sábado, 22 de setembro de 2012

o destino das palavras

"Falamos pela mesma razão que transpiramos? Apenas porque sim?", pergunta Saramago. O suor, como sabemos, logo é evaporado ou é lavado com diligência, e, "mais tarde ou mais cedo chegará às nuvens". Talvez este seja, à sua maneira, o destino das palavras. E então Saramago lembra o seu avô Jerônimo, que, "nas suas últimas horas, se foi despedir das árvores que havia plantado, abraçando-as e chorando porque sabia que não voltaria a vê-las. A lição é boa. Abraço pois às palavras que escrevi, desejando-lhes longa vida e recomeço a escrita no ponto em que tinha parado." Acrescenta ele: "Não há outra esperança." Assim seja."

(Zygmunt Bauman in: Isto não é um diário. Ed. Zahar, p. 22)

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Um comentário:

  1. Saramago tem razão. Eu acredito quer seja assim com tudo, não apenas com as palavras e o suor. Encaixa-se aqui a pergunta de outro poeta: "Para onde vai o nosso amor, quando o amor acaba?" Bjo.

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