sábado, 15 de outubro de 2011

não se sabe por quê, não se sabe de nada


 "As lágrimas dele jorram quase sem parar, não se sabe por quê, não se sabe de nada, se é de raiva, se é de tristeza, é assim, talvez seja a voz que o faz chorar, de raiva, ou de uma outra paixão qualquer, ou de ter que ver, de tempos em tempos, alguma coisa, talvez seja isso, talvez ele chore para não ver, embora pareça difícil atribuir-lhe uma iniciativa dessa magnitude."

(Samuel Beckett in: O inominável. Ed. Globo, p. 162)

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