sábado, 29 de outubro de 2011

Fragmento do leitor 10

“Há pessoas que sepultamos na terra, mas há outras mais particularmente queridas que tiveram nosso coração como mortalha, cuja lembrança mistura-se todo dia a nossas palpitações; pensamos nelas como respiramos, estão em nós pela doce lei de uma metempsicose própria ao amor. Uma alma está em minha alma. Quando algum bem é feito por mim, quando uma bela palavra é dita, essa alma fala, age; tudo que posso ter de bom emana desse túmulo, assim como de um lírio emanam os perfumes que embalsam a atmosfera. O escárnio, o mal, tudo o que você censura em mim vem de mim mesmo.”

(Honoré de Balzac in, A comédia humana: O lírio do vale – L&PM Editores, 2006)

Leitora: Luiza Maciel
Blog: http://versosdeluz.blogspot.com

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