quarta-feira, 31 de março de 2010

O que os homens querem da mulher?


Em resposta ao post anterior, do Marcelo Rubens Paiva, a psicanalista Maria Rita Kehl escreveu a crônica abaixo:

O Dia Internacional da Mulher passou longe da minha coluna quinzenal. Assim, vou levar a sério o galanteio dos que dizem "todo dia é dia de vocês" e continuar uma velha conversa que sempre retorna, por volta do 8 de março: afinal, o que querem as mulheres?

Sucessivas gerações de homens retomaram a pergunta, desde que Freud confessou sua perplexidade à amiga Marie Bonaparte no começo do século passado.
Se a descoberta freudiana ainda valer e o inconsciente continuar recalcado, o desejo, no sentido radical da palavra, é enigmático para homens e mulheres. Não há distinção de gênero frente à opacidade das representações estranhamente familiares que nos habitam e motivam lapsos, deslizes, sintomas, fantasias.

Já no plano das vontades mais pedestres, do destino que damos a essa insatisfação permanente a que se chama vida - talvez aí se possa especular se os homens seriam menos enigmáticos que as mulheres.
Por uma questão de método, vale considerar o ponto de vista dos que, como Freud, se confessam incapazes de satisfazer esses seres ambíguos que somos nós, do sexo feminino. Os homens, talvez para se esquivar da intromissão feminina, declaram ser pessoas fáceis de contentar. Além de sexo, dedicação e carinho (mas sem exagero!) das amadas, querem respeito profissional e, claro, ganhar bem.

O que mais? 90% de minha amostragem particular responde: ler o jornal inteiro no domingo, jogar conversa fora com os amigos de bar de vez em quando e ver futebol na TV sem ser ???interrompidos. Essa opção, há quem troque por uma soneca no sofá.
Parece que com esse pacote de pequenas alegrias, tudo estaria bem. Mas, atenção: as mulheres, convidadas gentilmente a não aporrinhá-los durante suas atividades favoritas, devem estar a postos quando eles solicitarem.

O casamento para o homem, disse uma vez Mario Prata, significa botar uma mulher dentro de casa. E depois, sair pra rua. Só que ela precisa estar lá quando o cara voltar, de preferência sem questionar por que ele saiu em vez de se contentar com tudo o que ela tem a oferecer.

Melhor fazer essa pergunta ao ex-marido da Amélia, aquela dedicada que ele abandonou em troca da outra, cheia de exigências.
Mas perguntemos também, como meu colega de coluna, Marcelo Paiva, por que tantas mulheres hoje (nem todas! só as de 40 pra cima) não querem mais se casar? Essa pergunta é simétrica àquela formulada pelo historiador da revolução francesa, Jules Michelet, aos homens que no fim do século 19 preferiam as aventuras do celibato à responsabilidade do casamento. Michelet lamentava o destino das moças pobres e remediadas que, fora da instituição do matrimônio, ficavam desprotegidas, vulneráveis, sem perspectiva de futuro. A recusa mudou de lugar?

Por que as mulheres de hoje, cumprida a etapa inicial da criação dos filhos, preferem não entrar num segundo ou terceiro casamento? Hipótese: porque não precisam mais dele. Não do homem, nem do amor: do casamento. Nem todas as que desistem de casar de novo são, como pensa Marcelo, desiludidas com o amor. As mulheres que já se casaram algumas vezes podem ter desistido do casamento porque esse existe, até hoje, para tornar confortável a vida - dos homens. Separados, eles procuram imediatamente uma esposa que substitua a primeira, enquanto elas parecem não ter pressa nenhuma de voltar ao estado civil anterior. Isso não quer dizer que tenham desistido de amar. Pode ser que estejam à procura de outras coisas, além das que o casamento proporciona. Aliás: é nessa hora, quando uma mulher não se contenta mais com o que seu homem lhe oferece, que ele a acusa de não saber o que quer.


Muitas coisas os homens podem nos dar. Amor, prazer, carinho, apoio. Aquele olhar de desejo que embeleza a mulher. E filhos, quase todas queremos os filhos. O que mais? Profissão e independência econômica ficam fora do pacote do amor. Poder, também: mas o verbo é mais instigante que o substantivo. As mulheres querem poder muitas coisas. Depois que os filhos crescem e antes que lhes tragam netos pra cuidar, o que querem as mulheres? É simples: tudo o que não puderam viver até então. Está certo: tudo, tudo não pode ser.

Vá lá, quase tudo. Com vocês ou sem vocês, meus caros; quase tudo. Caberia até perguntar: por que os homens (não todos! só os de 40 pra cima) querem tão pouco?
Basta olhar à sua volta. Uma fila de cinema: 60% de mulheres, 40% de homens (os jovens talvez sejam exceção). Um concerto? 70% pra nós. Exposição de arte, idem. Metrô pra qualquer lugar, fora de horários de pico: mulheres, mulheres. Carnaval, festa-baile: olha lá elas dançando, com ou sem parceria masculina. Viagens, ecoturismo, passeatas - a lista é longa.

Por isso mesmo a mulher pode hoje dar a seu parceiro o que nenhuma geração anterior ao século 20 podia dar. Aquilo que o poeta francês Benjamin Pérec chamou de amor sublime: o amor da carne, mais o da sublimação. As três últimas gerações de mulheres, não limitadas ao espaço doméstico, são capazes de conversar sobre quase tudo com seus companheiros. Compartilhar ideias, projetos, ambições, bobagens, piadas, boemia, lutas. A vida pode ser bem boa desse jeito, e o amor, uma conversa sem-fim.
O filósofo romeno Cioran afirmou que as mulheres são as novas-ricas do mundo da cultura. Talvez por isso falemos demais. Em compensação, os maridos não são mais os nossos únicos interlocutores.

E daí que acaba


Por Marcelo Rubens Paiva

Não aguento mais ouvir uma voz feminina afirmar com amargura e rancor que não quer mais se casar. As muitas seguidoras de Paulo Mendes Campos acreditam que, se o amor acaba, para que começar outro.

São aquelas que se casaram de branco, no dia mais feliz de suas vidas, apaixonadas e entregues, mas que depois enfrentaram a ira de um ciumento, as neuras de um obcecado, as fraquezas de um viciado, se envolveram com famílias alheias intolerantes, conheceram a frigidez na rotina, a traição injusta seguida pelas mentiras incabíveis, e decidiram pôr um fim no sonho de eternizar aquele instante em que tudo parecia fazer sentido, as estrelas estavam próximas, em que nasceram um para o outro e morreriam grudados, na alegria e na doença.

Aquelas que já passaram por um ou dois casamentos e mergulharam no tombo da separação, em que a decepção troca de lugar com o amor, e o futuro vira pó.

Eu não aguento mais replicar: “Se o amor nos enlouquece, imagine a loucura que é ficar sem ele.”

Para aquelas que dizem não acreditar mais no amor, proponho então experimentarem outros e apostarem nesse bilhete só de ida.

Uma noite de prazer acaba. Um banquete acaba. Uma viagem inesquecível acaba. O fim de semana na ilha paradisíaca, um campeonato, o dia, o ano, o gozo, um livro, um disco, um banho de banheira acabam. Não por isso, evitamos outros.

Ah, foi o dia internacional delas, que amamos tanto, que nos deram à luz, intuição, formas alternativas de pensar, mostraram detalhes que passavam despercebidos, exigiram atenção, dedicação, carinho, nos fizeram ser românticos, abafar a vergonha e nos inspiraram música, poesia, até guerras.

Mas sua descrença com os novos tempos e o velho homem nos deixa desesperados, órfãos. Nostradomus previu isso? Está escrito nos céus?

Se vocês não acreditam mais, quem acreditará? Lembrem-se de Nietzsche, que nos últimos dias numa vila italiana, com o calor na pele, viu alegria no niilismo e esperança no desamparo: “Cada passo mínimo dado no campo do pensamento livre, da vida moldada no seu formato pessoal, foi desde sempre conquistado com martírios espirituais ou corporais.”

Trégua. Que venham os clichês. Cá está o ombro para o choro da mudança de humor inexplicável e inesperada. Quer que eu apague a luz na enxaqueca? Explico com toda a paciência a regra do impedimento, quem joga contra quem, e o que significa aquele quadro no alto da tela, em que três letras, COR, vencem por 2 X 1 as três letras PAL.

Fique na cama na TPM. Trarei uma bolsa de água quente e o jantar. Sim, vamos comprar sapatos. Eu espero. Levo um livro, enquanto você experimenta a loja.

Adorei a cor do esmalte, o corte do cabelo. Batom vermelho te deixa mais bonita. Não, a calcinha não está marcando. Ah, põe o tubinho preto, se bem que gosto quando você coloca aquele vestidinho colorido. Não, o sutiã não está aparecendo.

Eu ligo para o despachante, faço um rodízio nos pneus, troco a bateria, reconfiguro seu computador, mando lavar o tapete, o forro do sofá, também adoro ele com almofadas indianas em cima.

Cuido de você na velhice, não te trocarei por uma adolescente que cheira a tutti frutti, nem pela secretária vulgar da firma, amarei a sua pele um pouco mais flácida, seus seios naturalmente instáveis, seu corpo maduro, seus joelhos frágeis. E tomaremos vinho tinto todas as noites. Prefere branco? Que celulite?

Porém a maioria de vocês conhece agora as teclas atalhos, a pressão nos pneus, sabem chamar o seguro, para uma pane elétrica, e que carrinho por trás dá cartão vermelho. Tornam-se independentes.

Pesquisa da Serasa Experian até mostrou que as mulheres são a maioria entre os mais ricos do País- segundo o estudo, cerca de 4,9 milhões de mulheres e 4,7 milhões de homens participam do grupo dos mais prósperos do Brasil, as classes A e B, e que as mulheres “ricas” somam cerca de 1 milhão, e 611 mil mulheres são executivas bem-sucedidas.

Foi uma semana cheia de dados e números sobre elas, vocês. E nós. Último censo do IBGE: o número de divórcios triplicou, enquanto o de casamentos formais, de papel passado, caiu 12%.

O amor se tornou líquido, não é, Zygmunt Bauman? “Se hoje vivemos em redes virtuais, que aproximam e afastam as pessoas, somos capazes de manter laços fortes e relações verticais?”, pergunta.

Eu entendi, deixamos de preservar o passado e começamos a viver um presente perpétuo, a era do hedonismo e consumo desenfreado, vazio difícil de saciar.

Desistimos da sede pelo amor? Não, mulher não é o apêndice do homem, mas a fonte original da vida e a nossa razão de ser. Não nos deixem desamparados. E aprendam com as nossas fraquezas e com todos os erros.

Amar ainda é a única maneira de convivermos com a sua delicadeza e alimentar nossa vocação de proteger e cuidar. Não façam do homem uma noite sem vento, um mundo sem gravidade. Parecemos tolos e infantis, controladores e insensíveis. Mas as amamos tanto…

Acaba mesmo? Comece outro. Antes que a amargura substitua o brilho dos seus olhos. E a pieguice, a rima e as metáforas sejam extintas.

Eu ainda te espero chegar


O amor não sabe esperar

(Herbert Vianna)

Sopra leve o vento leste
E encrespa o mar
Eu ainda te espero chegar

Vem a noite
Cai seu manto escuro devagar
Eu ainda te espero chegar

Não telefone, não mande carta
Não mande alguém me avisar
Não vá pra longe, não me desaponte
O amor não sabe esperar

Ficar só é a própria escravidão
Ver você é ver na escuridão
E quando o sol sair
Pode te trazer pra mim

Abro a porta, enfeito a casa
Deixo a luz entrar
Eu ainda te espero chegar

Escrevo versos
Rosas e incenso para perfumar
Eu ainda te espero chegar

Estar só é a própria escravidão
Ver você é ver na escuridão
E quando o sol sair
Tudo vai brilhar pra mim

Chiste com Lacan-can-can


http://fragma.br.tripod.com/cabanalacan.html

O vídeo vale o click.

Obrigada pela dica, moça do belo blog: http://entrebocas.blogspot.com/

A culpa é sempre das mães


"- Foi sua mãe quem estrangulou você, eu não. Eu lhe dei toda a liberdade que você queria.
- Isso é uma contradição em termos. Uma pessoa não é livre, se sua liberdade lhe foi "dada". Quem é você para me "dar" liberdade?".

(Medo de Voar, Erica Jong, p. 149)

Gastronomia do ser


"É preciso aturar muita merda das pessoas, para poder saborear os bons pedaços, também". (Adrian disse)

(Medo de Voar, Erica Jong, p. 143)

Frequentemente


"Ah, bem, os literatos muitas vezes se revelam, com tanta frequência, filhos da puta tão grandes! Ou, então, impostores. Mas eu estava desapontada. Como ocorrera quando meu analista dissera nunca ter ouvido falar em Sylvia Plath. Lá estivera eu, falando dias seguidos sobre o suicídio dela, e como queria escrever poesia, e enfiar a cabeça no forno. Por todo o tempo ele devia estar pensando em bolo de café congelado".

(Medo de Voar, Erica Jong, p. 97)

Perfeito


"P.S.: - Você sabia que, em tcheco, amor é laska? Não é perfeito?

(Caio F. em Para sempre teu, Caio F, Paula Dip, p. 378)

Instantes suspensos


“A felicidade é uma coleção de instantes suspensos sobre o tempo que só depois de amarelados pela ausência se revelam”.

(Fazes-me falta, Inês Pedrosa)

Ora veja...


“Ora veja… é o que sempre acontece às pessoas românticas: enfeitam uma criatura, até o último momento, com penas de pavão, e não querem ver, nela, senão o que é bom, muito embora sentindo tudo ao contrário. Jamais querem, antecipadamente, dar às coisas o seu devido nome. Essa simples idéia lhes parece insuportável. A verdade, repelem-na com todas as forças até o momento em que aquela pessoa, engalamada por elas próprias, lhes mete um murro na cara”

. Fiodor Dostoiévski in Crime e Castigo .

terça-feira, 30 de março de 2010

O saber nunca lhe inibe o desamparo


"Não procura explicar, nem denunciar ou sequer interrogar. Interessa-lhe ver e sentir, com a corrosiva lucidez das paixões intensas. O saber nunca lhe inibe o desamparo, antes o absorve até à vertigem".

(A instrução dos amantes, Inês Pedrosa)

Nenhuma relação


"O Dinis não te merece, e o amor não quer nada com merecimentos".

(A instrução dos amantes, Inês Pedrosa, p. 197)

palcos secundários da vida


"Não adiantava porque somente a Josefa existiu nos palcos secundários da minha vida, comédia ligeira para ocasional distração do drama central que era tu..."

(Nas tuas mãos, Inês Pedrosa, p. 86)

Vício - ou excesso de nascença


"Romanceio, claro, é o meu vício, sobretudo desde que tu não estás - mas a verdade que este vício me tem trazido é essa, de uma realidade dançando sinuosamente".

(A eternidade e o desejo, Inês Pedrosa)

Peculiaridade


"(...) e portanto continuo a minha neurose (já não é neurose - 14 anos de análise. Virou, digamos, peculiaridade)..."

(Caio F. em carta para Luciano Alabarse, SP - 02.08.90, de Caio Fernando Abreu - Cartas, organizado por Italo Moriconi, p. 186)

segunda-feira, 29 de março de 2010

Aham

E o estar parado...


"Estavam ali
Na fronteira do olhar
Onde o de dentro encontra justamente
Com o de fora
Nesse ponto exato
Eles estavam
Bastava um gesto

Mas o meu estar parado
Era maior que eu".

(Caio F. - para Vera Antoun)

Sobre a angústia - ou, seminário 10


"A angústia desorganiza o corpo e produz as mesmas sensações que uma pessoa saudável teria ao enfrentar um perigo real".

(Amores Freudianos, Alberto Goldin, p. 118)

Não. Nem.


"Não há maldade na paixão.
Nem qualquer coisa parecida com bondade".

(Amores Freudianos, Alberto Goldin, p. 82)

Imagem: Pollock.

Sensível demasiado

"Mariana foi demasiado mimada para poder suportar o mundo. Sofreu a infância com a terrível maturidade de um adolescente e decifrou a adolescência com a impiedosa infantilidade de um adulto".

(A instrução dos amantes, Inês Pedrosa, P. 15)

o ponto exato


"No instante que se seguiu ela reconheceu de repente o instante chegado, aquele que, pela maior intensidade criada, arma numa situação difícil, o ponto exato onde a questão vai se ferir - enquanto a calma que acompanha o instante decisivo denuncia o esforço já cumprido, a libertação das soluções inevitáveis".

(A luz do subsolo, Lúcio Cardoso, p. 18)

Como?


"Mas como iniciar? Como se desprender daquele mal-estar e dizer tudo, de ímpeto, sem se importar com o coração que palpitava?"

(A luz do subsolo, Lúcio Cardoso, p. 14)

fria constatação


"Somente uma dolorosa quietudade, uma fria constatação de que a vida não foi constantemente para ser aproveitada".

(A luz no subsolo, Lúcio Cardoso, p. 11)

domingo, 28 de março de 2010

Senão, nem venha...


'Não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar...'

[Marla de Queiroz]

sábado, 27 de março de 2010

Sem lembrar...


Um dia pretendo
Tentar descobrir
Porque é mais forte
Quem sabe mentir
Não quero lembrar
Que eu minto também

(Eu sei, Renato Russo)

P.S.: acabo de assistir o Acústico MTV da Legião Urbana e bateu uma nostalgia...

Não olhe pra trás


♫- Tudo passa, tudo passará...

E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz.
Teremos coisas bonitas pra contar.

E até lá, vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos.
O mundo começa agora
Apenas começamos

(Metal Contra as Nuvens, Legião Urbana)

O grito


♫Dissestes que se tua voz
Tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira...

(Há tempos, Legião Urbana)

Acreditar


"- Mas tu não és nenhum monstro, minha parva! Teu problema é que ninguém acredita em ti porque tu também não acreditas. Para ser sincera, as tuas paixões já dão vontade de rir aos rapazes. Até a mim. Tu apaixonas-te pelo primeiro que aparece. Assim ninguém te leva a sério.
- Se eu fosse bonita, só me tinha apaixonado por um rapaz. Juro-te. Ele apaixonava-se por mim e eu era-lhe fiel para sempre.
- Não duvido. Só que isso também não queria dizer nada.

(A instrução dos amantes, Inês Pedrosa, p. 84)

sexta-feira, 26 de março de 2010

...

soube...

Sobre quedas


Caiu em si e morreu da queda (não sei quem escreveu, lembro-me de ter anotado em uma agenda, há uns 15 anos atrás).

quinta-feira, 25 de março de 2010

Passa nuvem...


♫Será melhor deixar essa nuvem passar
E você vai saber de onde vim, aonde vou
E que eu estou aqui♫

(Mais que isso, Ana Carolina e Chico César)

quarta-feira, 24 de março de 2010

Sempre que já nem me lembro, lembras pra mim


"Que é que eu vou fazer pra te esquecer?
Sempre que já nem me lembro, lembras pra mim
Cada sonho teu me abraça ao acordar
Como um anjo lindo
Mais leve que o ar
Tão doce de olhar
Que nenhum adeus vai apagar".

(Pra Te Lembrar – Nei Lisboa)

Refúgio


"Muitas vezes nos refugiamos no futuro para escapar do sofrimento. Imaginamos uma linha do tempo, pensamos que a partir dessa linha o sofrimento presente deixará de existir".

(A Insustentável Leveza do Ser, Milan Kundera)

a ausência inútil faz falta


“Perdi alguma coisa que me era essencial, e que já não me é mais. Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar mas que fazia de mim um tripé estável. Essa terceira perna eu perdi. E voltei a ser uma pessoa que nunca fui. Voltei a ter o que nunca tive: apenas as duas pernas. Sei que somente com duas pernas é que posso caminhar. Mas a ausência inútil da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma, e sem sequer precisar me procurar”.

[Clarice Lispector - A paixão segundo G.H]

Bem pelo contrário


“A força invencível que impulsionou o mundo não foram os amores felizes e sim os contrariados”.

[Gabriel García Márquez]

Ou, ou


"Terei saudades de ti, ou da inocência que eu tinha quando te conheci?"

(Fazes-me Falta, Inês Pedrosa)

Novinhas


"Estou perdendo as minhas
ilusões, talvez, para adquirir
outras novas".

[Virgínia Woolf]

Não, só...


"Não espero completude, só cumplicidade".

(Cecília Braga)

terça-feira, 23 de março de 2010

Risoto com nozes


Ingredientes

1 cebola pequena ralada
1 col. (sopa) de manteiga
1 col. (sopa) de margarina
1 x. arroz
1 x. vinho branco seco
2 cubos de caldo de galinha
1 e 1/4 x. de água fervente
30 g de nozes picadas
Sal, pimenta-do-reino e açafrão a gosto

Preparo

Refogue a cebola na manteiga e margarina derretidas. Adicione o arroz e misture bem para absorver a gordura. Regue com o vinho e deixe evaporar. Dissolva o caldo de galinha na água fervente e misture ao arroz, mexendo de vez em quando até completar o cozimento. Acrescente sal e pimenta. Coloque as nozes e o açafrão dissolvido em um pouco de água quente e misture.

Torta de linguiça


Ingredientes

3 x. água
1 x. óleo
4 ovos
1 co. (sopa) sal
1 x. maisena
3 x. farinha de trigo
1 col. (sopa) fermento em pó químico
Margarina e farinha de trigo para untar e enfarinhar

Recheio

500 g de linguiça calabresa em rodelas
1 cebola em lâminas
2 tomates em lâminas
1/2 x. cheiro verde picado
Sal e pimenta-do-reino a gosto

Preparo

No liquidificador, bata os ingredientes da massa e coloque metade em uma forma untada e enfarinhada. Em uma tigela, misture os ingredientes do recheio e coloque sobre a massa na forma. Cubra com o restante da massa e leve ao forno médio, preaquecido, por 30 minutos ou até assar e dourar levemente.

Massa com molho de requeijão


Ingredientes

2 colher(es) (sopa) de manteiga
1 unidade(s) de cebola picada(s)
quanto baste de cheiro-verde
1 copo(s) de requeijão
1/2 copo(s) de leite
quanto baste de sal


Modo de preparo

Frite a cebola na manteiga, acrescente o cheiro-verde e após o copo de requeijão, mexer bem, misturar o leite e sal e deixar ferver.

Muito mais fácil. Simples assim.


"Porque é tão mais fácil aturar a vida sabendo que tem você. Agora sem você, meu amigo, a coisa é feia. Realmente feia".

(Caio F.)

Nada te devo. Nada me deves.


"Meu amor independe do que me fazes. Não cresce do que me dás. Se fosse assim ele flutuaria ao sabor dos teus gestos. Teria razões e explicações. Se um dia teus gestos de amante me faltassem, ele morreria como a flor arrancada da terra. “Amor é estado de graça e com amor não se paga”. Nada mais falso do que o ditado popular que afirma que “amor com amor se paga”. O amor não é regido pela lógica das trocas comerciais. Nada te devo. Nada me deves. Como a rosa que floresce porque floresce, eu te amo porque te amo".
[Rubem Alves]

P.S.: para os pupilos que não são da geração anos 80 - imagem do filme Perdas e Danos. Dica pipoca imperdível!

Poucos sabem...


''Se você sabe conviver com pessoas intempestivas, emotivas, vulneráveis, amáveis, que explodem na emoção: acolha-me''. (Clarice Lispector)

Para além do que?


"O que somos para além do que vamos sendo?"

(Fazes-me falta, Inês Pedrosa)

A lei


"E pela minha lei, a gente era obrigado a ser feliz".

(Chico Buarque)

segunda-feira, 22 de março de 2010

Massa com alho-poró e mascarpone


Massa com alho-poró e mascarpone

Ingredientes
1 pequena bolota de manteiga
1 colher (sopa) de óleo de oliva
4 alho-porós médios, aparados, lavados e fatiados em ângulo
1 dente de alho bem picadinho
sal e pimenta-do-reino moída na hora
200 g de mascarpone (laticínio típico italiano)
450 g de pappardelle (tipo de massa com tiras largas)
queijo parmesão ralado

Preparo
Ponha a manteiga e o óleo de oliva em uma panela semi-aquecida, adicione o alho-poró e o alho, uma pitada de sal e refogue sem deixar dourar por uns 5 a 10 minutos com a panela tampada, até que o alho-poró fique tenro e suave. Adicione o mascarpone, deixe que se misture sem pressa ao alho-poró, criando um molho um pouco grosso. Prove, ajuste o sal e adicione pimenta-do-reino.

Enquanto isso cozinhe a massa em água fervente e sal, até ficar al dente. Escorra e despeje devagar no molho (se achar que o molho está grosso, adicione um pouco da água em que cozinhou a massa). O molho deve recobrir perfeitamente a massa. Sirva polvilhado com parmesão.

Rende 4 porções.

Amor ou histeria?


"Mas seria amor? Estava convencido de que queria morrer ao lado dela, e esse sentimento era claramente exagerado: ele a estava vendo então apenas pela segunda vez! Não seria mais a reação histérica de um homem que, compreendendo em seu foro íntimo a inaptidão para o amor, começa a representar para si próprio a comédia do amor? Ao mesmo tempo, seu inconsciente era tão covarde que ele escolhera para sua comédia essa modesta garçonete do interior que praticamente não tinha chance de entrar na vida dele. Olhava os muros sujos do pátio e compreendia que não sabia se era histeria ou amor".

(A insustentável leveza do ser, Milan Kundera)

Ah, os planos...


"Devia escrever o livro que planéamos escrever a quatro mãos. Ou melhor, que tu planeaste - os planos eram o teu departamento. (...) Esfureceste-te quando te recordei que nenhuma obra de mérito jamais se escrevera a quatro mãos".

(Fazes-me falta, Inês Pedrosa, p. 62)