Da brevidade do amor - entrevista com Tiago Rebelo
As vicissitudes das relações amorosas são tema das cinquenta e uma histórias de "Breve História de Amor" (Editora ASA), do escritor e jornalista português Tiago Rebelo. Relações pautadas pelo contemporâneo e mediadas por SMS´s, e-mails, Facebook... O amor na era.com será mais ou menos duradouro? Só se fala de amor, e esse amor tem o ritmo em que vivemos. O título do livro fala de brevidade, ou esta brevidade se refere ao tamanho das histórias. Para entender melhor, entrevista a seguir foi feita com Tiago por... E-mail.
Vanessa - Já tens 13 livros publicados, mas "Breve História de Amor" é o primeiro que chegou às minhas mãos (até porque sua obra ainda não é editada no Brasil). Os encontros e desencontros amorosos são seu tema favorito? Fale-me disso...
Tiago - Bem, na realidade penso que são 16, se as contas não me falham, e tenho histórias de amor, entrigas entre o policial e a política, romance histórico, uma série de livros infantis, enfim, gosto de ir variando de género. De qualquer modo, está previsto começar a ser editado no Brasil ainda este ano.
Percebi que "saudade" é uma das palavras mais usadas no seu livro - embora não tenha chegado a contar quantas vezes. Algum motivo em especial para isso?
Tiago - A saudade é a nostalgia dos amores perdidos. Gosto disso e faz parte do conceito das histórias deste livro, embora não seja o único condimento. Também há muitas histórias de amores felizes.
Seus contos tratam de relacionamentos intermediados por ferramentas de comunicação do mundo contemporâneo: sms, e-mail, Facebook. Achas que elas mudaram muito a forma das pessoas se relacionarem?
Tiago - Acho. Elas fazem parte da nossa vida hoje em dia e mudaram a forma como as pessoas se relacionam. Há quem as critique ou resista, eu prefiro ver o lado positivo. Elas facilitam muito a comunicação, aproximam as pessoas, ajudam a conhecer pessoas que de outro modo nunca conheceríamos. Têm um lado bom e um lado mau, mas existem e estão para ficar.
Das suas 51 histórias curtas, algumas acabam em vazio e outras em happy end. Mas mesmo os amores que não dão certo ao final da história, tem uma narrativa leve. Senti, como leitora, angústias suaves. O desespero de um amor perdido pode ser suave?
Tiago - É uma interpretação que deixo ao leitor. Não sei se concordo que sejam sempre assim tão leves.
Quando você decidiu que escreveria livros? Houve um momento específico?
Tiago - Comecei a tentar escrever um romance pelos meus 18 anos. Não era grande coisa, mas foi um princípio e, claro, serviu para aprender.
Como é sua rotina para escrever um livro?
Tiago - Escrever todos os dias é obrigatório. De noite, normalmente, mas também sempre que tenho um bocado de tempo no resto do dia. É um trabalho, mas também é um vício.
Você modifica muito e reelabora o que escreve?
Tiago - Nem por isso. Quando retomo a escrita, revejo primeiro o que escrevi no dia anterior e depois já não altero muito mais.
Que escritores te influenciaram, ontem e hoje?
Tiago - Gabriel García Marquez, Eça de Queiroz, entre outros. Claro que estou sempre a ler novos escritores, de modo que vou aprendendo com todos.
Quais livros têm ocupado a sua cabeceira nos últimos tempos?
Tiago - Estou a ler Liberdade, de Jonathan Franzen, e a revisitar Os Maias, de Eça.
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Boa entrevista, a brevidade de perguntas e respostas não impediu de dizer coisas importantes no mundo de hoje.
ResponderExcluirTem um filme muito bom para falar de relacionamentos + tecnologia. Denise está chamando. Os primeiros cinco minutos são fantásticos.