“A linguagem é uma pele: esfrego minha linguagem no outro. É como se eu tivesse palavras ao invés de dedos, ou dedos na ponta das palavras. Minha linguagem treme de desejo. A emoção de um duplo contacto: de um lado, toda uma atividade do discurso vem, discretamente, indiretamente, coloca em evidencia um significado único que é “eu te desejo”, e liberá-lo, alimentá-lo, ramificá-lo, fazê-lo explodir (a linguagem goza de se tocar a si mesma); por outro lado, envolvo o outro nas minhas palavras, eu o acaricio, o roço, prolongo esse roçar, me esforço em fazer durar o comentário ao qual submeto a relação.”
(Roland Barthes in: Fragmentos de um discurso amoroso. P. 64)
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
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A pele ou a linguagem podem ser muito agradáveis e revelar muito mas por certo ocultarão outro tanto, digo eu.
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Minha linguagem é promíscua.
ResponderExcluirO silêncio no discurso é como o gozo no sexo... ambos denunciam o perigo da morte quando falta as palavras.
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