terça-feira, 14 de setembro de 2010

breves interlúdios


"Será apenas porque posso possuí-lo meramente por breves interlúdios que ele me fascina tanto? Eu o amaria menos se estivesse ao meu dispor o tempo todo?
Não corro esse perigo. Pois eu amo um corredor. Mal ele me chama de sua bruxa, sua bacante, sua dama, seu amor, e já tem de fugir.
(...)
Para onde foge é imaterial. A guerra. O escritório. O golfe. As minas de sal. O tênis. O espaço sideral. O mergulho submarino. O basquetebol. Las Vegas. Outra mulher. É tudo a mesma fuga.
(...)
Eu o amo em parte porque não consigo domar a criatura selvagem que mora dentro dele. Pois este é outro paradoxo dos sexos: aquilo que amamos no outro procuramos matar".

(O vício da paixão, Erica Jong, Ed. Círculo do Livro, p. 25)

3 comentários:

  1. É disso que eu falo.

    É sedutor porque é desconhecido. Tudo que não conhecemos é atraente.

    E é essa vontade que matem o interesse.

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  2. Uau. Decerto que o fascínio vem da indisponibilidade; ô miséria afetiva. ;)

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  3. O desafio de cativar, de impor-se e encarcerar o sujeito pretenso a esquivar-se.
    Como outrora disse, denotei resquícios interpretativos de uma obra que encontro-me fascinada pelo desfecho. ;). Beijos.

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