segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A linguagem é uma pele - Barthes

“A linguagem é uma pele: esfrego minha linguagem no outro. É como se eu tivesse palavras ao invés de dedos, ou dedos na ponta das palavras. Minha linguagem treme de desejo. A emoção de um duplo contacto: de um lado, toda uma atividade do discurso vem, discretamente, indiretamente, coloca em evidencia um significado único que é “eu te desejo”, e liberá-lo, alimentá-lo, ramificá-lo, fazê-lo explodir (a linguagem goza de se tocar a si mesma); por outro lado, envolvo o outro nas minhas palavras, eu o acaricio, o roço, prolongo esse roçar, me esforço em fazer durar o comentário ao qual submeto a relação.”

(Roland Barthes in: Fragmentos de um discurso amoroso. P. 64)

3 comentários:

  1. A pele ou a linguagem podem ser muito agradáveis e revelar muito mas por certo ocultarão outro tanto, digo eu.
    :)

    ResponderExcluir
  2. O silêncio no discurso é como o gozo no sexo... ambos denunciam o perigo da morte quando falta as palavras.

    ResponderExcluir

So if you have something to say, say it to me now