"Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo."
(Caio F. Abreu)
quinta-feira, 30 de junho de 2011
Camille Claudel - Conhaque + amor desmedido = tragédia
No início do ano escrevi umas matérias inspiradas num livro que conta a vida de pessoas notáveis, sob o ponto de vista etílico. Vou publicá-las aqui a partir de hoje.
Conhaque + amor desmedido = tragédia
Atire o primeiro remédio para ressaca (creio que não seja de bom tom citar uma marca conhecida aqui) quem nunca tomou um porre (refiro-me aos maiores de idade, que fique claro). É uma experiência única, até para saber se vale a pena ou não os próximos goles. A bebida alcoólica faz parte da história da humanidade. Na Suméria e no Egito já se fazia vinho e cerveja. Quem não tem uma boa história de esbórnia etílica para contar? Ainda que seja de um amigo...
Ulisses Tavares, jornalista-publicitário-roteirista-entre-outras-profissões, contou várias destas histórias no livro “Hic!stórias! Os maiores porres da humanidade” (Ed. Panda Books, 2009).
A primeira bêbada encantadora da série é a talentosíssima, bela e trágica escultora francesa Camille Claudel. Com 19 anos, no início do século XX, Camille vai para Paris estudar artes. Seu trabalho fantástico (esculturas em mármore) chamou a atenção do escultor Auguste Rodin – já famoso e autor da obra “O pensador”. Rodin já tinha mais de 40 anos e era conhecido pelo seu apreço pelo vinho e noitadas. Apreciador das artes, Rodin fez de Camille sua discípula e amante fixa.
Durante anos foi Camille quem finalizou as obras mais significativas de Rodin, além de ter servido de modelo para elas. Quinze anos com Camille, e Rodin não havia deixado sua esposa submissa, Rose. Além disso, não deixava que Camille assinasse as obras feitas a quatro mãos, além de agredi-la moral e fisicamente. Camille abandonou Rodin. No entanto, instalou um estúdio próximo ao dele. Também adotou comportamentos destrutivos: a cada verão acabava com as obras que havia produzido no inverno.
“Ao que se sabe, usava o álcool, especialmente conhaque, para se aquecer do frio de Paris e para esquecer sua paixão. Resultado de tanto conhaque é que, aos quarenta anos, aparentava ser uma decrépita velhinha maltratada. Foi então resgatada pela família e internada em um manicômio, que, na época, era pior que as cadeias brasileiras de hoje.” (Tavares, p. 83)
Em 1943, 25 anos depois da internação, Camille morre no hospício. Como todo grande artista, não teve reconhecimento em vida. Amor demais e conhaque demais foram letais para uma alma perturbada e criativa.
Texto: Vanessa Souza Moraes
Fonte: Ulisses Tavares in: “Hic!stórias! Os maiores porres da humanidade” (Ed. Panda Books, 2009)
Conhaque + amor desmedido = tragédia
Atire o primeiro remédio para ressaca (creio que não seja de bom tom citar uma marca conhecida aqui) quem nunca tomou um porre (refiro-me aos maiores de idade, que fique claro). É uma experiência única, até para saber se vale a pena ou não os próximos goles. A bebida alcoólica faz parte da história da humanidade. Na Suméria e no Egito já se fazia vinho e cerveja. Quem não tem uma boa história de esbórnia etílica para contar? Ainda que seja de um amigo...
Ulisses Tavares, jornalista-publicitário-roteirista-entre-outras-profissões, contou várias destas histórias no livro “Hic!stórias! Os maiores porres da humanidade” (Ed. Panda Books, 2009).
A primeira bêbada encantadora da série é a talentosíssima, bela e trágica escultora francesa Camille Claudel. Com 19 anos, no início do século XX, Camille vai para Paris estudar artes. Seu trabalho fantástico (esculturas em mármore) chamou a atenção do escultor Auguste Rodin – já famoso e autor da obra “O pensador”. Rodin já tinha mais de 40 anos e era conhecido pelo seu apreço pelo vinho e noitadas. Apreciador das artes, Rodin fez de Camille sua discípula e amante fixa.
Durante anos foi Camille quem finalizou as obras mais significativas de Rodin, além de ter servido de modelo para elas. Quinze anos com Camille, e Rodin não havia deixado sua esposa submissa, Rose. Além disso, não deixava que Camille assinasse as obras feitas a quatro mãos, além de agredi-la moral e fisicamente. Camille abandonou Rodin. No entanto, instalou um estúdio próximo ao dele. Também adotou comportamentos destrutivos: a cada verão acabava com as obras que havia produzido no inverno.
“Ao que se sabe, usava o álcool, especialmente conhaque, para se aquecer do frio de Paris e para esquecer sua paixão. Resultado de tanto conhaque é que, aos quarenta anos, aparentava ser uma decrépita velhinha maltratada. Foi então resgatada pela família e internada em um manicômio, que, na época, era pior que as cadeias brasileiras de hoje.” (Tavares, p. 83)
Em 1943, 25 anos depois da internação, Camille morre no hospício. Como todo grande artista, não teve reconhecimento em vida. Amor demais e conhaque demais foram letais para uma alma perturbada e criativa.
Texto: Vanessa Souza Moraes
Fonte: Ulisses Tavares in: “Hic!stórias! Os maiores porres da humanidade” (Ed. Panda Books, 2009)
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quarta-feira, 29 de junho de 2011
Não porque dure toda a vida mas por ser infinito enquanto dura, como escreveu Vinicius de Moraes
Once |
"A paixão é o anúncio enganoso de um filme que ninguém nunca viu, porque não tem história para além do anúncio. Guilherme dissertou. Citou poetas.
- O amor é a única possibilidade de transcendência que nos é dada. Não porque dure toda a vida mas por ser infinito enquanto dura, como escreveu Vinicius de Moraes. Cada vez há mais gente menos certa de alguma vez ter conhecido o amor. É de loucos. Somos loucos. Será o conhecimento assim tão incompatível com a eternidade?"
(Inês Pedrosa in: Os íntimos. Ed. Alfaguara, p.81-82)
sempre, em qualquer lugar
“Não é que eu não esteja gostando daqui. Mas me amolo e me chateio sempre, em qualquer parte’.
(Carta de Clarice Lispector para Elisa Lispector – Nápoles, 13/12/44. Extraído de: Minhas queridas – Clarice Lispector, org. Teresa Montero, Ed. Rocco, p. 57)
(Carta de Clarice Lispector para Elisa Lispector – Nápoles, 13/12/44. Extraído de: Minhas queridas – Clarice Lispector, org. Teresa Montero, Ed. Rocco, p. 57)
terça-feira, 28 de junho de 2011
dos corredores - e amores
"Que alívio! Afinal de contas, a reciprocidade amorosa é uma excessão, pois na maioria das vezes só um ama enquanto o outro está ocupado em fugir para tão longe quanto for capaz. Para isso são necessários dois, e um deles acaba de telefonar ao outro, que sente a mesma coisa. Não é uma beleza?"
(Elfriede Jelinek in: A pianista. Ed. Tordesilhas)
(Elfriede Jelinek in: A pianista. Ed. Tordesilhas)
É preciso martelar depressa
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Mas então... outras circunstâncias
500 days of Summer |
(Marcel Proust in: Em busca do tempo perdido vol. 3 - O caminho de Guermantes.Tradução de Mario Quintana. Ed. Globo, p. 373)
não sabe como é possível que o amor seja tão mal recompensado
La Pianiste |
"Erika ainda está um pouco atordoada de sono e não sabe como é possível que o amor seja tão mal recompensado, especialmente o seu amor. Sempre esperamos por recompensas pelos nossos serviços. Acreditamos que o que os outros fazem não precisa ser recompensado; esperamos que eles o façam bem barato."
(Elfriede Jelinek in: A pianista. Ed. Tordesilhas, p. 300)
Não é amargo, é apenas real
500 days of Summer |
(DIP, Paula. Para sempre teu, Caio F. p. 228. Rio de Janeiro: Record, 2009)
domingo, 26 de junho de 2011
como as peças da boneca russa
“A questão é que algumas vezes ela tentava pensar no passado e não conseguia. Não conseguia identificar uma noção contínua de si mesma. A noção de tinha de si parecia estar espalhada em vários pedaços à sua volta, como as peças da boneca russa de Dora depois que todas as bonecas menores haviam sido retiradas.”
(Rachel Eusk in: Arlington Park. Ed. Record, p. 138)
(Rachel Eusk in: Arlington Park. Ed. Record, p. 138)
sábado, 25 de junho de 2011
Você compreende e compreende
"Loucura, eu penso, é sempre um extremos de lucidez. Um limite insuportável. Você compreende, compreende, compreende e compreende cada vez mais, e o que você vai compreendendo é cada vez mais aterrorizante - então você "pira". Para não ter que lidar com o horror. "Porque estar vivo, verdadeiramente vivo, é horrível" - já dizia a GH (a reler) de Clarice, remember? Isso me voltou à cabeça ontem à noite".
(Caio F. em carta para Maria Lídia Magliani, 10/09/1991, Caio Fernando Abreu - Cartas, organizado por Italo Moriconi, p. 221)
(Caio F. em carta para Maria Lídia Magliani, 10/09/1991, Caio Fernando Abreu - Cartas, organizado por Italo Moriconi, p. 221)
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sexta-feira, 24 de junho de 2011
nem nada além de ilusões já tão esfarrapadinhas
"Meu amigo, andei tão maus. Uma tristeza que não me largava. (...) Uma sensação de abandono, de solidão sem remédio - conhece o texto? -, de velhice chegando & eu chegando ao fim, sem ninguém nem nada além de ilusões já tão esfarrapadinhas."
(Caio F. em carta para Marcos Breda, 22/04/188, Caio Fernando Abreu - Cartas, organizado por Italo Moriconi, p. 149)
(Caio F. em carta para Marcos Breda, 22/04/188, Caio Fernando Abreu - Cartas, organizado por Italo Moriconi, p. 149)
sobre perdas
“Ora a perda, por mais cruel que ela seja, não pode nada contra a possessão: ela a completa, ela a afirma; ela nada mais é, no fundo, que uma segunda aquisição – totalmente interior dessa vez – e também tão intensa.”
(Rainer Maria Rilke)
(Rainer Maria Rilke)
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Eu só tenho esperas
"Saí, saiu. Não dissemos nada. Eu só tenho esperas. Ele traz a tranquilidade de mais nada esperar."
(Caio F. in: Inventário do ir-remediável. Ed. Sulinas, p. 96)
(Caio F. in: Inventário do ir-remediável. Ed. Sulinas, p. 96)
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Existe alguma coisa que seja verdade o tempo todo?
"- Acredita que é verdade?
- Creio que é uma ideia interessante. É verdade com relação a muitos momentos da vida. Muito pouco é verdade o tempo todo.
- Existe alguma coisa que seja verdade, Srta. Samuelson, o tempo todo?
- O tempo todo? Sim. O que é agora não será depois;
- De sua autoria? - Havia aprendido a lição.
- Sim, quanto à fraseologia. O pensamento não é muito original.
- Então acredita que tudo muda?
- E então muda de novo."
(Josephine Hart in: Abandono. Ed. Record, p. 76)
- Creio que é uma ideia interessante. É verdade com relação a muitos momentos da vida. Muito pouco é verdade o tempo todo.
- Existe alguma coisa que seja verdade, Srta. Samuelson, o tempo todo?
- O tempo todo? Sim. O que é agora não será depois;
- De sua autoria? - Havia aprendido a lição.
- Sim, quanto à fraseologia. O pensamento não é muito original.
- Então acredita que tudo muda?
- E então muda de novo."
(Josephine Hart in: Abandono. Ed. Record, p. 76)
Porque a culpa é feminina
The Dreamers |
(Inês Pedrosa in: A Instrução dos amantes. Publicações Don Quixote, p. 82-83)
terça-feira, 21 de junho de 2011
...
"Não me importo com que as feias sejam puritanas. É a única desculpa que têm para sua feiúra."
(Oscar Wilde)
(Oscar Wilde)
desejos equivocados, perdidos, extraviados
"Não há desejos intransitivos - mas há desejos equivocados, perdidos, extraviados, desejos que nos atravessam sem nos tocarem. Fui desejada sem o saber - soube-o sempre depois - por homens que até poderia ter desejado, se o soubesse antes. Pensava noutras coisas. Os homens veem o desejo como as mulheres veem a culpas - como uma coisa com braços e pernas e rosto e olhos, imediata."
(Inês Pedrosa in: Os íntimos. Ed. Alfaguara, p.135)
(Inês Pedrosa in: Os íntimos. Ed. Alfaguara, p.135)
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Kokoschka |
(Marcel Proust in: Em busca do tempo perdido vol. 3 - O caminho de Guermantes.Tradução de Mario Quintana. Ed. Globo, p. 324)
Como se tivesse direito de saber
"Perguntou ainda para onde estavam indo. Para que lado do mundo, que mares, mas o fez como uma criança, uma menina teimosa, uma menina inconveniente também. Como se tivesse direito de saber. Depois deteve-se, apavorada por ter ousado."
(Marguerite Duras in: Emily L. Ed. Nova Fronteira, p. 27)
(Marguerite Duras in: Emily L. Ed. Nova Fronteira, p. 27)
qualquer gesto faria o tempo se estilhaçar como cristal
Cris Martins |
(Adriana Lisboa in: Caligrafias. Ed. Rocco, p. 50)
domingo, 19 de junho de 2011
Um livro é o desconhecido
Eugenia Gapchinska |
“É uma coisa curiosa um escritor. Uma contradição e também um absurdo. Escrever é também não falar. É se calar. É berrar sem fazer barulho. É muitas vezes o repouso de um escritor, e ele tem muito a ouvir. Não fala muito porque é impossível falar com alguém de um livro que se escreveu e sobretudo de um livro que se está escrevendo. É impossível. (...) Porque um livro é o desconhecido, é a noite, é fechado, é assim. É o livro que avança, que cresce, que avança nas direções que se supõem exploradas, que avança para o seu próprio destino e o do seu autor, agora aniquilado pela sua publicação: a separação entre os dois, o livro sonhado, como a criança recém-nascida, sempre a mais amada.”
mas antes o desejo de amar (Proust)
"No começo de um amor, como no seu final, não nos sentimos exclusivamente ligados ao objeto desse amor, mas antes o desejo de amar, de que ele vai proceder (e mais tarde a recordação que deixa), erra voluptuosamentre numa zona de encantos intermutáveis - bastante harmônicos entre si para que ele não se sinta em presença de nenhum, em terra estranha."
(Marcel Proust in: Em busca do tempo perdido vol. 2 - À sombra das raparigas em flor.Tradução de Mario Quintana. Ed. Globo, p. 576-577)
(Marcel Proust in: Em busca do tempo perdido vol. 2 - À sombra das raparigas em flor.Tradução de Mario Quintana. Ed. Globo, p. 576-577)
sábado, 18 de junho de 2011
sobre o amor, realmente
"Mentiras verdadeiras são essenciais para todos nós. E a maioria delas é sobre o amor, realmente."
(Josephine Hart in: Abandono. Ed. Record, p. 115)
(Josephine Hart in: Abandono. Ed. Record, p. 115)
O amor é um milhão de pequenas coisas
"O amor, se existe, não é uma entidade. O amor é um milhão de pequenas coisas. Não é possível ter uma ideia genérica do que seja o amor ou procurar dicionalizá-lo. O amor é uma flor murcha, um marcador amarelo de textos, um disquete de computador, uma chave de fenda, um quadro de avisos onde se espeta um bilhete, um peso de papel azul que reproduz o globo terrestre, uma cama desfeita ao meio-dia e um copo d'água pela metade, folhas secas que o vento varreu para dentro de casa, um vulto sombrio nos olhos por causa de uma discussão com alguém, a pequena escultura mexicana de um pássaro, guardanapos de papel sobre a mesa-de-cabeceira, alguém que martela um prego em outro apartamento, uma lista telefônica aberta, mais nada."
(Adriana Lisboa in: Um beijo de colombina. Ed. Rocco, p. 28)
(Adriana Lisboa in: Um beijo de colombina. Ed. Rocco, p. 28)
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Mentiras sinceras me interessam
"(...) e ela disse, iniciando a lista dessas falsas juras que não podemos cumprir."
(Marcel Proust in: Em busca do tempo perdido vol. 3 - O caminho de Guermantes.Tradução de Mario Quintana. Ed. Globo, p. 307)
*O título é do Cazuza.
(Marcel Proust in: Em busca do tempo perdido vol. 3 - O caminho de Guermantes.Tradução de Mario Quintana. Ed. Globo, p. 307)
*O título é do Cazuza.
Pagava agora a estranha omissão de sua dor
“Aquela prostração de Lol, seu abatimento, sua grande dor, somente o tempo poderia vencê-los, diziam. Foi julgada menos grave que seu delírio primeiro, não era capaz de durar muito, de provocar uma modificação importante na vida mental de Lol. Sua extrema juventude logo a varreria. Era explicável: Lol sofria de uma inferioridade passageira a seus próprios olhos porque tinha sido abandonada pelo homem de T. Beach. Pagava agora, mais cedo ou mais tarde aquilo que devia acontecer, a estranha omissão de sua dor durante o baile.”
(Marguerite Duras in: O deslumbramento. Ed. Nova Fronteira, p. 17)
(Marguerite Duras in: O deslumbramento. Ed. Nova Fronteira, p. 17)
quinta-feira, 16 de junho de 2011
sono, sonho
“Tomo um tranquilizante, busco uma noite artificial; mas o sonho que me vem é verdadeiro."
(José Castello in: Ribamar. Ed. Bertrand Brasil, p. 29)
(José Castello in: Ribamar. Ed. Bertrand Brasil, p. 29)
simplicidade
Una sullaltra |
(Erica Jong in: Medo dos cinquenta)
irremediavelmente perdido
“O que dói não é perder o amado, mas continuar a amá-lo mais do que nunca, mesmo sabendo-o irremediavelmente perdido.”.
(J.-D. Nasio in: A dor de amar. Ed. Zahar, p. 41)
(J.-D. Nasio in: A dor de amar. Ed. Zahar, p. 41)
como uma coisa que só por ser sentida e formulada se completa e se cumpre? - Caio F.
Bright Star |
(Caio Fernando Abreu in: Inventário do ir-remediável. Conto: Amor. Ed. Sulinas, p. 101)
quarta-feira, 15 de junho de 2011
oscila
“Oscilo entre a cobiça e a repulsa pelos vossos amores carnais e confusos. Os meus são cristalinos e intangíveis.”
(Inês Pedrosa in: Os íntimos. Ed. Alfaguara, p.34)
sobre escrever: Saramago
“(...) Quer dizer, cada livro que eu escrevo tenta resolver um problema que eu tenho na minha relação com o mundo, na minha relação com os outros.”
(José Saramago)
(José Saramago)
terça-feira, 14 de junho de 2011
mas também exatamente ao que deve acontecer
Vou terminar com a palavra mais bonita do mundo - Clarice L.
"Mas agora vou falar bem baixinho. Assim: meu amor. Meu grande amor. Tenho dito? Você é que responde. Vou terminar com a palavra mais bonita do mundo. Assim bem devagarzinho: amor mas que saudade. A-m-o-r. Beijo-te. (...) Es-tou vi-va".
(Clarice Lispector in: Brasília: esplendor {crônica})
(Clarice Lispector in: Brasília: esplendor {crônica})
A lenta e escreta arte de ter paciência
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Como medir a dor? Haveria unidades pessoais? Centímetros cúbicos, milhas, hectares?
Blue Valentine |
Como medir a dor? Haveria unidades pessoais? Centímetros cúbicos, milhas, hectares? E a dor passaria? Simplesmente a dor choveria na época certa, que por aqui chamam tsuyu, a estação chuvosa, um pesadelo no início do verão? E depois a umidade da dor evaporaria sob um sol de promessas?"
(Adriana Lisboa in: Rakushisha. Ed. Rocco, p. 46)
não era portanto: absolutamente necessário e predestinado
“As circunstâncias decidiram que foram de outra maneira: não tornei a vê-la. Não foi ela a quem amei, mais poderia ter sido. E uma das coisas que me tornaram mais cruel o grande amor que em breve eu ia ter, foi, ao lembrar aquela noite, dizer comigo que, se circunstâncias muito simples se houvessem modificado, poderia esse amor dirigir-se a outrem (...) aplicado àquela que mo inspirou tão pouco tempo depois, não era portanto – como eu teria tanta vontade, tanta necessidade de crer – absolutamente necessário e predestinado.”
(Marcel Proust in: Em busca do tempo perdido vol. 3 - O caminho de Guermantes.Tradução de Mario Quintana. Ed. Globo, p. 307)
(Marcel Proust in: Em busca do tempo perdido vol. 3 - O caminho de Guermantes.Tradução de Mario Quintana. Ed. Globo, p. 307)
domingo, 12 de junho de 2011
...
"Não. Na vida existem coisas mais importantes do que a prudência."
(J.M. Coetzee in: Desonra. Ed. Companhia das Letras, p. 60)
Ele respira a presença dela
"Logo o breve intervalo vai terminar. Ele respira a presença de Erika com as narinas dilatadas, como se estivesse em atitudes alpinas que só raras vezes se alcançam, e onde, por iso, se respira especialmente fundo. Para levar consigo bastante oxigênio de volta para a cidade."
(Elfriede Jelinek in: A pianista. Ed. Tordesilhas, p. 82)
(Elfriede Jelinek in: A pianista. Ed. Tordesilhas, p. 82)
sábado, 11 de junho de 2011
Das coisas chatas da vida
E indispensáveis.
Alguém aqui já catalogou seus filmes?
{Espero que alguém escreva que não, assim eu vou me sentir menos desorganizada.}
Estou o dia inteiro nessa tarefa hercúlea e não cadastrei nem um terço ainda...
Alguém aqui já catalogou seus filmes?
{Espero que alguém escreva que não, assim eu vou me sentir menos desorganizada.}
Estou o dia inteiro nessa tarefa hercúlea e não cadastrei nem um terço ainda...
Nós sempre teremos Paris
"- Se aquele avião partir e você não estiver com ele, vai se arrepender, talvez não amanhã, mas breve, e para o resto de sua vida...
- Mas, e nós?
- Nós sempre teremos Paris."
(Do filme: Casablanca [1942])
- Mas, e nós?
- Nós sempre teremos Paris."
(Do filme: Casablanca [1942])
sexta-feira, 10 de junho de 2011
apenas porque
"Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente."
(Clarice Lispector in: Perdoando Deus {conto})
(Clarice Lispector in: Perdoando Deus {conto})
é raro que saiam de súbito
Closer |
(Marcel Proust in: Em busca do tempo perdido vol. 3 - O caminho de guermantes.Tradução de Mario Quintana. Ed. Globo, p. 271)
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