.


“E pelo amor de Deus, veja nas minhas palavras mais do que as minhas palavras.”

(Carta de Clarice Lispector para Elisa Lispector – Nápoles, 18/12/44. Extraído de: Minhas queridas – Clarice Lispector, org. Teresa Montero, Ed. Rocco, p. 65)

um longo e verdadeiro romance. Aquele que você nunca será capaz de escrever.


“- Eu deveria cantar.
- O quê?
- Cantar. Pois só cantando e poderia explicar o que está acontecendo comigo.
- Mas chega! É isso que eu odeio em você! Cantar! Escuta, eu não sou um dos seus contos não. Eu sou um longo e verdadeiro romance. Aquele que você nunca será capaz de escrever. Talvez eu sofra um pouco no início, quem sabe. Mas nada comparado a solidão que é viver do seu lado, a sensação de vazio... (...) Nenhum dicionário é capaz de traduzir o que eu estou sentindo”.

(Do filme: Onde andará Dulce Veiga?)

única certeza


“Por que continuamos a ter tais sentimentos quando já sabemos que a promessa de prazer trará apenas a certeza da dor? Por que entre a dor e o nada, preferimos a dor?”

(Amor, Maria de Lourdes Borges, Coleção Filosofia passo-a-passo, p. 8, Ed. Jorge Zahar)

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

talvez, quem sabe - Beckett


“Agora já não acredito mais. Ter-me-iam sido necessários amores, talvez. Mas o amor, isso não se tem quando se quer”.

(Primeiro Amor, Samuel Beckett, p.84, Ed. Nova Fronteira)

doses de felicidade


“Acho que as pessoas só tem direito a um certo tanto de felicidade na vida. Algumas recebem no início, outras no meio, e outras no final. E há aquelas que a têm diluída, bem rala através da vida toda.”

(Do filme: A cruz dos anos)

um mundo entre


“Fazer o amor, como o nome indica, é poesia. Mas há um mundo entre poesia e o ato.”

(Lacan, Ed. ZAHAR, 1985, p. 98)

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

lento trabalho do silêncio - Marguerite Duras


“Nas histórias dos meus livros que se referem à minha infância, não sei mais o que evitei dizer, o que disse, acho que falei sobre o amor que dedicamos a nossa mãe mas não sei se falei do ódio também e do amor que havia entre nós, e do ódio também, terrível, nessa história comum de ruína e de morte que era a história daquela família, a história do amor como a história do ódio e que foge ainda à minha compreensão, é ainda inacessível para mim, escondida nas profundezas da minha carne, cega como um recém-nascido de um dia. É o limiar onde começa o silêncio. O que acontece é justamente o silêncio, esse lento trabalho de toda a minha vida. Ainda estou lá, na frente daquelas crianças possessas, à mesma distância do mistério. Jamais escrevi, acreditando escrever, jamais amei, acreditando amar, jamais fiz coisa alguma que não fosse esperar diante da porta fechada.

(O Amante, Marguerite Duras, p. 24)

Apenas aceite


“Não tente entender as mulheres. Aceite-as.”

(Do filme: O Príncipe Encantado)

nada é rejeitado


“O inconsciente não é linear, mas é feito de um têxtil linguageiro, é constituído de tal modo que não há nesta textura o menor defeito, não há, do inconsciente, nada que seja rejeitado, que seja recusado.”

(Para introduzir à psicanálise nos dias de hoje, Charles Melman, p. 121, Ed. CMC)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

formas de contar


“É, porque a questão nunca é o que a gente conta, mas a forma de contar, às vezes, qualquer deslize, e pronto, botamos tudo a perder.”

(Toda terça, Carola Saavedra, p. 15, Ed. Companhia das Letras)

irracionais, loucos e absurdos. Mas continuamos neles


“Um cara vai ao psiquiatra e diz: “Doutor, meu irmão é louco. Ele acha que é uma galinha”. O doutor diz: “Por que não o convence do contrário?” O cara diz: “É, mas eu preciso dos ovos”. Bem, acho que é o que eu acho dos relacionamentos hoje. São totalmente irracionais, loucos e absurdos. Mas continuamos neles porque a maioria de nós precisa de ovos.”

(Do filme: Annie Hall, Woody Allen)

dizer, ouvir


“Que se diga fica esquecido por trás do que se diz no que se ouve”.

(Outros escritos, Lacan)

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Não foi bem assim...


“Quis que te esquecesses de mim. Eu sei que não foi bem assim, mas foi assim que o senti violentamente quando o telefone deixou de tocar”.

(Fazes-me falta, Inês Pedrosa)

Crimes perfeitos não deixam suspeitos


"A lembrança é o único inferno ao qual fomos condenados em inocência."

(Do filme: Nouvelle Vague)

alegria superficial e digestiva


“E todos os dias ficarei tão alegre que incomodarei os outros, o que pouco me importa, já que eu tantas vezes sou incomodada pela alegria superficial e digestiva dos outros. Pronto, encontrei uma boa fórmula: poucas vezes a gente encontra pessoas cuja alegria não seja somente digestiva. Concorda?”

(Carta de Clarice Lispector para Elisa Lispector – Nápoles, 29/01/45. Extraído de: Minhas queridas – Clarice Lispector, org. Teresa Montero, Ed. Rocco, p. 74)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

1001 blogs para ler antes de morrer


Eu e a Andressa, inspiradas na obra "1001 livros para ler antes de morrer", pensamos numa nova lista:

"1001 blogs para ler antes de morrer"

Cada leitor escolhe um blog, que não seja o seu próprio (claro) e vamos criando a listagem.

A lista será desenvolvida em um link permanente, na página principal do "Vem cá Luísa".

Por favor, olhem a lista antes de escolherem, para que os nomes sejam únicos. Não vale escolher o nome dos blogs já listados.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Ferida narcísica


"(...) a paixão gera um ferida no narcisismo justamente porque racha o controle onipotente da razão. Enquanto o amor salvaguarda a distância entre sujeito e objeto, o desejo proveniente da paixão, esse orienta rumo à fusão total com o objeto, o que significa o risco de devorá-lo ou ser devorado por ele mesmo. Compreende-se que muitos conflitos derivem da quebra de poder que representa o advento da paixão, ocasionando sofrimento: o obsessivo a vive como instância de perda de controle; o fóbico, como transgressão à distância que é necessária; o paranóico, como perseguição de um inimigo que ameaça devorá-lo."

(Etimologia das paixões, Ivonne Bordelois, p. 61)

Um bocado de tempo


“- Nunca mais o verei?
- Nunca mais é muito tempo.”

(Do filme: Os Brutos Também Amam)

São as coisas que você não diz...



“Estou sempre à espera das coisas que você não diz.”

(Ribamar, José Castello, ed. Bertrand Brasil, p. 63)

sábado, 18 de dezembro de 2010

Sobre aprendizados e quereres


"O homem ensina ao homem com mais facilidade aquilo que ele não quer aprender".

(Noel Rosa)

E acaba rápido demais


“Há uma piada antiga. Duas velhinhas em um hotel fazenda em Catskill. Uma diz: “A comida aqui é um horror." A outra diz: “Eu sei, porções minúsculas.” É assim que eu vejo a vida: cheia de solidão, miséria, sofrimento e tristeza. E acaba rápido demais.”

(Do filme: Annie Hall, Woody Allen)

voos para dentro


“Quando menino, você lembra, eu preferia os heróis que se tornam invisíveis. Eu os imitava: desde cedo, inventei muitas estratégias para desaparecer. A mais criativa delas, a literatura.
Leituras parecem voos para fora, com que nos distanciamos (fugimos) do mundo. Na verdade, são voos para dentro, com que cavamos o que estamos destinados a ser. Cometi um grande erro. Ainda hoje, escrevendo, eu o pago.”

(Ribamar, José Castello, ed. Bertrand Brasil, p. 115)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

qualquer coisa



“Os homens são capazes de escrever qualquer coisa nas primeiras semanas de paixão.”

(Do filme: Candelabro italiano)

nomes, apenas


“O que chamam de amor é o exílio, com um cartão postal da terra de vez em quando, eis meu sentimento aquela noite”.

(Primeiro Amor, Samuel Beckett, p. 30, Ed. Nova Fronteira)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Entrevista que eu fiz com Adriana Lisboa



Na semana passada, tive o privilégio de entrevistar uma de minhas escritoras favoritas: a Adriana Lisboa.

Eis a entrevista aqui.

Para os novos leitores, fragmentos dos livros dela nesta tag.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Para além do Édipo


“Nosso tempo pede um “software” que opere além do Édipo. (...) Para a psicanálise, agora, “esperar não é saber” – como cantou Vandré. Considerando que o saber será sempre incompleto, pela psicanálise podemos precipitar o tempo da conclusão e agir antes. Decidir, no século XXI, conta com a palpitação do coração.”

(A invenção do futuro, Jorge Forbes, Ed. Manole, p. 9-10)

Um eufemismo educado - Woody Allen


“ – Não estou afim de ver um documentário nazista de quatro horas. (Annie)
- Sinto muito. Tenho de ver um filme do começo ao fim. Sou meticuloso. (Alvie)
- Uma palavra educada para o que você é. (Annie)”

(Do filme: Annie Hall, Woody Allen)

Sobre Alexandria


“SÉRGIO – Eu sou uma pessoa sentimental!
LUÍSA – (Rindo).Não conhecia essa sua faceta!
SÉRGIO – (Sério). A gente não conhece nada um do outro... Nunca conheceu...
LUÍSA – O que você está querendo, Sérgio?
SÉRGIO – Fugir com você para Alexandria (Luz vai caindo em resistência. Silêncio.)
LUÍSA – (Sorri distante.) A cidade que oferece tudo aos seus amantes, menos a felicidade.
SÉRGIO – De quem é essa frase?
LUÍSA – Baltasar, acho...”

(Teatro Completo - Maria Adelaide Amaral, peça: De braços abertos, p. 185, Ed. Global)

Fliporto 2011 - estarei lá :)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Vale o click



Fonte: http://cinismoilustrado.blogspot.com/

A vida compreendida é vida vivida


“Alguns acham que não se pode compreender a vida e vivê-la ao mesmo tempo. Eu acho que não... (...) A vida compreendida é vida vivida.”

(Do filme: Waking life)

sobre possibilidades e angústia


“Eu listava todas as possibilidades mentalmente, enquanto fazia o café. (...) Isso dava certa angústia. A angústia é um sentimento inimigo que segura o seu estômago com dedos tortos e frios e possessivos”.

(Azul-corvo, Adriana Lisboa, Ed. Rocco, p. 112)

domingo, 12 de dezembro de 2010

Cursos de férias na Estação das Letras - para quem mora no Rio



Como Escrever um Projeto Cultural


Informações necessárias para a produção e inserção de textos num projeto cultural, montagem do orçamento físico-financeiro, elaboração de planilhas, de cronograma e distribuição de produtos. Orientações sobre a captação de recursos junto às empresas.

Agenda Estação das Letras 1a. turma: De 10/01 a 14/01 das 10h às 12h

Agenda Estação das Letras 2a. turma: De 10/01 a 14/01 das 18h às 20h

Profa: Maria Alice S. Lima – Jornalista e produtora cultural, trabalha com projetos culturais patrocinados através das leis de incentivo federais, estaduais e municipais.

Valores: R$ 250,00

Escrita Criativa: Por onde começar?

Estímulo à criação literária com exercícios durante as aulas. Motivação da criatividade através de exercícios que podem ser levados para o dia-a-dia. Encorajamento da expressão pessoal pela palavra escrita.

Agenda Estação das Letras De 10 a 14/01 das 10 às 12h

Profa: Ana Letícia Leal - Jornalista, Mestre em Comunicação Social (PUC-Rio) e Doutora em Letras (PUC-Rio). Publicou Meninas inventadas (finalista / Prêmio Jabuti 2007) e Para Crescer.

Valores: R$ 250,00

Introdução aos Gêneros Literários

Noções preliminares das técnicas de construção inerentes a cada gênero literário (prosa, poesia, conto, romance, crônica). Estudo e criação a partir de leituras diversas.

Agenda Estação das Letras De 11 a 14/01 das 18h às 20h30

Profa: Suzana Vargas – Poeta, autora de literatura infantil e ensaísta com vários títulos publicados. Mestre em Teoria Literária / UFRJ. Coordena a Estação das Letras.

Valores: R$ 250,00

Workshop: Como escrever um livro reportagem

Guilherme Fiúza ensina como extrair dramaticidade das situações reais transformando-as em uma narrativa envolvente. O trabalho é baseado na comparação de trechos de seus livros com a informação bruta existente antes de escrever. Na parte prática, os alunos recebem informações sobre uma determinada situação e são orientados a exercitar o olhar, a ênfase e o estilo para escrever um texto literário.

Agenda Estação das Letras Dia 15/01 das 10h às 16h

Prof: Guilherme Fiúza – Jornalista, escreve artigos sobre a política nacional para a Revista Época. No site da revista, assina o blog “Política e Tudo Mais”. Autor de Meu Nome Não é Johnny (Record, 2004) e recentemente publicou o livro Bussunda - A Vida do Casseta (Objetiva, 2010), que retrata a vida e a carreira do humorista Bussunda, membro do grupo Casseta & Planeta, falecido em 2006.

Valores: R$ 250,00

Segredos da Ficção – Técnicas Personalizadas de trabalho.


Três ficcionistas contemporâneos leem seus textos e discorrem sobre seus métodos pessoais de trabalho. O conto e a narrativa longa serão esmiuçados através da marca que cada um deles imprime na concepção de seus contos e romances.

Agenda Estação das Letras Dias 17,18 e 19/01 das 18h às 20h

17/01 – Ondjaki – Ficcionista angolano, autor, entre outros, de Bom Dia Camaradas (Agir 2006).
18/01 – Tatiana Salem Levy - Romancista, contista, publicou o romance A chave de Casa (Record, 2009).
19/01 – Sérgio Sant’Anna - Ficcionista, autor, entre outros, de 50 contos e 3 novelas (Companhia das Letras, 2007).

Valores: R$ 250,00

Escrita Criativa: desbloqueando sua capacidade de escrever

Leitura de textos lúdicos. Exercícios a cada aula, com estímulos à criação. Desbloqueio da espontaneidade ao redigir.

Agenda Estação das Letras De 24 a 28/01 das 18h às 20h

Profa: Silvia Carvão - Formada em Letras pela UERJ. Tem larga experiência em oficinas de escrita e revisão de texto.

Valores: R$ 250,00

Conto: o que é e como se faz

Nessa oficina, o aluno é apresentado aos fundamentos da prosa de ficção, com destaque para as narrativas breves. A ideia é estimular a compreensão da estrutura do conto e estimular os oficineiros à produção de textos.

Agenda Estação das Letras Dias 27/01 e 28/01 das 17h30 às 20h30 e dia 29/01 das 10h às 14h

Profa: Cíntia Moscovich - Escritora, jornalista, Mestre em Teoria Literária, roteirista de televisão e ministrante de oficinas literárias. É autora, entre outros, de Arquitetura do arco-íris e de Por que sou gorda, mamãe?. Publicada na Espanha, Portugal, Itália, Argentina e Estados Unidos, a autora integra a antologia Os melhores contos brasileiros do século, organizado por Ítalo Moriconi para a editora Objetiva.

Valores: R$ 300,00

Laboratório de Vivência Literária


O escritor Luiz Ruffato propõe, em seu Laboratório de Vivência Literária, uma reflexão sobre o ato de escrever, particularmente no que diz respeito à prosa de ficção. Nos encontros, os participantes são estimulados a produzir textos e discuti-los e analisá-los em conjunto. A partir das demandas teóricas surgidas de necessidades específicas são introduzidos elementos de teoria literária e de processo de criação. Ou seja, a leitura crítica dos textos alheios torna-se ferramenta fundamental para a elaboração de uma escrita criativa.

Agenda Estação das Letras Dia 29/01 sábado das 10h às 16h

Prof: Luiz Ruffato - Escritor, autor, entre outros, de Eles eram muitos cavalos (2001), também lançado na Itália, França e Portugal e De mim já nem se lembra (2007). Está em curso a edição do projeto Inferno provisório, previsto para cinco volumes, dos quais quatro já foram publicados: Mamma, son tanto felice, (também na França) e O mundo inimigo (ambos em 2005), Vista parcial da noite (2006) e O livro das impossibilidades (2008).

Valores: R$ 250,00

Autoficção: da memória pessoal à escrita de si

Podemos narrar objetivamente o que vivemos? Ao lembrar, inventamos? Quem somos, senão quem decidimos ser? Considerando o texto de autoficção, aquele que parte da memória pessoal para a escrita criativa de si, incentiva-se o apagamento da dicotomia verdade-ficção. Alguns exercícios terão como objetivo mobilizar a memória e poderão aproveitar textos confessionais guardados em casa, fotografias ou objetos significativos. O principal é que se preste atenção no que a memória pessoal oferece para a prática literária, que, mesmo quando se quer autobiográfica, é um verdadeiro faz-de-conta.

Agenda Estação das Letras De 31/01 a 04/02 das 15h às 17h

Profa: Ana Letícia Leal - Jornalista, Mestre em Comunicação Social (PUC-Rio) e Doutora em Letras (PUC-Rio). Publicou Meninas inventadas (finalista / Prêmio Jabuti 2007) e Para Crescer.

Valores: R$ 250,00

Escrevendo Biografias

O que é uma biografia. Como se estrutura e se realiza uma pesquisa. A técnica de entrevistas. A contextualização histórica. O cruzamento de informações. Como os computadores ajudam os pesquisadores. Como a pesquisa se transforma em livro. Noções sobre a “arte de escrever”. Estudos de casos de biografias bem sucedidas.

Agenda Estação das Letras De 31/01 a 04/02 das 18h às 20h

Prof: Carlos Didier - Autor de Orestes Barbosa - Repórter, Cronista e Poeta (Agir, 2005, 2º lugar/Prêmio Jabuti 2006), Nassara passado a limpo (José Olympio 2010); co-autor de Noel Rosa - Uma Biografia (UNB, 1990); pesquisador e redator de Abel Silva em depoimento a Carlos Didier (Rio, 2004). É músico, lançou os CDs Noel Rosa Inédito e Desconhecido e A Noiva do Condutor, opereta de Noel Rosa, com Marília Pêra e Grande Othelo.

Valores: R$ 250,00

Oficina de Poesia

A partir da leitura de poemas e exercícios de escrita, a oficina busca estimular a criatividade e a inovação no campo do fazer estético-literário. Busca-se aqui a sensibilização da plateia não somente para a escrita de poesia como para a fala e a linguagem corporal que a acompanha.

Agenda Estação das Letras Dias 31/01,03/02 e 04/02 das 18h às 20h30

Profa: Viviane Mosé - Psicóloga, psicanalista, Mestre e Doutora em Filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. É autora, entre outros, de Pensamento Chão (Record 2007) e Toda palavra (Record 2006).

Valores: R$ 250,00

O escritor e o Mercado Editorial – caminhos para publicação


Como funciona a indústria do livro e o mercado editorial. Os diferentes papéis (autor/editor/indústria) e sua convergências. O que significa ser autor hoje? Quais os caminhos possíveis de trilhar para ter seu livro publicado e lido? A viagem do livro na contemporaneidade, dos originais à mesa do editor, suas principais etapas. Curso destinado a profissionais da indústria do livro e escritores que desejam ingressar no mercado conhecendo-lhe as regras

Agenda Estação das Letras Dia 05/02 ( sábado) das 10h às 17:30h

10h às 12h – Da escritura à preparação de originais. Gêneros e mercado: literatura infantil e infantojuvenil. Por Márcio Vassalo – Jornalista e escritor carioca, autor, entre outros, de Valentina (Global, 2007). Presta serviço de consultoria para autores e várias editoras do país.
13h às 15h – Da análise, seleção de originais, escolha e lançamento dos livros.


Gêneros e mercado: clássicos, ficções e ensaios.

Por Maria Amélia Mello – Editora da José Olympio (Grupo Record) com cursos na Inglaterra, Alemanha e EUA. MBA em Mercado Editorial em Stanford. Jornalista e autora, entre outros, de Às oito em ponto.
15h30 às 17h30 – O escritor no mercado de livros virtuais. Por Carlo Carrenho – Especializado em Publishing pelo Radcliffe College (Cambridge, USA). Editor da Carrenho Editorial e do PublishNews. Gere nte de Produto Livro na distribuidora Superpedido, de São Paulo.

Valores: R$ 300,00

Oficina de E-mail Marketing – Como montar sua própria newsletter


A oficina destina-se a orientar escritores, blogueiros, editores de sites, jornais e revistas virtuais sobre como podem desenvolver um relacionamento de compromissos com seus leitores/clientes e uma comunicação de qualidade com as ferramentas que a internet oferece.

Agenda Estação das Letras Dia 05/02 ( sábado) das 10h às 16h

Profa: Paula Cajaty - Escritora, formada em Direito e em Publishing Management na FGV. Em parceria com sites, blogs, editoras e agências literárias produz o Boletim Leituras para mais de 4 mil leitores, prestando consultoria em marketing e produção editorial e literária através de seu site ‘www.paulacajaty.com’. Autora de Afrodite in verso (7 letras, 2008) e Sexo, tempo e poesia (7 letras, 2010).

Valores: R$ 250,00

Estação das Letras - Rua Marquês de Abrantes, 177 - Loja 107 e 108 :: Flamengo
Rio de Janeiro - RJ :: CEP: 22230-060 :: Telefone: (21) 3237-3947

isso não é amor, mas plano estratégico


“Dissimular o que sentimos, conter, diminuir para que ninguém possa penetrar no bunker pessoal: isso não é amor, mas plano estratégico. O curioso é que o meu paciente se lamentava da solidão. Para alguém assim, qualquer relação estável é pouco menos que se trancar num quarto com Hannibal Lecter”.

(Amores de alto risco, Walter Riso, p. 54)

os que sofrem de falta de vida e os que sofrem pelo excesso dela


“Há dois tipos de sofredores: os que sofrem de falta de vida e os que sofrem pelo excesso dela. Eu faço parte da segunda categoria”.

(Do filme: Waking life)

sábado, 11 de dezembro de 2010

De quando o amor bate nas pedras e cai no vazio


“Como é que eu mato a tua morte?”

(Fazes-me falta, Inês Pedrosa)


Imagem: minha. Fotografia de dezembro de 2007.

Mas felicidade não era o suficiente


“- Os anos mais felizes da minha vida. Mas felicidade não era o suficiente para Dulce.”

(Do filme: Onde andará Dulce Veiga?)

Dos excessos - II (Clarice Lispector)



“(...) mas sou feita de tão pouca coisa e meu equilíbrio é tão frágil que eu preciso de um excesso de segurança para me sentir mais ou menos segura."

(Carta de Clarice Lispector para Tânia Lispector – Belém, 08/07/44. Extraído de: Minhas queridas – Clarice Lispector, org. Teresa Montero, Ed. Rocco, p. 35)