terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Italo Calvino - I
Acabei de ler hoje.
“(...) a matéria-prima do escrever não estará toda por acaso nesse ressurgir à superfície de grifos peludos, assanhamentos caninos, chifradas caprinas, violências interditas que bracejam nas trevas? Mas a coisa deve ser vista de duas maneiras: que este fervilhar demoníaco no interior das pessoas singulares e plurais, nas coisas feitas ou que se acredita fazer, e nas palavras ditas ou que se acredita dizer, seja de um modo de fazer ou de dizer que não está bem, e convém, portanto, engolir tudo de novo, ou em vez disso seja precisamente o que mais conta e visto que ali está seja aconselhável fazê-lo vir o furo...
(...) A palavra escrita acrescenta as paixões? Ou submete as forças da natureza? Ou se encontra em harmonia com a desumanidade do universo? Ou gera uma violência contida mas sempre pronta a arremessar-se, a dilacerar?”.
(Também tento contar a minha, O castelo dos destinos cruzados, Ítalo Calvino)
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