quinta-feira, 20 de maio de 2010

Não fique


"Estude, faça suas coisas, vá para Petrópolis, olhe as pessoas. Não fique pensando em mim, não fique esperando nada de mim, não invente estórias".

(Caio F. em carta para Vera Antoun, 26-06-74, Caio Fernando Abreu - Cartas, organizado por Italo Moriconi, p. 163)

11 comentários:

  1. Eis um bom conselho que ele deu de graça é útil viver enquanto a obssessão não passa.



    Parafraseando Chico.

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  2. Fundamental...não se esqueça, não se apague!!

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  3. Me foi um tapa, mas doeu como um soco no estômago!

    Njos querida
    Adoreeeeeei sua fotinha nova!

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  4. sessão caíto, adoro! como também adoro inventar estorinhas dramáticas.

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  5. Excelente conselho que traz a marca do desapego.
    Caio era único e intransferível.
    Ótimo passar aqui.
    Aquele abraço.

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  6. vou tentar fazer isso. ou melhor, estou tentando.



    que linda essa foto. gostei :)

    aquele trecho da Inês... ai, me deixou sem palavras.

    obrigada Van :)

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  7. O MUNDO DA FOME

    Essa fome que me estremece
    Que me enche os olhos de pedras
    E é tanta fome solta pela terra
    Que no peito a dor me estremece.


    A fome que por ser vizinha, cala
    E a que por mim passa, não olha
    Por já está solta e abandonada
    Por estar presa à hora chegada.


    Outra fome, também, cravada
    É a que se tem na alma amarga
    Dor que por nada se acha graça
    Essa dor capaz de ver o mar
    E não achar encanto nas águas.


    A fome que há sobre tantas faces
    Essa que morre e grita aos lotes
    Uma que está perdida na África
    E pelos Trópicos corre alucinada.


    A fome que é do mundo, fabricada
    Que em mísseis e bomba é lançada
    Com tanta formalidade é fabricada
    Que Hinos e Bandeiras são hasteados
    Fardada e com continência calada
    Que se espalha, salta de pára-quedas
    E vira monumentos e pede aplausos.


    Essa fome tanta, meu Deus, bélica
    Que tem leis e ética, toga e decretos.
    E outra, tísica, que vivendo secreta
    Que mal fala, mal dorme, mal come
    Espalhando terror sobre as cidades
    E que enche Hospitais e que intimida
    E tira nos dias o sossego das casas
    E cresce e cresce em multiplicidades.


    E como que vai enchendo as praças
    Parece que vai tomando uma cidade
    Com olhos frios e de longa espera
    Essa, essa que nos certe e tem pressa
    Que não sei como ambas se parecem


    Uma, de sofisticada, desce e explode
    E tanto explode quanto mais espalha
    A outra, são os resquícios da miséria.

    Guina
    2010

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  8. Se de todos que nada podemos esperar ouvíssemos isso... Seria, no mínimo, mais justo.

    Abraço!

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  9. dói mas é um ótimo conselho! não devíamos esperar nada de ninguém :/
    linda sua foto nova mesmo, beijo grandeee (:

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