segunda-feira, 10 de setembro de 2012

o estilete dos olhares

"Mesmo seu carro lhe dava um pouco de felicidade, porque ali ninguém lhe falava, ninguém a olhava. Sim, isso era o principal, ninguém a olhava. A solidão: doce ausência de olhares. (...) Isso a fez crer compreender que os olhos eram fardos insuportáveis, beijos de vampiros; que fora o estilete dos olhares que gravara as rugas no seu rosto."

(Milan Kundera in: A imortalidade. Ed. Nova Fronteira, p. 32)

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Um comentário:

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