segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Florbela Espanca


O nosso amor morreu... Quem o diria!
Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta,
Ceguinha de te ver, sem ver a conta
Do tempo que passava, que fugia!

Bem estava a sentir que ele morria...
E outro clarão, ao longe, já desponta!
Um engano que morre... e logo aponta
A luz doutra miragem fugidia...

Eu bem sei, meu Amor, que pra viver
São precisos amores, pra morrer,
E são precisos sonhos pra partir.

E bem sei, meu Amor, que era preciso
Fazer do amor que parte o claro riso
De outro amor impossível que há-de vir!

(Amor que morre - Florbela Espanca. Sonetos, p. 194)

P.S.: a B. querida mandou hoje.

3 comentários:

  1. Florbela...
    Forte, sofrida, letal...
    Adoro! Uma típica mulher que peca. ;)

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  2. Floberla é sempre linda nesses versos de amor a morrer ^^

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  3. florbela espanca mesmo,
    com o perdão do trocadilho.

    beijos.

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