“É um traço fundamental de nossa cultura o homem desconfiar profundamente de pessoas fora do seu próprio meio; portanto, não só um ariano considera um judeu um ser incompreensível e inferior, mas um jogador de futebol sente o mesmo diante de um pianista. Afinal, cada coisa só existe dentro de seus limites, afirmando-se como ato relativamente hostil contra o ambiente; sem papa não teria havido Lutero, sem pagãos não teria havido papa; por isso, não se pode negar que a mais intensa inclinação do homem por seu irmãos se baseie na repulsa deles.”
(Robert Musil in: O homem sem qualidades. P. 21)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Lacan cunhou o termo "amódio", aquele que ama é o mesmo que odeia. Lembra também Augusto dos Anjos e as mãos.
ResponderExcluirA desconfiança é um sentimento cada vez mais presente na atualidade... é uma pena que não tenhamos evoluido pra isso.
ResponderExcluirBjs!
"Uma pedra no caminho,
ResponderExcluirno caminho, um Musil,
um Musil no caminho."
Luto mais de ano contra "O homem sem qualidades". Haverei um dia de tê-lo devorado.