quinta-feira, 18 de agosto de 2011

mas para registrar o deserto por ele deixado

"E que sua tristeza também era feita da suposição da nossa felicidade. (...) Pensei na concomitância do menino e do mar, na sua diferente parecença, arrebatadora. Disse-me que se escreve sobre o corpo morto do mundo e, da mesma maneira, sobre o corpo morto do amor. Que era nos estados de ausência que a escrita se abismava para não substituir nada do que havia sido vivido ou supostamente vivido, mas para registrar o deserto por ele deixado."

(Marguerite Duras in: O verão de 80. Ed. Record, p. 65)

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