
“Foi o desenho quem a trouxe para perto, mas vindo para perto ao mesmo tempo Yukiko se afastava, tinha a sua vida que a puxava para a superfície como uma bóia, e o mergulho, em algum momento, invariavelmente sofria uma reviravolta e se tornava afogamento. Onda que arrebentava e recuava. Mar se esticando e se recolhendo outra vez. Era preciso nadar de volta, recuperar o fôlego. (...) Havia risos também, instantes espremidos no punho cerrado do segredo. Dois dias que não existiram na história oficial. (...) Havia música. Havia aquele E SE pendurado no ar como um móbile, como um sino de vento, chacoalhando o tempo todo, acenando – E SE, E SE, E SE. Metálico e suave como cabia.
No domingo voltaram para o Rio e para as suas casas e para as suas outras respectivas máscaras. O tráfego na estrada era feio e cinzento, e a cidade estava encapada com uma crosta de poluição”.
(Rakushisha, Adriana Lisboa, p. 81-82, Ed. Rocco)
A palavra que em si encerra o infito. As palavras que guardam nossos próximos capítulos. Gosto assim, embora gosto tantas vezes de certezas pra aquietar o coração. Nesse caso, compro móbile de "Quando" ao invés de "e se".
ResponderExcluirpara mim algo ou é ou não!
ResponderExcluir:*
Brincadeira ontológica...
ResponderExcluirA dúvida também tem seu encanto.
ResponderExcluir