quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Impossível


"O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraíso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não dói".
(Cazuza)

4 comentários:

  1. eu já penso que morrer dói um tantinho sim ...

    até já escrevi sobre isso, e, com a máxima venia, postarei aqui para elucidar o que eu disse.

    grande abraço




    "para depois que me plantarem..."

    (mário liz)


    quando eu morrer, deixem um recado no meu orkut, pra todo mundo saber que eu fui um cara legal (ou mais legal do que eu realmente fui). escrevam que *eu fui poeta, sonhei e amei na vida. citem drummond, leminsk, maiakovski, renato russo, byron, goethe, vinícius, chico... e caso eu realmente vá para o inferno, citem raul, paulo coelho e teatro mágico (porque junto comigo irão as boas intenções de vocês).
    criem comunidades pra mim, me transformem em um morto pop. compilem meus poemas, mandem minhas frases em recados virtuais, cantem minhas músicas, façam músicas pra mim...
    quando completar um ano, cantem parabéns. façam um bolo, assoprem as velas (este texto vale como procuração, assoprem-nas por mim). escrevam minha biografia e escrevam também a minha biografia não-autorizada (ambas já têm o meu aval).
    façam um vinho tinto com meu nome, um vinho encorpado... preferencialmente cabernet e façam um menu com meu nome, desde que não seja vegetariano (porque de mato a minha boca já vai estar cheia).
    inventem mitos, lendas urbanas. digam que fui um alcoólatra e que me droguei diariamente por 15 anos da minha vida. escrevam em tablóides que fui um boêmio incorrigível, amante dos puteiros, neto da noite, filho da madrugada.
    falem dos meus amores, falem de sexo, digam que fui um insaciável e que mulher alguma jamais reclamou de mim. falem do meu membro, digam que era acima da média, deliciosamente fora dos parâmetros... uma peça de inigualável prazer.
    encontrem meu sêmen num banco de “dados” e disseminem meu legado nos 4 cantos do mundo. mas se a minha porra estiver cara, me dêem ao menos filhos ideológicos que pensem como eu, que falem como eu e que se portem como eu.
    sejam o meu espelho, a minha fragrância e a minha inconstância. sejam e estejam por mim (me imitem, me declamem, me derramem...)

    - é, amigo ... dói demais a certeza de saber que um dia seremos esquecidos.




    * Incidental, Álvares de Azevedo.

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  2. Um amor adolescente me escreveu justamente isso diante da separação. Tem umas dores que o tempo não cura, né? Ainda me volta aquela sensação de não poder fazer muito.


    Mas como disse a La Kepler: o que te salva é que você muda de idéia.

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  3. Genial! Nem preciso comentar o trecho, pois sou fatalista por natureza e "transbordante" por vocação. ;) A gente não pode perder aquilo que não tem, que nunca terá...

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  4. Amar é dar o que não se tem, dizia Lacan...

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