quarta-feira, 2 de novembro de 2011

uma sensibilidade extremada, mas também uma aptidão singular para sofrer

"Talvez não seja bom, para um menino, viver num clima sentimental muito doce; o coração não se faz aí aguerrido. Marcel Proust sofreu da impossibilidade de reencontrar alhures o abrigo tão terno e tépido do amor que por ele haviam tido sua mãe e sua avó. Formado por um grupo onde as menores nuances eram percebidas, nele adquiriu a polidez e a graça, uma sensibilidade extremada, mas também uma aptidão singular para sofrer, desde que não fosse mais tratado com essa afeição vigilante; e um medo de ferir, de fazer sofrer, que ia ser uma fraqueza nas batalhas da vida."

(André Maurois in: Em busca de Marcel Proust. Ed. Siciliano, p. 22)

5 comentários:

  1. Há pessoas assim:um talento para o sofrimento.

    No caso de Proust,ainda bem que sobravam-lhe outros talentos!!!

    Um beijo!

    Sonia Regina

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  2. "uma sensibilidade extremada, mas também uma aptidão singular para sofrer, desde que não fosse mais tratado com essa afeição vigilante; e um medo de ferir, de fazer sofrer, que ia ser uma fraqueza nas batalhas da vida."
    Me identifiquei! ^^

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  3. Só se for na vida porque na literatura ele derramou sangue de gente inocente...
    Vc me abandonou...
    Pq?

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  4. Lacan, de memória (e errado): por que será que o primeiro amor nunca chega na hora certa? É amor de menos, no caso da histérica, ou amor demais, no caso do obsessivo.

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  5. Se não fosse dessa maneira,teria porventura escrito os sete volumes de "Em busca do tempo perdido" com a genialidade,sensibilidade e lirismo inerentes à obra?
    Naquela época havia essa dicotomia entre o ser/estar feliz e o ser artista.Quero crer que isso hoje já tenha sido superado.

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