terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Pequenas ternuras - Paulo Mendes Campos

“(...) quem chora no cinema ao ver o reencontro de pai e filho; (...) quem se se detém no caminho para contemplar a flor silvestre; (...) quem decide aplicar-se ao estudo de uma língua morta depois de um fracasso amoroso; quem procura numa cidade os traços da cidade que passou, (...) quem jamais negligencia os ritos da amizade; (...) quem não se envergonha da beleza do pôr-do-sol ou da perfeição de uma concha; (...) quem visita sozinho os lugares onde já foi feliz ou infeliz; (...) todos eles são presidiários da ternura e, mesmo aparentemente livres como os outros, andarão por toda parte acorrentados, atados aos pequenos amores da grande armadilha terrestre”.

(Paulo Mendes Campos in: O amor acaba - crônicas líricas e existenciais. Crônica: Pequenas ternuras. Ed. Civilização Brasileira, p. 147-148)

4 comentários:

  1. Sempre uma delicadeza esse teu lugar.

    Um beijo Vanessa e um ano preenchido de paz e muita poesia.

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  2. quanta beleza nessa manhã - acompanhada dessas palavras :)

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  3. É através desses pequenos detalhes que algué se mostra para o mundo e para os outros. Psicologia só funciona acompanhada se microscópio, é algo para detalhistas.

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