sexta-feira, 23 de abril de 2010
Aos poucos
"Fico tentado a lhe dizer muitas coisas, todas elas inúteis, começando por lhe recomendar um analista. Ela se antecipa.
- Espero que você tenha o bom gosto de não me sugerir uma terapia.
- E eu espero que você tenha o bom gosto de não se suicidar.
Luísa ri. Ela só comete suicídio em pequenas doses cotidianas.
- Em algumas fases mais, outras menos. Comecei a me matar aos 17 anos e não parei até hoje".
(Luísa (Quase uma história de amor), Maria Adelaide Amaral, p. 42)
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Acho que realmente morremos todos os dias...Se matar todos os dias é para poucos...têm que ter mais "coragem", mais intensidade, mais vontade pelo "novo"...para sempre renascer...!
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