domingo, 2 de setembro de 2012

Tentamos interpretar o acaso


"Mas, muito pelo contrário, será que um acontecimento não se torna mais importante e carregados de significados quando depende de um número maior de circunstâncias fortuitas?
Só o acaso pode ser interpretado como uma mensagem. Aquilo que acontece por necessidade, aquilo que é esperado e que se repete todos os dias, não é senão uma coisa muda. Somente o acaso tem voz. Tentamos interpretar o acaso como as ciganas lêem no fundo de uma xícara o desenho deixado pela borra do café."

(Milan Kundera in: A insustentável leveza do ser. Ed. Record, p. 54)

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