sábado, 2 de outubro de 2010
Caso algum dia ela resolvesse voltar
"Imóvel, como um imóvel, como uma casa, algo que você não arranca do chão e leva por aí, no bolso, na mala, na mochila. Uma estrutura construída sobre a terra, pesada, vedada, protegida das intempéries, preparada para o frio extremo e para o calor extremo, capaz de fechar portas e janelas ao vento, capaz de fechar cortinas aos olhos dos passantes.
Caso algum dia ela resolvesse voltar.
E cada dia que ela não resolvia voltar se somava ao anterior como um calendário que você vai compondo, ao qual se acrescentam folhas, e de repente ele pegou aquilo tudo e guardou na caixa de madeira de vinho El Coto de Rioja e colocou no fundo do armário e achou que já não fazia diferença. Ficar, ir embora. Já não era mais uma questão".
(Azul-corvo, Adriana Lisboa, Ed. Rocco, p. 178)
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caso algum dia eu fique,
ResponderExcluiré porque não havia motivo algum
para ir embora...
Beijo Vanessa, gostei do blog.
E é tão dificil quando tudo o que nos resta é
ResponderExcluir'contar os dias' ...
beijoos
Callie
nunca soube verdadeiramente o sentido exacto da expressão "ir embora". em todas as tentativas, o meu mundo encolheu e saltou para dentro de um aquário de vidro...
ResponderExcluiradorei a ilustração do post. ir embora ou cruzar a perna?...
um beijo!
Ficar, ir embora. Já não era mais uma questão."
ResponderExcluirAi, eu adoro essa nostalgia!
Às vezes ir embora é um ato de coragem...
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