sexta-feira, 30 de abril de 2010
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Ao depararmo-nos sem alguma coisa que realmente queremos...
"Parece-me ser assim. Não é uma coisa terrível - quer dizer, pode ser terrível, mas não é daninha, não é de envenenar, depararmo-nos sem alguma coisa que realmente queremos... O terrível é fingir que o de segunda é de primeira. Fingir que não precisamos do amor, quando precisamos; ou que gostamos do trabalho, quando sabemos muito bem que somos capazes de coisa melhor".
(The golden notebook, Doris Lessing)
Mais difícil era não fazer nada
Palhaçada
Chegamos a esquecer que temos coração, até que apareça a vez seguinte
"Mas isso passaria, com o tempo. Sempre passava, infelizmente. O machucado no coração que, no começo, parece tão sensível ao toque, com o tempo se transforma em todas as tonalidades do arco-íris e pára de doer. Chegamos a esquecer que temos coração, até que apareça a vez seguinte. E é quando tudo acontece de novo e nos espantamos em verificar como foi possível esquecer. Pensamos: "Este é mais forte, este é melhor...", porque na verdade, não conseguimos lembrar bem da vez anterior".
(Medo de voar, Erica Jong, p. 307)
Again, again
quarta-feira, 28 de abril de 2010
Michel Onfray X Freud II
Por BBC Brasil – Agência Estado
Filósofo Michel Onfray causa furor questionando capacidade de cura de disciplina ‘que diz respeito a Freud e ninguém mais’.
Um novo livro que acusa o pai da psicanálise, Sigmund Freud, de ser mentiroso, fracassado e defensor de regimes totalitários está criando polêmica na França.
De acordo com o filósofo francês Michel Onfray, autor de Le Crépuscule d’une idole, l’affabulation freudienne (O Crepúsculo de um Ídolo, a Fábula Freudiana), a psicanálise é comparável a uma religião e sua capacidade de curar as pessoas é semelhante a da homeopatia.
O livro começou a ser vendido nesta semana nas livrarias francesas, mas já havia começado a gerar controvérsia antes mesmo de sua publicação. Psicanalistas acusam Onfray de cometer erros e ignorar fatos para defender a sua tese.
‘Necessidades fisiológicas’
O conhecido filósofo, que escreveu Tratado de Ateologia (publicado também no Brasil), acredita que Freud transformou seus próprios “instintos e necessidades fisiológicas” em uma doutrina com pretensão de ser universal.
Mas, para Onfray, a psicanálise seria “uma disciplina verdadeira e justa no que diz respeito a Freud e ninguém mais”.
Onfray diz que Freud fracassou na cura de pacientes que ele mesmo atendeu, mas ocultou ou alterou suas histórias clínicas para dar a impressão de que o tratamento havia sido bem sucedido.
Ele afirma, por exemplo, que Sergei Konstantinovitch, indicado por Freud como “o homem dos lobos”, continuou fazendo psicanálise mais de meio século depois de ter sido supostamente curado por Freud.
E diz que Bertha Pappenheim, conhecida como “Anna O.” e apresentada por Freud como um caso em que o tratamento contra histeria e alucinações funcionou, continuou tendo recaídas.
Durante um debate com a psicanalista francesa Julia Kristeva publicado esta semana no jornal francês Le Nouvel Observateur, Onfray rejeitou a noção de que o método de Freud “cura todas as vezes”.
“A psicanálise cura tanto quanto a homeopatia, o magnetismo, a radiestesia, a massagem do arco do pé ou o exorcismo feito por um sacerdote, quanto nenhuma oração diante da Gruta de Lourdes (onde há relatos de que Nossa Senhora teria aparecido)”, afirmou.
“Sabemos que o efeito do placebo constitui 30% da cura de um medicamento”, acrescentou. “Por que a psicanálise escaparia desta lógica?”
Dinheiro, sexo e fascismo
Além de questionar o método de Freud, Onfrey criticou sua personalidade e o apresenta como alguém que foi capaz de cobrar o equivalente ao que seriam hoje US$ 600 por uma sessão, e incapaz de tratar dos pobres.
O filósofo francês diz que acredita que Freud tinha preconceito contra homossexuais e com um interesse especial em temas como abuso sexual, complexo de Édipo e incesto, e que dormia com a cunhada.
Em termos ideológicos, Onfray defende a tese de que Freud flertou com o fascismo e diz que em 1933, ele escreveu uma dedicatória elogiosa para Benito Mussolini: “Com as respeitosas saudações de um veterano que reconhece na pessoa do dirigente um herói da cultura.”
Ele afirma que o criador da psicanálise procurou se alinhar com o chanceler Engelbert Dollfuss, que instaurou o “austrofascismo” no país, e também às exigências do regime nazista.
‘Ódio’
O livro gerou uma onda de troca de acusações e protestos nos círculos intelectuais da França.
A historiadora e psicanalista Elisabeth Roudinesco afirmou em artigo em Le Nouvel Observateur que o novo texto de Onfray está “cheio de erros” e “rumores”.
Roudinesco acusou Onfray de ter tirado as coisas do contexto e afirmou que Freud “de maneira alguma apoiou o fascismo e nunca fez apologia dos regimes autoritários”.
“Quando sabemos que oito milhões de pessoas na França tratam-se com terapias derivadas da psicanálise, está claro que no livro e nas palavras do autor há uma vontade de causar danos”, disse.
Em seu debate com Onfray, Kristeva defendeu a psicanálise como um mecanismo capaz de tratar de problemas como a histeria, o complexo de Édipo ou comportamento anoréxico ou bulímico, entre outros.
“Onfray nos insulta quando diz que a psicanálise não cura”, escreveu o psiquiatra e psicanalista Serge Hefez no semanário Le Point. “O que fazemos todos nós em nossos consultórios, centros de terapia familiar, conjugal, nossos hospitais (…) senão ajudar o sujeito a se converter em ator de sua própria história?”
Hefez disse que “a psicanálise cura, é um tratamento útil e vivo praticado por milhares de terapeutas conscienciosos que conhecem fracassos, sucessos parciais e sucessos.”
Onfray respondeu que várias reações contra seu livro evitam responder seus argumentos centrais e, em um artigo publicado no jornal francês Le Monde, perguntou se era impossível fazer uma leitura crítica de Freud.
“Com este livro, alguns amigos haviam me adiantado o ódio porque me metia com o bolso”, escreveu. “Hoje eu me dou conta do quão certos estavam”.
Michel Onfray X Freud
Psicanalistas: acusações contra Freud são absurdas
Especialistas rebatem afirmações de livro, lançado esta semana na França, que classifica a psicanálise como religião
Por: Clarissa Passos, iG São Paulo
Michel Onfray tem uma certa experiência em perturbar as águas nem sempre tranquilas deestablishments contemporâneos. O filósofo francês, que se define como ateísta e anarquista de esquerda e fundou uma Universidade Popular na cidade de Caen, ao norte da França, tornou-se best seller (e foi ameaçado de morte) ao criticar as religiões monoteístas em "Tratado de Ateologia". Agora deita sua munição contra Freud e a Psicanálise em "Le Crépuscule d'une idole, l'affabulation freudienne" (O Crepúsculo de um Ídolo, a Fábula Freudiana), lançado nas livrarias francesas no início desta semana.
Onfray classificou as religiões, em seu "Tratado", como histórias da Carochinha. "Contra os rabinos, padres, aiatolás e mulás, eu persisto na preferência pelos filósofos", escreveu. Ao destrinchar as religiões em seu processo opressor, no entanto, Onfray sofreu críticas por cometer imprecisões em sua pesquisa histórica. O mesmo já acontece com sua obra mais recente. No livro sobre Freud, ele acusa o médico austríaco de uma gama infindável de impropérios - de homofóbico a charlatão - e classifica a Psicanálise como uma religião. Em debate em um jornal francês, o autor afirmou que a Psicanálise tem o mesmo poder de cura que têm "a homeopatia, o magnetismo, a radiestesia, a massagem do arco do pé ou o exorcismo feito por um sacerdote".
Repercussão
É no mínimo curiosa a comparação da Psicanálise à religião, tema analisado por Freud em "O Futuro de uma Ilusão". "Freud era filho do Século das Luzes e, como tal, acreditava que a razão superaria a religião", diz o psicanalista Leonardo Francischelli, membro do IPA (International Psychoanalytical Association) e da Febrapsi (Federação Brasileira de Psicanálise).
O filósofo francês Michel Onfray: a psicanálise tem o mesmo poder de cura que a homeopatia
"Nada mais absurdo do que considerar a psicanálise uma religião", completa Claudio Eizirik, integrante da Sociedade de Psicanálise de Porto Alegre e presidente da IPA entre 2005 e 2009. "Freud várias vezes destacou a natureza científica da psicanálise. O movimento psicanalítico é um sistema aberto, pluralista, onde o debate é livre, há espaço para críticas, controvérsias e cisões - e não se cultivam dogmas como nas religiões", defende.
Onfray também acusa Freud de fracassar na cura de vários pacientes, mas alterar seus registros para parecer que o tratamento fora bem-sucedido. Claudio afirma que o médico austríaco nunca escondeu seus fracassos. "Freud relatou honestamente cada um de seus casos, com todos os dados ao seu dispor. Para mim, isso constitui uma demonstraçõa da honestidade dele", declara.
O livro polêmico também leva ao extremo uma crítica pouco inédita para os psicanalistas: a de que as teorias freudianas são limitadas pela época e local em que foram criadas - ou seja, a Viena burguesa da virada do século 19 para o século 20. Nas palavras de Onfray, Freud tentou tornar universal uma doutrina que, no máximo, servia somente para ele.
Paulo Quinet, psiquiatra e psicanalista da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro e diretor de publicação da Federação Brasileira de Psicanálise, contemporiza: "Não se pode negar que existem aspectos da teioria de Freud que são impregnados com a cultura da época, assim como os escritos do filósofo o são pela cultura de agora. Mas estudos recentes, inclusive na neurociência, confirmam muitas das antevisões do Freud".
Especialistas rebatem afirmações de livro, lançado esta semana na França, que classifica a psicanálise como religião
Por: Clarissa Passos, iG São Paulo
Michel Onfray tem uma certa experiência em perturbar as águas nem sempre tranquilas deestablishments contemporâneos. O filósofo francês, que se define como ateísta e anarquista de esquerda e fundou uma Universidade Popular na cidade de Caen, ao norte da França, tornou-se best seller (e foi ameaçado de morte) ao criticar as religiões monoteístas em "Tratado de Ateologia". Agora deita sua munição contra Freud e a Psicanálise em "Le Crépuscule d'une idole, l'affabulation freudienne" (O Crepúsculo de um Ídolo, a Fábula Freudiana), lançado nas livrarias francesas no início desta semana.
Onfray classificou as religiões, em seu "Tratado", como histórias da Carochinha. "Contra os rabinos, padres, aiatolás e mulás, eu persisto na preferência pelos filósofos", escreveu. Ao destrinchar as religiões em seu processo opressor, no entanto, Onfray sofreu críticas por cometer imprecisões em sua pesquisa histórica. O mesmo já acontece com sua obra mais recente. No livro sobre Freud, ele acusa o médico austríaco de uma gama infindável de impropérios - de homofóbico a charlatão - e classifica a Psicanálise como uma religião. Em debate em um jornal francês, o autor afirmou que a Psicanálise tem o mesmo poder de cura que têm "a homeopatia, o magnetismo, a radiestesia, a massagem do arco do pé ou o exorcismo feito por um sacerdote".
Repercussão
É no mínimo curiosa a comparação da Psicanálise à religião, tema analisado por Freud em "O Futuro de uma Ilusão". "Freud era filho do Século das Luzes e, como tal, acreditava que a razão superaria a religião", diz o psicanalista Leonardo Francischelli, membro do IPA (International Psychoanalytical Association) e da Febrapsi (Federação Brasileira de Psicanálise).
O filósofo francês Michel Onfray: a psicanálise tem o mesmo poder de cura que a homeopatia
"Nada mais absurdo do que considerar a psicanálise uma religião", completa Claudio Eizirik, integrante da Sociedade de Psicanálise de Porto Alegre e presidente da IPA entre 2005 e 2009. "Freud várias vezes destacou a natureza científica da psicanálise. O movimento psicanalítico é um sistema aberto, pluralista, onde o debate é livre, há espaço para críticas, controvérsias e cisões - e não se cultivam dogmas como nas religiões", defende.
Onfray também acusa Freud de fracassar na cura de vários pacientes, mas alterar seus registros para parecer que o tratamento fora bem-sucedido. Claudio afirma que o médico austríaco nunca escondeu seus fracassos. "Freud relatou honestamente cada um de seus casos, com todos os dados ao seu dispor. Para mim, isso constitui uma demonstraçõa da honestidade dele", declara.
O livro polêmico também leva ao extremo uma crítica pouco inédita para os psicanalistas: a de que as teorias freudianas são limitadas pela época e local em que foram criadas - ou seja, a Viena burguesa da virada do século 19 para o século 20. Nas palavras de Onfray, Freud tentou tornar universal uma doutrina que, no máximo, servia somente para ele.
Paulo Quinet, psiquiatra e psicanalista da Sociedade Psicanalítica do Rio de Janeiro e diretor de publicação da Federação Brasileira de Psicanálise, contemporiza: "Não se pode negar que existem aspectos da teioria de Freud que são impregnados com a cultura da época, assim como os escritos do filósofo o são pela cultura de agora. Mas estudos recentes, inclusive na neurociência, confirmam muitas das antevisões do Freud".
A repetição no lugar da eternidade
"Habituamo-nos a tratar os amores como electrodomésticos: quando se escangalham, vamos ao supermecado comprar um novo, igualzinho ao que o outro era. Consertar? Não compensa: o arranjo sai caro, além de que nunca se sabe muito bem onde procurar a peça que falta. Substituímos a eternidade pela repetição, e o mundo começou a tornar-se monótono como uma lição de solfejo. Tememos a maior das vertigens, que é a da duração. Mas no fim de cada sucesso há um cemitério como o de Romeu e Julieta, apenas com a diferença da aura, que é afinal tudo. As pessoas morrem cada vez mais velhas e cansadas de correr, e os seus cadáveres tensos soçobram de ridículo sob a terra das suas efémeras conquistas".
(Nas tuas mãos, Inês Pedrosa, p. 78)
(im)possível - ou o Sr. Etéreo
É preciso distância e enquadramento
"Nunca me confrontei com as desilusões porque sou um ser solitário. Afasto-me das pessoas e observo-as de longe; nunca consigo vê-las de muito perto, sem enquadramento. Enfrentando a imperfeição aprendi a perdoar. Olho a raiz das acções, e concluo que também eu a podia ter cometido A pior delas".
(Nas tuas mãos, Inês Pedrosa, p. 47)
O melhor e o pior
Irracional lei
"Não se aprende a amar, Camila; não há vontade democrática capaz de espalhar a paixão pelas bolsas de pobreza onde ela não chega, nem fábricas capazes de a produzir em peças, para montagem, construção ou eportação. Não há nada de justo neste sentido: a justiça, aliás, não passa de um espectáculo de ordenação do mundo, um circo que inventávamos para substituir a irracional lei do coração".
(Nas tuas mãos, Inês Pedrosa, p. 24)
terça-feira, 27 de abril de 2010
Não coincide
"Cláudia, a bela, sabia que na velhice como na adolescência a alma sobra-nos de um corpo demasiado pesado, destrambelhado, horrivelmente nosso. (...) Um corpo fora do tempo, porque a data que nele marcam os olhares dos outros não coincide com a data que nele marcam os desejos que os animam".
(A instrução dos amantes, Inês Pedrosa, p. 116)
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Pássaros
Equilíbrio distante
Instante decisivo
Ponto justo
"Havíamos atingido o ponto justo, e aquilo que existia dentro de mim, sem nome ainda, mas flutuando esparso como uma nuvem aos pedaços, concentrou-se de repente, adquiriu forma, nome, e eu estremeci, sem ousar encarar de frente aquela suspeita que se confirmava".
(Crônica da casa assassinada, Lúcio Cardoso, p. 244)
Apenas a quem não somos indiferentes
domingo, 25 de abril de 2010
lia e lia
sem desconsolo
anil
Sempre atribuí enorme valor às palavras
Tempo, tempo, tempo
"O tempo é uma abstração, não pode ser medido. Peça à garota apaixonada que espera pelo namorado no aeroporto para descrever o que significam sessenta minutos. Em seguida, faça o mesmo pedido a um condenado à morte. Não há dúvidas de que serão descrições diferentes, embora a medida seja a mesma. Tempo é expectativa, é o portão de ferro da angústia. Passa mais rápido ou mais devagar de acordo com o grau de ansiedade do porteiro. Os sentidos são insuficientes para percebê-lo".
(Felipe Pena, O marido perfeito mora ao lado, p. 284)
sábado, 24 de abril de 2010
Arianos do meu Brasil II
- Você é do signo de áries. Por natureza, deve ser uma pessoa de muita impulsividade...
R: Sou 8 ou 80. O caminho do meio é o mais difícil. O ariano é muito impulsivo. Se tem de ir ali ele vai mesmo, se tiver de bater com a cabeça na parede ele bate.
(Camila Morgado. Mas eu também responderia o mesmo, rs)
Aborrecedor
Às vezes a estupidez beira ao heroísmo
"Quando Wallis tomou conhecimento da abdicação teve tal acesso de fúria que começou a jogar vasos contra as paredes: a atitude de Edward a condenava outra vez à marginalização social, lugar ingrato do qual tinha tentado fugir durante toda a vida. Ofereceu-se para retirar o pedido de divórcio para pôr fim à crise. "Você pode ir para onde quiser. Para a China, para Labrador ou para os Mares do Sul. Mas, aonde você for, eu te seguirei. Por mais que a obsessão de Edward por Wallis fosse doentia, essas palavras, e tudo o que estava em jogo com elas, são sem dúvida comoventes. Às vezes a estupidez beira ao heroísmo, e a patologia, a grandeza".
(Sobre Wallis Simpson e Edward - Duques de Windsor, Paixões - amores e desamores que mudaram a história, Rosa Montero, p. 12)
Sobre amigos
"Amigos não "são para essas coisas", não. Isso é um clichê detestável, significando quase sempre que amigo é saco de pancadas, é uma espécie de privada onde o outro pode jogar dejetos, detritos imundos e dar descarga. Amigos são para dividir o bem e o mal, mas também para deixarem as coisas sempre limpas entre eles - amigos devem ser solidários".
(Carta de Caio F. para Guilherme de Almeida Prado, Paris - 12.04.94, de Caio Fernando Abreu - Cartas, organizado por Italo Moriconi, p. 295)
Imagem surrupiada do blog da minha Pupila-Amada-Paty
(Des)vencilhada
"A pessoa certa, mesmo quando você a encontra, pode não ser o companheiro perfeito. A paixão tem que se manter desvencilhada da vida comum para continuar sendo a paixão. A vida comum é a mais difícil das ervas daninhas".
(Medo dos cinquenta - a verdade é ainda mais louca que a ficção, Erica Jong, p. 171)
Honesto ou vigarice
O que importa
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Quais são as cores e as coisas
Quase Um Segundo
Composição: Herbert Vianna
Eu queria ver no escuro do mundo
Onde está tudo o que você quer
Pra me transformar no que te agrada
No que me faça ver
Quais são as cores e as coisas
Pra te prender?
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei
Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?
Às vezes te odeio por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo
Que não me deixa em paz
Com ela, nada podia ser morno. - dia Luísa
"Porque era insuportável a oposição entre a vida morna e a memória de Luísa. Com Luísa, nada podia ser morno.
Eu sorria, ela sorria. Éramos dois adversários à altura. Dois lutadores sempre prontos para o combate, com ligeiras tréguas de vez em quando, paradas necessárias para tomar fôlego e recomeçar.
E eu sempre tinha forças. Minha resistência era inesgotável com Luísa, apesar de o jogo ser quase sempre duro, arriscado, quase mortal".
(Luísa (Quase uma história de amor), Maria Adelaide Amaral, p. 107)
Tempo escoado
"No fim do dia, algumas horas de insônia me separando da redação, vou lamentar outra vez este domingo e todos os domingos da minha vida, o desperdício, a solidão mal partilhada, as minhas escolhas, esse tempo escoado a duras penas junto aos meus".
(Luísa (Quase uma história de amor), Maria Adelaide Amaral, p. 106)
Eu tinha construído um leque de fantasias
"Nas minhas caminhadas pela praia, muitas vezes eu imaginava meu reencontro com Luísa e ela sempre pedia perdão. Eu não exigia esse perdão, ao contrário, ele pesava na cena, mas era inevitável. Luísa insistia em que a perdoasse e lamentava não ter podido me amar. Em certos dias, ao crepúsculo, quando a briva soprava do leste anunciando um dia seguinte radioso, eu via sua longa silhueta caminhando ao meu encontro, os pés nus chapinhando na água, enquanto Argos latia amistosamente para ela. Luísa vinha para ficar. Mas a noite caía densa e escura e apenas Argos e minha solidão eram reais. Eu tinha construído um leque de fantasias para aquele reencontro e em todas elas Luísa me recebia com calor e saudade. Entretanto, ela foi apenas polida e condescendente".
(Luísa (Quase uma história de amor), Maria Adelaide Amaral, p. 102)
Muito mais
"- Ela foi apenas educada.
- Que mais você esperava? - perguntou Marga.
- Afeto real.
- Com tudo o que aconteceu e depois de tanto tempo, você ainda espera afeto real?
Ainda. Sete anos de pastor Jacó serviu. Eu teria servido muito mais".
(Luísa (Quase uma história de amor), Maria Adelaide Amaral, p. 103)
jogo da Pollyanna
Escapava o objetivo
"Por que me deixava manipular, dócil, pela vontade de uma mulher que me tornava ridículo aos olhos dos outros? Eu estava sendo usado para algum fim que me escapava. Ignorava o nome do jogo, mas não havia dúvida de que naquele momento eu era uma peça indispensável. Teria sido mais Leal se Luísa me esclarecesse, e talvez eu até pudesse ser seu cúmplice se soubesse o objetivo. Teria entrado para brincar, e ambos nos divertiríamos. Mas eu estava destroçado e Luísa não se divertia".
(Luísa (Quase uma história de amor), Maria Adelaide Amaral, p. 88)
Aos poucos
"Fico tentado a lhe dizer muitas coisas, todas elas inúteis, começando por lhe recomendar um analista. Ela se antecipa.
- Espero que você tenha o bom gosto de não me sugerir uma terapia.
- E eu espero que você tenha o bom gosto de não se suicidar.
Luísa ri. Ela só comete suicídio em pequenas doses cotidianas.
- Em algumas fases mais, outras menos. Comecei a me matar aos 17 anos e não parei até hoje".
(Luísa (Quase uma história de amor), Maria Adelaide Amaral, p. 42)
quinta-feira, 22 de abril de 2010
De uma outra maneira
desde o que chamo de The Big Disaster
"S´as que desisti do amor? Que alívio. É um processo que vem se arrastando há uns quatro anos, desde o que chamo de The Big Disaster, agora parece que con-so-li-dou-se. Será que é da idade? Fico ouvindo as pessoas naquele rodenir de ligou?-vou-ligar-não-sei-se-ligo-se-ligar-dizque-saí etc.&etc. e acho de uma pobreza alagoana".
(Caio F. em carta para Magliani, SP - 16.06.92, de Caio Fernando Abreu - Cartas, organizado por Italo Moriconi, p. 235)
Obstinação
Flores da estação
Assinar:
Postagens (Atom)