"Acho incrível as pessoas serem alegres. Será que são mesmo? A Rita, por exemplo. A mãe dela morreu num acidente horroroso, e ela viu. Cara, no lugar dela, eu ia ficar traumatizada. Ela ficou triste um tempo, mas passou. Ela quer ser alegre. Eu não.
Eu era feliz e não sabia. A minha vida foi um palco iluminado que, logo após a estréia, interrompeu o espetáculo. Eu não sei o motivo. Eu não queria que fosse assim. Mas a felicidade que tinha em mim sumiu. O mais estranho é que não tenho assunto para conversar. Então, não falo. Eu não quero falar."
(Ana Letícia Leal in: Meninas inventadas. Ed. Bom Texto, p. 42)
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Como dizia o meu amigo e colega João Freire Filho, ser feliz, hoje, é um imperativo. Faz parte das exigências da sociedade para todos nós, evidentemente da única forma possível de ser percebida pelos outros, a felicidade aparente.
ResponderExcluirperante este belissimo texto, reflecte-se a vida no seu mais.
ResponderExcluirbj