domingo, 19 de fevereiro de 2012

Da cura do romantismo - Proust

"Aliás, se estava um pouco tranquilizado, não me sentia feliz. A perda de toda bússola, de toda direção, que caracteriza a espera, ainda persiste, após a chegada do ente esperado, e, substituindo em nós a calma em que imaginávamos com tanto prazer a sua chegada, impede-nos de sentir o mínimo prazer que seja. Albertine estava ali, meus nervos, destroçados, continuando a sua agitação, esperavam-na ainda. (...) Ficaríamos para sempre curados do romantismo se, para pensar naquela a quem amamos, procurássemos ser aquele que seremos quando não mais a amamos."

(Proust in: Em busca do tempo perdido vol. 5 - A Fugitiva. Tradução de Carlos Drummond de Andrade. Ed. Globo, p.113)

2 comentários:

  1. Não, Proust. Não quero a cura do meu romantismo.

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  2. Deve-se temer mais o amor de uma mulher do que o ódio de um homem - Sócrates.

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