quinta-feira, 30 de setembro de 2010
No final de algum tempo eu já seria capaz de olhar para ele e ver o homem-que-se-acostumava
"A gente acaba se acostumando, disse Fernando.
Fernando entendia disso. De acabar se acostumando. No final de algum tempo eu já seria capaz de olhar para ele e ver o homem-que-se-acostumava.
Ele podia trabalhar na lavoura de São João do Araguaia, no Pará, podia sobreviver atrás do balcão de um pub londrino e sob a secura do ar em Lakewood. Podia sobreviver a exércitos inteiros e a amores pela metade. A mulheres que desapareciam. A mulheres para as quais ele precisava desaparecer. À travessia de fronteiras e de ideologias".
(Azul-corvo, Adriana Lisboa, Ed. Rocco, p. 19)
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deu vontade de ler! obrigada!
ResponderExcluirEu tb sou um cara que se acostuma. Não tanto quanto Fernando, penso eu.
ResponderExcluirMas sei lá. Talvez por isso, metade das pessoas que eu conheço achem minha vida monótona.É que eu já acostumei.
Acostumar-se é um problema!
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